Começou-neste domingo 16/01) a NRF – National Retail Federation, principal evento anual do varejo americano com a participação de executivos de todo o mundo.
E na primeira rodada de palestras Zach Freeze, diretor sênior de iniciativas estratégicas e sustentabilidade no Walmart, e Saskia van Gendt, diretora de sustentabilidade na Rothy’s, discutiram a situação atual e futura da sustentabilidade ambiental no varejo.
O Vice-Presidente de Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade da NRF moderou o debate, que foi realizado no StarWind Stage.
Antes, Walmart entrou nos destaques dos sites de finanças neste domingo. A Bloomberg dá conta de que a gigante do varejo norte-americano registrou várias novas marcas no final do mês passado que indicam sua intenção de fabricar e vender bens virtuais, incluindo eletrônicos, decoração de casa, brinquedos, artigos esportivos e produtos de higiene pessoal.
Em um documento separado daqueles enviados ao Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos, o Walmart disse que ofereceria ainda aos usuários uma moeda virtual, além de NFTs.
Um primeiro experimento no mundo das criptomoedas foi realizado pelo Walmart em outubro passado com um projeto piloto em 200 lojas onde os clientes podiam comprar Bitcoin nas máquinas da empresa Coinstar que permitem trocar moedas por notas ou vales-presente.
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No painel da NRF o VP da NRF Scot Case começou a sessão com uma pergunta: o que é sustentabilidade? O termo recebe centenas de definições; na NRF, é um conjunto de atividades e iniciativas destinadas a criar benefícios ambientais, sociais e comunitários claramente positivos.
Entre as principais questões que surgem em uma conversa sobre sustentabilidade no varejo se destacam três grandes tópicos: atendimento ao consumidor, transparência e externalização. “Toda transação de varejo”, disse Case, ” se encaixa aí de alguma forma”.
Com isso, Case perguntou a Freeze como o Walmart, reconhecido líder da indústria varejista em sustentabilidade, está progredindo com suas ambições ambientais.
O Walmart está comprometido em ser uma empresa com emissões zero até 2040, disse Freeze. Com relação ao progresso e ao grau de mudança climática, ele disse: “Isto é imprescindível”. Para ajudar a tornar esse compromisso uma realidade, o Walmart trouxe parceiros externos, incluindo a The Nature Conservancy, para determinar o que os varejistas podem fazer.
Um lugar óbvio para começar, observou Freeze, era com o consumo de energia, seja porque há muito consumo, seja porque serviu como uma forma de definir o alvo.
Entre os presentes na plateia para esse debate do Walmart estavam dirigentes de frotas para transporte, os representantes das diversas partes da cadeia de abastecimento e os gerentes de operações de lojas.
Comunicar os objetivos do Walmart e o progresso para sua comunidade de fornecedores é uma parte importante e contínua do programa: cerca de 5% da pegada de carbono da empresa é decorrente das próprias operações do Walmart; os outros 95% provêm de seus fornecedores.
A Rothy’s, por outro lado, como uma operação verticalmente integrada, é sua própria fornecedora. Quando Van Gendt assumiu sua posição, suas principais preocupações eram reduzir a pegada de carbono da Rothy e estabelecer a circularidade: como projetar um produto para que ele elimine o desperdício?
“Confiamos em cada parte da empresa para eliminar o desperdício de carbono”, disse van Gendt; tanto uma equipe interna quanto um comitê de sustentabilidade externo participaram da discussão da Rothy sobre seu esforço de sustentabilidade.
Os consultores externos incluíram ONGs e especialistas em moda e calçados.
Os clientes também estiveram envolvidos; a empresa ficou surpresa com a reação de alguns a um programa de reciclagem de calçados desgastados. “Ainda não terminamos com eles”, disseram eles. “Eles não estão prontos para serem reciclados”.
Ao final da sessão, a conversa voltou-se para as lições aprendidas pelos palestrantes em seus esforços de sustentabilidade.
Uma das lições da Rothy, de acordo com van Gendt, foi o sentido de seu próprio papel no processo. “Se você é dono da cadeia de abastecimento, você pode fazer as coisas”, disse ela. “Você pode se preparar para a fabricação sob demanda, para não deixar desperdícios”. Mas quando você faz isso, você assume também toda a responsabilidade”.
Case perguntou aos participantes do painel como eles poderiam aconselhar alguém que estivesse prestes a entrar em suas atividades.
Observando sua formação em ciência – van Gendt começou sua carreira na Agência de Proteção Ambiental – ela disse: “Eu começaria por entender o status quo e seus benefícios. Então eu perguntaria como poderia aplicar meus conhecimentos sobre sustentabilidade”.
“Há uma necessidade de inovação”, disse Freeze.
“Pergunte-se: ‘O que podemos fazer como empresa? Lembre-se, você não pode ser tímido. Esta é uma situação urgente. Como podemos nos destacar?”, concluiu.
