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EUA colocam fim ao princípio de neutralidade na internet

<!--StartFragment--><em><span style="color: rgb(37, 37, 37); font-family: "Noto Serif", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; font-style: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: center; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: rgb(255, 255, 255); text-decoration-style: initial; text-decoration-color: initial; display: inline !important; float: none;">Decisão do governo americano opõe plataformas e produtores, que defendem a internet livre, às teles que alegam aumento de investimentos com a medida</span></em><!--EndFragment-->

A decisão da agência que regula telecomunicações nos Estados Unidos em acabar com o princípio da neutralidade na internet pode mudar o rumo da distribuição de conteúdo no mundo e promete uma longa batalha judicial daqui para frente.

Por enquanto a decisão mais importante do século garante  aos provedores de acesso a desobrigação de garantir acesso igualitário aos usuários a todo o conteúdo oferecido online de maneira legal. Isso afeta diretamente sistemas populares atualmente como netflix, google, twitter e facebook, entre outros.

A neutralidade na internet garantia, por exemplo, que uma operadora não fizesse um acordo específico com um serviço de streaming de vídeo para que seu conteúdo tivesse preferência. Também impedia que uma empresa de telecomunicações dê preferência ao tráfego de um conteúdo produzido por uma empresa do mesmo grupo.

Os que defendem a neutralidade alegam que ela permite acesso igualitário a empresas dispostas a lançar serviços na internet. Sem a neutralidade, os provedores podem decidir que sites as pessoas podem acessar e a qual velocidade.

Em reação à decisão da FCC, Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, afirmouque ela impacta a todos. “A neutralidade de rede é a ideia que a internet deve ser aberta para todos. Se um provedor de serviço pode impedir você de ver algum conteúdo ou pode fazer você pagar a mais por isso, isso fere todos nós”, afirma Zuckerberg. Desde 2014, empresas como Google, Facebook, LinkedIn, Amazon, Microsoft e Yahoo se unem em defesa da neutralidade.

Na visão de Cynthia Hogan, VP de relações públicas da Apple, não deve ser da competência das empresas provedoras de serviços de internet o que as pessoas fazem. “Nós trabalhamos muito para criar bons produtos, e o que os consumidores fazem com seus devices diz respeito somente a eles”, afirma Cynthia.

O Twitter disse via comunicado que o voto da FCC “é um golpe corporativo na inovação e livre expressão. Continuaremos nossa luta para defender a Internet aberta e reverteremos essa decisão equivocada.”

Em um post no Twitter, a Netflix defendeu a neutralidade da rede e se mostrou desapontada com o resultado. “Esse é o princípio de uma longa batalha legal. A Netflix fica ao lado dos inovadores, pequenos e grandes, para se opor à essa ordem equivocada da FCC”, escreveu a empresa.

Já o Google, em comunicado, reforçou que continua “comprometido com as políticas de neutralidade da rede que majoritariamente recebem apoio público, foram aprovadas pelos tribunais e estão funcionando bem para todas as partes da economia da internet.”

Dos que são a favor do fim da neutralidade estão empresas como a Oracle que enxerga exageros na forma como o tema vem sendo tratado. “Da nossa perspectiva, como uma companhia do Vale do Silício, o que deveria ser apenas uma discussão tecnológica sobre gerenciamento do tráfego de rede na internet evoluiu inexplicavelmente para uma batalha política”, disse Keneth Glueck, VP da Oracle.

Jeff Campbell, vice-presidente da Cisco, afirmou que a medida encoraja novos investimentos em redes de banda larga e acelera o desenvolvimento de serviços inovadores. “Incluindo tecnologia de Internet das Coisas, telemedicina, aprendizado à distância, serviços de emergência e 5G.”