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Pesquisa Game Brasil revela que mulheres são maioria dos consumidores de jogos digitais

Estudo também aponta que 73,9% dos brasileiros participam desse universo, um aumento comparado com a edição anterior

A Pesquisa Game Brasil (PGB) apresenta sua mais nova edição, trazendo um aprofundamento no estudo anual sobre os padrões de comportamento do público adepto de jogos digitais.

Desta vez, o foco está nos diversos níveis de experiência proporcionados pelos jogos digitais, solidificando ainda mais a reputação deste levantamento como um dos mais abrangentes do mercado.

O relatório de 2024 destaca o crescente reconhecimento dos games como uma fonte principal de entretenimento para os brasileiros, com 85,4% dos entrevistados afirmando que os consideram como tal.

Ao longo dos meses de dezembro de 2023 e janeiro deste ano, a PGB 2024 conduziu entrevistas com 13.360 participantes em todo o Brasil, abrangendo 26 estados e o Distrito Federal.

Este estudo é realizado em colaboração entre SX Group e Go Gamers, em parceria com Blend New Research e ESPM.

Os resultados da nova pesquisa revelam que 73,9% da população brasileira relata envolvimento com algum tipo de jogo digital, representando um aumento de 3,8 pontos percentuais em comparação com os números de 2023.

Cada vez mais os games tem um papel importante no dia a dia do jogador brasileiro, se consolidando como uma plataforma de diversão, motivação, socialização e identidade.”, afirmou Guilherme Camargo, sócio do SX Group e professor na pós-graduação da ESPM.

Diversidade

Recentemente, tem sido observado um aumento no consumo de jogos eletrônicos por parte das mulheres, em grande parte devido à forte presença delas nos dispositivos móveis, como smartphones.

Embora no ano anterior os homens tenham representado a maioria dos jogadores, com 53,8%, em 2024 as mulheres tiveram uma pequena vantagem, com 50,9% do público sendo feminino e 49,1% masculino.

O retrato dos jogadores de jogos digitais está cada vez mais em linha com o censo demográfico e socioeconômico do Brasil. A presença das mulheres liderando o consumo, a representatividade de pretos e pardos dentro do mercado de jogos digitais e com a ascensão de classes sociais com menor poder aquisitivo tendo o smartphone como plataforma.”, destaca Camargo

No que diz respeito à faixa etária dos jogadores, os dados indicam um envelhecimento do público gamer.

As faixas etárias mais proeminentes são aquelas entre 30 e 34 anos, com 16,2%, e entre 35 e 39 anos, com 16,9%.

Por outro lado, as faixas etárias mais jovens têm uma representação mais baixa, com 14,6% para o grupo dos 20 a 24 anos e os mesmos 14,6% para o grupo dos 25 a 29 anos.

Comparando com os resultados da pesquisa de 2023, houve uma diminuição de 0,5 pontos percentuais na faixa etária de 20 a 24 anos e uma redução de 1,6 pontos percentuais na faixa de 25 a 29 anos.

Quanto à etnia dos jogadores brasileiros, como visto em pesquisas anteriores, a maioria é de origem negra, totalizando 52,3% quando combinados aqueles que se identificam como pretos (11,2%) ou pardos (41,2%). Em contraste, aqueles que se declaram brancos representam 44,6% dos jogadores de videogame no Brasil.

Em relação à classe social, a PGB 2024 revela que a maior parte dos jogadores brasileiros ainda pertence à classe média (B2, C1 e C2), totalizando 64,8%.

A classe média-alta (B1) representa 11,6% do público; a classe alta (A) representa 15,8%; e a base da pirâmide (classes D e E) representa 7,8%.

Smartphone ainda é plataforma favorita

Os dispositivos móveis continuam a ser a escolha preferida dos jogadores brasileiros devido à sua acessibilidade, variedade de jogos e portabilidade.

Segundo a pesquisa de 2024 da PGB, eles lideram com 48,8%, seguidos por computadores, com 22,6%, e consoles, com 21,7%.

Embora tenha havido uma queda de 2,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior (51,7%), a diferença em relação aos outros meios de jogo ainda é notável.

Uma observação importante é que os computadores recuperaram o segundo lugar na preferência dos brasileiros. Com um aumento de 3,2 pontos percentuais, passando de 19,4% para 22,6%, os PCs, que incluem desktops e notebooks, estão agora quase empatados com os consoles, com uma diferença de apenas 0,9 pontos percentuais.


As diferenças entre os jogadores não se restringem apenas à quantidade. Conforme revelado pela pesquisa da PGB, o comportamento dos gamers também apresenta uma diversidade significativa.

Os jogadores de consoles tendem a buscar uma experiência mais social, valorizando a interação com comunidades online, além de terem um apego à nostalgia. Por outro lado, os jogadores de computador buscam uma experiência mais imersiva, têm preferência por grandes franquias, gostam de explorar uma variedade de jogos e se assumem como gamers. Por fim, os jogadores de dispositivos móveis valorizam a conveniência, a acessibilidade e preferem jogos mais casuais. Eles tendem a se engajar menos com a comunidade de jogadores”, reforça Carlos Silva, sócio da Go Gamers.

Níveis de experiências

De acordo com a PGB 2024, o engajamento dos jogadores afeta uma ampla gama de aspectos, desde suas motivações pessoais até suas necessidades e contextos de vida.

A interação social, a construção de identidade e o entretenimento são elementos essenciais no modo de vida dos jogadores de videogame no Brasil.

Atualmente, 70,8% dos jogadores demonstram orgulho ao associar-se aos nomes de seus times, clãs ou guildas, o que reforça sua identidade e envolvimento.

Os jogos online também têm mostrado um impacto significativo na pesquisa. Por exemplo, 82,4% dos jogadores já fizeram amizade com alguém durante uma partida na internet, e 71% relatam sentir-se mais motivados a vencer quando competem contra outra pessoa.

Percebemos que os games têm aparecido com maior frequência no cotidiano do brasileiro e isso mostra o grande impacto que os jogos digitais têm na vida dos jogadores. As pessoas têm feito amizades e construído uma identidade da qual elas se orgulham.” aponta Mauro Berimbau, Consultor da Go Gamers e professor da ESPM.

Além disso, 70,6% dos participantes relatam sentir-se mais animados quando jogam online, enquanto 76,8% acreditam que os jogos são uma forma de relaxar, melhorar o humor e adquirir novas habilidades.

Pais e filhos com jogos digitais


A pesquisa PGB 2024 oferece uma visão esclarecedora dos hábitos de jogo de crianças e adolescentes com menos de 15 anos, indicando uma tendência crescente de envolvimento com os jogos nessa faixa etária.

Através dos relatos dos pais sobre os hábitos de seus filhos, destaca-se que 82,8% dessas crianças e adolescentes estão envolvidos em jogos eletrônicos, o que reflete a popularidade desses jogos entre os jovens.

Nesse contexto, verifica-se que os smartphones são a plataforma preferida para a maioria, com 45,3% dos pais entrevistados relatando essa preferência, enquanto 44,1% das crianças jogam todos os dias. Quanto à duração das sessões de jogo, a maioria das crianças que utilizam dispositivos móveis (43%) joga entre 1 e 3 horas por vez.

As crianças não estão sozinhas no seu momento de diversão. Os pais se dizem envolvidos com os jogos dos filhos, com 73,4% jogando com eles. Isso pode ser visto como um indicativo positivo da interação familiar em torno dos games. No entanto, 53,5% dos pais têm ressalvas sobre os filhos jogando jogos eletrônicos, o que pode sinalizar preocupações com o tempo de tela ou o conteúdo dos jogos”,  completa Mauro Berimbau.

Para acessar a edição gratuita da pesquisa PGB 2024 clique aqui.

Fotos: Depositphotos e Divulgação