Experiência de Marca

Tem alguém Tomando... Mas eu espero o meu bonde.

Segundo o dicionário, TOMADOR tem alguns significados. Alguns deles se encaixam perfeitamente no contexto do meu texto.

Meu texto de hoje será recorrente, repetido, curto, ácido, grosso e direto como foram todos os outros anteriores ao falar do mesmíssimo assunto.

O pior mesmo é que ele poderá ser, como os outros, ignorado. Tanto por quem não podia ignorar, pois, na verdade são os grandes responsáveis pelo problema, as agências, quanto pelos algozes aproveitadores sem ética que fomentam o problema, os chamados clientes.

Por que digo chamados, porque do jeito que a coisa ficou não existem mais clientes, na acepção da palavra que nos era nata – quem pagava por um trabalho realizado. Hoje, eles são TOMADORES. Palavra escrita em maiúsculas para que possa explicar.

Segundo o dicionário, TOMADOR tem alguns significados. Alguns deles se encaixam perfeitamente no contexto do meu texto.

Significa:
– “Aquele que toma um empréstimo. “ – Quem manda (pede?) você fazer algo num determinado dia para si mesmo e diz que só paga em 90, 120 e 180 dias não é alguém que pegou um empréstimo?

– “aquele em cujo favor se emite uma letra de câmbio; beneficiário.” – Nós estamos emitindo Letras, Projetos, Planejamentos, Criações e Execuções sem câmbio e o beneficiário é sempre um só. Advinha quem?

– “aquele em cujo favor se faz um saque.” – Não estamos sacando de nossas contas os recursos suados que guardamos como legítimo resultado de nosso trabalho para pagar as contas de gente que tem mais que a gente?

– “quem ou aquele que toma algo que não lhe pertence; ladrão”… Vou ficar em silêncio em relação a essa última definição. A essa não posso dizer nem sim, nem não. Mas está no dicionário. 
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Os Tomadores estão destruindo nosso mercado com a nossa conivência e, talvez, nós Agências e entidades não estamos tendo força, coragem, determinação, honra, ética e união suficiente para falarmos com os tomadores duramente.

Recentemente, um dos tomadores deflagrou e-mails para agências de todo Brasil convidando para um processo de “empréstimo” com prazo de pagamento de 90 (noventa), eu disse 90, dias para pagamento.

E a gente sabe como é tomador. Chega nos noventa… a cobrança não veio, não chegou e… haja linguiça para curar a ressaca e o rombo.

Nós devíamos nos chamar de Financeiras, pois financiamos o que os Tomadores têm que fazer.

Estranho mesmo é saber que os Tomadores, sempre tem muito mais dinheiro que as Financeiras e que eles, por razões de contabilidade e orçamento têm o dinheiro que nos pedem alocados em algum lugar.

Tem que ter. Afinal que ser humano, empresa ou País sério, decente e honrado faz festa, evento, ação ou campanha sem dinheiro? Você faz? Não né. Não tem dinheiro, não faz.

Mas os Tomadores, inflados, por piratas e amigos de armação, fazem. O jogo é simples. As Financeiras, mesmo tendo menos dinheiro, para entrar no jogo, colocam seu dinheiro nos projetos dos Tomadores. Eles aplicam o dinheiro alocado e, com eles, fazem muito mais dinheiro.

Ao final dos 90, 100, 120, 140, 160, 180… dias… ufa, eles talvez paguem. Isso se já tiverem ganho as duas ou três vezes que desejavam: nos seus eventos, ações e campanhas realizados, no lucro financeiro em cima da Financeira tola e nos méritos internos com os chefes de que ferraram mais uma.

Sim, ferraram. Dezenas de Financeiras, ops, agências estão quebrando, fechando ou diminuindo sua qualidade profissional para atender, hoje, até pequenos canalhas, Tomadores que, ao saberem disso, nem em Bancos mais apostam.

Viramos apostas lucrativas, como disse, 3 vezes.

É, posso ter exagerado e muito se considerarmos grandes Financeiras. Mas tenho a mais absoluta certeza que falo em nome de médias e pequenas.

Há os que dirão que não é bem assim. Realmente não é. O texto é uma metáfora, pô. A grana é que não é. 

E se você está ganhando grana no nosso mercado (não no financeiro), em meio a essa bandalheira financeira, vou te dar uma lista de fornecedores de ponta que vão adorar trabalhar com vc pagando em 30 dias. Ah, e me chama que trabalho contigo também.

Pronto. Falei. Acabei o texto. Podia falar muito mais coisa, mas o nojo de gente que se aproveita de gente e de um momento ruim para massacrar outras pessoas me impede.

Tô vendo o bonde passar. Ele passa. Tem propagandas de cerveja, doces, salsichas, bancos e… não tem de financeiras.

É que o bonde da história passa rápido e leva sonhos. Leva às vezes máculas que não deixam saudade.

De vez em quando, salta dele alguém que sabe que para ser forte é preciso ter parceiros fortes e muda. Muda a visão, muda os funcionários, muda a política. Às vezes, mudam governos inúteis.

O Bonde das propagandas tá voltando. O condutor me chama: Quer entrar? Tem lugar. O bonde tá até cheio, mas tem lugar mesmo. Eu penso…

Declino!

– Esse não é o meu bonde, digo. Vou esperar o da AMPRO. O pessoal de lá é mais legal.

E o bonde segue te chamando pra entrar.

Vai pegar ele?