Luiz Fernando Coelho

Inovação. Quando o Extra/ordinário é Simples

Pássaros em cima de fios de luz se transformam em notas musicais em uma partitura
Foto: Reprodução/ Paulo Pinto. Música: Jarbas Agnelli.

A palavra “inovação”, muitas vezes nos remete a imaginar laboratórios futuristas, tecnologias disruptivas ou conceitos que, para nós, somente gênios podem desenvolver. Mas, na realidade, inovar é um movimento disponível para todos — e ele começa bem antes de qualquer aplicativo ou máquina: começa na atitude de quem quer ver algo diferente em situações comuns.

Inovação não mora só na tecnologia

Esqueça por um momento os grandes casos globais. Perceba que muitas vezes fazemos as coisas e depois de feito nós a inventamos”. Afinal a inovação diária é reinventar-se diante dos desafios da rotina. É um gerente ouvindo a equipe de verdade, é o comerciante que percebe que seus clientes mudaram e resolveu ajustar o cardápio. É até aquela repaginada criativa que você deu na disposição dos móveis em casa para otimizar o espaço. Inovação é, basicamente, uma permissão silenciosa para testar — e, antes disso, para questionar o que nos acostumamos fazer sempre e por isso pensamos que “sempre fizemos assim”.

Pequenos exemplos, grandes impactos

Veja por exemplo: o pequeno negócio de bairro que passou a usar as redes sociais para receber encomendas; a dona de casa que criou uma rotina apaixonante de estudos com os filhos mesmo sem recursos extras. São mudanças que, isoladamente, podem até parecer simples, mas ao longo do tempo transformam um ambiente inteiro.

Uma foto. Uma música.

Outro dia me deparei com um exemplo maravilhoso de como podemos, através de um olhar diferente recriar a visão de uma outra pessoa. Esta reportagem está no Estado de São Paulo de meses atrás e no YouTube, num vídeo que mostra todo este processo de inovação.

O fato é que o publicitário e músico Jarbas Agnelli, ao ver uma foto de Paulo Pinto, repórter do Jornal, de pássaros em Santana do Livramento – RS além de apreciar a foto, viu ali uma melodia que os pássaros queriam mostrar a todos que viram aquela visão reproduzida naquela foto

Jarbas então compôs a música em estilo clássico, postou em suas redes sociais e apresentou num TEDX, em São Paulo. A peça musical ganhou mais de 2 milhões de views rapidamente. Um exemplo de como dando chance a você mesmo, coisas novas aparecem. 

O desconforto deve ser parte do caminho

Evitar o incômodo. Isso costumamos fazer, mas a verdade é que toda inovação provoca, no mínimo, uma dose de desconforto. A mente busca atalhos, mas é quando enfrentamos a estranheza do novo que realmente crescemos. Arrisque-se a errar, repense o “sempre foi assim”. Quem aprende a aceitar a sensação dos incômodos conquista, pouco a pouco, a confiança para inovar em decisões maiores.

Praticando a coragem de mudar

O convite é: experimentar. Que tal adotar, toda semana, uma micro inovação? Simples. Troque o canal de notícias e ouça vozes diferentes. Experimente uma trajetória nova. Troque de função nas reuniões de família ou equipe. Inovar requer prática. Quanto mais você cultivar esse olhar, mais preparado fica para decisões relevantes.  Transformar o jogo, é a letra desta música.

Não caia na armadilha da complexidade

A verdade é que a falta de recursos pode ser o maior impulsionador criativo. Grandes avanços, em qualquer área, normalmente começam por uma pequena inquietação e pela disposição de fazer o melhor com o que se tem, e onde se está. Peter Drucker nos ensina; “Inovação é fazer diferente, não necessariamente mais complicado.”

Inovar não é privilégio é escolha

Faça um teste: amanhã, escolha um pequeno hábito para compensar. Comece o dia ouvindo quem costuma ser calado, teste uma ferramenta digital com seu grupo, ou simplesmente sente-se em um lugar diferente no almoço. O efeito borboleta dessas pequenas decisões é surpreendente.

Nunca mire a perfeição. 

Celebre todas as tentativas: o tropeço faz parte do processo. O que diferencia quem inova é uma disposição de tentar de novo, cada vez diferente.

Inovar é escolher, todos os dias, um ângulo novo para enxergar velhos desafios. Não exija grandes saltos: permita-se experimentar pequenas mudanças. É assim que se faz. Esqueça, distancie-se o máximo possível da busca pelo glamour, ou por ser uma pessoa famosa. Uma verdadeira cultura de inovação deve ser acessível a todos. “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.

Peter Drucker
Luiz Fernando Coelho
Luiz Fernando Coelho

Análises e bastidores do marketing esportivo com Luiz Fernando Coelho, especialista com mais de 40 anos de experiência. Primeiro colunista do Promoview, Luiz escreve há oito anos no portal, com o detalhismo de um verdadeiro contador de histórias e a precisão de um veterano do mercado.

Análises e bastidores do marketing esportivo com Luiz Fernando Coelho, especialista com mais de 40 anos de experiência. Primeiro colunista do Promoview, Luiz escreve há oito anos no portal, com o detalhismo de um verdadeiro contador de histórias e a precisão de um veterano do mercado.