Pesquisa

Público evangélico já corresponde a 27% da população e dita novos padrões de consumo

Novo estudo mostra como o crescimento da religião evangélica em 30 anos – sobretudo na geração Z – vem criando tendências em vários setores

O público evangélico cresceu exponencialmente no Brasil, correspondendo a quase 27% da população nacional entre 1991 e 2022, segundo pesquisa conduzida pela agência Artplan.

A pesquisa ressalta como esse avanço trouxe novas tendências de consumo na música, vestuário e vários outros setores da indústria brasileira. O levantamento considerou milhares de interações digitais em todos os campos para traçar o recorte dos dados:

  • Período de análise digital: todo o ano de 2024.
  • Ambiente de coleta: redes sociais e plataformas digitais públicas (posts, conversas, thumbnails em TikTok etc.).
  • Volume de dados monitorados em 2024:
  • 392 mil conversas públicas em redes sociais
  • 99 mil conteúdos sobre protestantismo
  • 3 mil thumbnails de vídeos no TikTok
  • 56 mil interações em devocionais digitais

Contexto histórico do aumento do público evangélico no país

público evangélico consumo
Imagem: FreePik/Reprodução

De acordo com o estudo, em 1991, o volume de pessoas autodeclaradas evangélicas no Brasil era de 9%. Em 2022, data do último censo sobre o assunto, esse valor já havia subido para 26,9%. Mais ainda, 47% das pessoas evangélicas jovens são adolescentes de 12 a 19 anos — e estão 32 pontos percentuais acima da média entre jovens religiosos.

Essa perspectiva contextualiza o avanço do consumo evangélico nos setores da indústria: o na música, o gênero gospel cresceu 46% em plataformas de streaming, enquanto a moda viu hashtags como #ModaCristã e #LookProCulto reunirem milhares de posts com apelo aspiracional.

Mais além, os espaços sociais também se adaptaram: se antes, os templos e igrejas eram limitados à realização de cultos, hoje, essas áreas se transformaram em ofertas completas, com shows realizados não só nas áreas específicas da prática religiosa, mas também em estádios e arenas abertas, tal qual se vê em gêneros mais difundidos. Fora isso, espaços ecumênicos passaram a oferecer cafés e realizar eventos esportivos, deixando de serem apenas locais litúrgicos.

A premissa ainda traça uma necessidade das marcas se adaptarem à adoção dessas pessoas: o público evangélico, segundo a pesquisa da Artplan, é estimado a se tornar maioria até 2032 — um indício de que empresas não endêmicas à indústria do consumo religioso, a exemplo do que ocorre nos videogames, pode se provar uma via de oferta bastante viável.

Rafael Arbulu

Redator

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.