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Na Escuta com T4F: o papel das experiências e da escuta ativa em eventos de entretenimento

Marina Rácz, Head de Atendimento e Experiência com Patrocinador, fala sobre a relação com marcas e as tendências do setor

Entre shows, festivais, musicais e exposições, a T4F está há mais de 40 anos entregando entretenimento para o público brasileiro. Para falar um pouco sobre a trajetória da produtora, o Na Escuta recebe Marina Rácz, Head de Atendimento e Experiência com Patrocinador da T4F Entretenimento, nos estúdios da MAXI.

Na conversa com Cindy Feijó, CEO do Promoview, a convidada destrincha a relação de parceria que a produtora possui com as marcas e fala um pouco sobre a construção de experiências e os festivais proprietários.

Na Escuta recebe Marina Rácz, Head de Atendimento e Experiência com Patrocinador da T4F Entretenimento

Patrocínios e parcerias

Marina Rácz destaca que o patrocínio vai além da exposição de marca e precisa fazer parte de toda a jornada do consumidor. Segundo ela, marcas devem investir não só no patrocínio em si, mas também nas ativações pré, durante e pós-evento.

Ela explica que o trabalho envolve entender o perfil de cada cliente, propor formatos personalizados e adaptar produtos do portfólio conforme os objetivos da marca. “Às vezes faz sentido criar um palco menor, às vezes é ativar a área VIP, às vezes é trazer artistas com a cara da marca.” Marina cita o exemplo da Heineken, que investe em talentos musicais em ascensão, e da Hering, cuja identidade combinava com o conceito de um festival de brasilidades.

A executiva também ressalta o uso constante de dados e pesquisas para orientar decisões. “Sempre que acaba um festival, a gente faz pesquisa. Às vezes até antes de lançar o musical.” Na T4F, a escuta ativa — com marcas, público, artistas e fornecedores — é essencial para manter a relevância. “É quase um trabalho de consultoria. A gente lida com o sonho de todos esses ao mesmo tempo.”

Experiências

Para a Head, o que realmente importa em uma ativação de marca dentro de um festival não é o tamanho da estrutura, mas o impacto que ela causa na experiência do público. “Não adianta ter um logo enorme se você não mudar a vida do público. É o que você oferece pra ele, o vínculo que você cria ali.”

Ela defende que ações simples, que ofereçam um serviço útil no momento certo, geram conexão genuína. “É um desodorante no meio do festival, um protetor solar… a galera curte. É isso que torna a experiência memorável.” Além disso, também ressalta o papel essencial das agências na construção das ativações. “A T4F é uma produtora de eventos, não uma agência de ativação. Então, enxergo as agências como um braço nosso, que nos ajuda a contar a história junto com o patrocinador.”

A relação próxima com as agências permite um trabalho mais colaborativo e alinhado. “Você cria uma parceria a seis mãos, trabalhando juntas pra que tudo fique incrível e gere um resultado legal pra marca e pro público.” Ela conclui: “Eu fico equilibrando todos os pratos pra deixar todo mundo feliz – o patrocinador, o público e o festival.”

Festivais proprietários

O Popload Festival, criado em 2013, é mais que um festival, é uma plataforma de música indie que inclui site, notícias e festas pequenas. A última edição foi realizada no Parque Ibirapuera, com 60% do lineup feminino, atrações internacionais e marcas parceiras importantes. “Foi uma edição linda, com um dia incrível e marcas muito legais.”

Já o Turá Festival foi pensado para exaltar a cultura brasileira, reunindo diversos gêneros musicais — samba, funk, axé, MPB, pop rock — e uma curadoria gastronômica que reforça a brasilidade. “A gente fala que não é um festival, é um multigênero brasileiro.” Em 2025, o Turá completou sua quinta edição e já passou por cidades como Porto Alegre e Recife, expandindo sua presença e consolidando a marca. Além dos festivais, Rácz comentou que a T4F prepara turnês, shows indoor e eventos ao ar livre, com novidades para o próximo ano.

Futuras tendências

Por fim, a profissional destaca que o comportamento do consumidor mudou e que as marcas precisam construir histórias junto com o público. “O desafio agora das marcas é contar história, ter coerência e puxar o público pra construir essa história junto com ele. É menos sobre falar e mostrar, é mais sobre incluir (…) A tendência que eu enxergo é muito essa: marcas construindo histórias genuínas e criando vínculos reais, usando também ferramentas como a inteligência artificial e o marketing de influência.”

Ela reforça que a experiência do público deve ser pensada desde o início, desde a compra do ingresso até a cenografia e o atendimento no evento. “É trazer junto para contar essa história, ouvir o que o público quer.” Da mesma forma, a autenticidade é fundamental: “a marca tem que ser genuína, porque senão não emociona e o público percebe. O público está muito exigente, principalmente os jovens, que têm acesso a muita informação.”

Beatriz Maxima

Repórter

Especialista em produção de conteúdo, cobertura de eventos e gestão de canais digitais. É formada em Jornalismo pela Unesp e pós-graduanda em Jornalismo Cultural e de Entretenimento.

Especialista em produção de conteúdo, cobertura de eventos e gestão de canais digitais. É formada em Jornalismo pela Unesp e pós-graduanda em Jornalismo Cultural e de Entretenimento.