
O Taste Festival está ocupando o Parque Villa-Lobos desde o início de junho e se encaminha para seu último final de semana. Com diversas marcas do ramo alimentício — e também de serviços e lifestyle —, o espaço se transforma em um grande festival de estandes e ativações. Mas o que vemos por lá tem uma lógica própria, bem diferente da dos festivais de música — e por boas razões.
Ali, o foco não está apenas na Geração Z ou em públicos digitalmente engajados. O ambiente acolhe, majoritariamente, famílias, casais e amantes da boa comida, sem segmentar demais entre experts e iniciantes. O que importa é o prazer de comer bem — e de aprender no processo.
E neste cenário surgem ativações que possuem uma proposta de apresentar formas de utilizar o produto daquela marca. Claro que há intenção de branding e reforço de território, todavia, há também uma intenção objetiva de estimular a compra. Afinal, adianta o público conhecer a sua marca, mas não conhecer o seu produto?
Quando a experiência vira aprendizado
Muitos dos estandes do Taste Festival trazem degustação de produtos, ressoando com a ideia de estimular o paladar, que é o DNA do evento. A curiosidade é que, junto a isso, há aulas ministradas por chefs ensinando dicas práticas para a cozinha — desde como cortar ou armazenar corretamente o alimento, até o preparo e harmonização de pratos.
No estande da Vigor, por exemplo, foram apresentadas diversas receitas por chefs e influenciadores — abrangendo desde quem busca uma alimentação fit até quem busca uma sobremesa para aquele almoço de família — sempre com o produto inserido no centro da narrativa. Já a Faixa Azul, marca do mesmo grupo, criou um espaço de harmonização em parceria com outras marcas, como Barilla — conectando os queijos a pratos completos.
Esse é um terreno fértil para pensarmos, criativamente, em como inserir o produto dentro da ativação, não apenas como um brinde ou como um “papel de parede”. E as marcas têm um prato cheio no Taste, pois o público que frequenta o festival está aberto a este convite — inclusive parte do público está interessada somente nas aulas e receitas.
Esse é um exemplo de storydoing bem executado, em que o público aprende e se envolve. Aliás, fica a provocação: e se as marcas dessem um passo além, oferecendo ingredientes para que o público preparasse sua própria receita ali, em tempo real? Apesar de barreiras compreensíveis de segurança, é fácil visualizar as famílias num sábado à tarde no Villa-Lobos fazendo seu próprio lanche da tarde e saboreando na sequência.
Um sabor só seu
A personalização também se faz presente. Há estandes em que o visitante monta seu próprio sabor de pão de mel ou acompanha o preparo do sorvete que vai consumir — reforçando o vínculo com o produto e gerando experiências únicas, feitas sob medida.
Esse tipo de dinâmica tem forte apelo para públicos mais amplos e familiares. É uma personalização sem tecnologia de ponta, mas com grande potencial de engajamento.
Ativações sensoriais ganham força
Mesmo com ativações menos emocionais em um sentido clássico, o Taste Festival é altamente sensorial — afinal, falamos de gastronomia.
Um exemplo clássico é a Granado, que no ano passado fez o movimento ousado de traduzir suas fragrâncias em sabores de sorvete. No Taste Festival, a marca traz sua sorveteria autoral e está fazendo o maior sucesso com sabores diferentes e combinações curiosas. E tem mais: além do estande principal a marca ativa nos banheiros do festival, envelopando o espaço e oferecendo seus sabonetes de mão.
Outro destaque foi a GoldeN, marca de rações, que apostou em uma ativação mais voltada à conexão emocional: no estande, os visitantes podiam experimentar massagens que imitavam o carinho feito em gatos, ouvir o som de ronronados com fones de ouvido e até conhecer gatinhos disponíveis para adoção. A marca segue em outro sentido, não foca nos atributos do produto, mas sim em um propósito maior: aproximar pets e pessoas.
O Taste vai além da comida
Ainda que a gastronomia seja o centro, outras marcas encontraram formas legítimas de se inserir no Taste Festival. O Sebrae, por exemplo, levou pequenos produtores locais para expor e vender seus produtos no evento — gerando visibilidade para microempreendedores e conectando o público a histórias reais por trás dos sabores.
Já a Localiza Meoo fez um movimento inteligente: criou dois estandes — um para descanso e outro voltado à apresentação do serviço. Neste último, itens como mantas, banquinhos e carregadores portáteis podiam ser “alugados” gratuitamente, resolvendo pequenas dores do público e, ao mesmo tempo, reforçando a proposta da marca de facilitar a vida com soluções sob demanda.
A Claro também entrou na jogada de reduzir fricções do público, oferecendo um espaço de descanso e lazer. No lounge da marca, bandas se apresentam ao longo do evento, ativando o aplicativo Claro Música.
A praticidade também emociona?
A resposta é simples: sim. Não falta emoção no Taste, e estandes mirabolantes não fazem falta. Para quem frequenta muitos eventos, isso pode até ser um alívio. Há algo de prazeroso no que é simples, gostoso, prático. E isso não significa que a experiência deixa de ser memorável.
Ao contrário: receber uma dica útil, aprender uma receita, descobrir um novo sabor — tudo isso também gera afeto. O processo de aprender uma receita ou técnica nova gera uma memória significativa para o participante. Uma memória que pode, ainda, ser compartilhada com familiares e amigos, em um dia gostoso no parque. Por isso, no Taste, o princial brinde é aquele truque de cozinha que você vai repetir por anos.
Quer saber mais sobre as ativações do Taste Festival? Confira a lista completa de marcas e dinâmicas aqui.