Pela UNESCO

Cena techno de Berlim é reconhecida como Patrimônio Imaterial Da Humanidade

Espaços icônicos da capital alemã fazem parte da história da música eletrônica e são reconhecidos também pelo próprio governo alemão

A música eletrônica é uma parte fundamental da vida em Berlim, e sua cultura clubber é reconhecida como uma das mais influentes em todo o mundo. Em reconhecimento a essa comunidade e à sua significância para o país, a UNESCO designou a cena techno de Berlim como patrimônio imaterial da humanidade.

Estabelecimentos como Kitkat Club, Tresor e Berghain, além de movimentos como a Love Parade desempenham papéis fundamentais na história da música eletrônica.

Desfile Rave the Planet em Berlim. Rave the Planet é um festival de música eletrônica de dança e technoparade.

Além de serem essenciais para a comunidade local, esses históricos clubs de techno berlinenses recebem apoio do governo alemão, com programas de incentivo para jovens e projetos de renovação financiados pela prefeitura, visando a preservação desses locais.

Uma campanha de mais de uma década tem trabalhado para incluir a cultura techno e clubber de Berlim na lista de patrimônios da humanidade.

Encabeçada pela Rave the Planet, uma organização sem fins lucrativos responsável por uma festa de rua de música eletrônica anual na cidade, liderada pelo fundador original da Love Parade, Dr. Motte, um comunicado foi divulgado após o anúncio do sucesso dessa iniciativa, junto com o Berlin Club.

Parabéns a todos os agentes culturais que moldaram e contribuíram para a cena techno de Berlim”, declarou uma postagem no Facebook.

“Um enorme agradecimento a todos os envolvidos que estiveram conosco nesta jornada desde a concepção inicial de Hans Cousto em 2011.”, acrescentou.

O techno teve origem em Detroit e se espalhou pelo mundo, levantando a questão de por que essa cidade também não recebeu o mesmo reconhecimento que Berlim.

Alan Oldham, nativo de Detroit e residente de um clube em Berlim, comentou em uma entrevista à revista DJ Mag: “Definitivamente, poderia-se esperar que Detroit se candidatasse. É o berço do techno, mas há uma dimensão racial em Detroit que Berlim não enfrenta.”

Com a decisão da UNESCO, a cena clubber alemã, tão celebrada pelos entusiastas da música eletrônica, agora é parte da história da humanidade como um todo.

Foto: Depositphotos