Novo episódio

Na Escuta: o novo patamar das experiências imersivas com IA e sensores

Alessandro Moreira, sócio e Brand Strategist da Chroma Garden, fala sobre personalização tempo real e criatividade

O novo episódio especial de Tech do Na Escuta apresenta a maneira que a tecnologia e a inteligência artificial (IA) estão redesenhando o universo das ativações e experiências imersivas. Nos estúdios da MAXI, Cindy Feijó, CEO do Provomoview, conversou com Alessandro Moreira, sócio e Brand Strategist da Chroma Garden, que compartilhou insights e sua visão de especialista sobre a complexidade do assunto.

Hoje, a empresa atua em projetos de projeção mapeada, automação sensorial e produção de conteúdo. Entre os cases recentes estão ativações para John Deere e conteúdos imersivos criados para os shows de Luan Santana, Jennifer Lopez e 50 Cent.

Alessandro Moreira, sócio e Brand Strategist da Chroma Garden falando sobre experiências imersivas com IA no Na Escuta

IA e sensores como protagonistas

Para Alessandro, os sensores são o que existe de mais moderno no mercado e o avanço dessa tecnologia, junto com a IA, cria um novo patamar de personalização em experiências de marca. Ele cita o uso do LiDAR, sensor que emite lasers para detectar distâncias, como um divisor de águas na criação de ativações que reagem em tempo real ao comportamento dos consumidores.

A ferramenta pode identificar os tipos de tecidos usados pelo público (algodão, couro etc.) e personalizar o conteúdo de acordo com essa leitura. “Eu posso usar todos esses elementos para personalizar, conectar e dirigir a narrativa, fazendo com que a pessoa seja o ponto que vai contar a história. Então, esse tipo de habilidade de poder fazer com que a inteligência artificial e a gente trate esses dados, para mim é o que vai mudar as marcas e ativações nos próximos anos, opina Moreira.

Em outras palavras, trata-se de ampliar os recursos para compreender os comportamentos do consumidor e transformar esses dados em experiências que façam sentido tanto para a marca quanto para o público, explorando diferentes caminhos narrativos.

Tempo e criatividade

Outro ponto discutido no episódio foi o papel dos museus como aliados estratégicos para experiências imersivas mais duradouras e acessíveis, justamente por oferecerem o tempo necessário para o desenvolvimento e a maturação dos projetos.

“O maior problema que temos no Brasil é o tempo. No museu, eu vejo que é um lugar onde a gente vai poder experimentar de fato. Não dá pra arriscar com as marcas e precisamos ter mais tempo para digerir os projetos, entender melhor o que fazer. Então, o museu tá na vanguarda de trazer essas tecnologias”, apresenta o empresário.

Além disso, Alessandro defende que, em um processo criativo, primeiro é preciso deixar a criatividade fluir e depois usar a tecnologia para amplificar ou transmitir a mensagem: “não é a tecnologia que tem que definir qual a mensagem que você quer passar(…) A criatividade tem que vir primeiro. Primeiro a criatividade, depois a ousadia. A tecnologia tem que ser a última coisa”, argumenta.

A inovação, ao contrario do que alguns acreditam, não precisa ser algo super tecnológico e atual, podendo utilizar de instrumentos analógicos para compor a experiência. O ponto chave é sempre entender a história que preciso contar e depois quais ferramentas vão me ajudar. “Eu vejo que a inteligência artificial generativa está entrando onde a gente não tem o que precisa para trabalhar”, comenta o Brand Strategist.

SXSW

O sócio da Chroma Garden esteve no SXSW 2025 e relembrou alguns destaques que acompanhou no evento, como os avanços na tecnologia holográfica e a interação com imagens digitais, impactos da IA na biociência e a ativação da IBM, uma mesa de tênis de mesa em que as partidas eram monitoras por Inteligência Artificial.

A ação foi um ótimo exemplo sobre processamento de dados, que o especialista citou anteriormente. “Para quem é fã do esporte, isso é sensacional. (…) Tipo, vai acabar o jogo e o cara vai continuar consumindo aquilo. Então é sobre a habilidade que eu estava falando. A de receber informação e tratar isso com IA inteligência artificial. A gente não tá nem preparado para que tá vindo”, exemplifica.

Transformando o mercado imobiliário

A Chroma Garden vem expandindo sua atuação para além das ativações de marca e dos palcos de grandes shows. Em parceria com a agência global Elephant Skin, a empresa tem desenvolvido experiências imersivas para o setor imobiliário com foco total em storytelling. “Eles fazem renders com 100% de narrativa. Não é mais só uma câmera mostrando os ambientes. É uma sacada com alguém ao telefone, uma cozinha com a chaleira soltando fumaça. Você sente que alguém vive ali”, explica Alessandro.

A abordagem é potencializada com tecnologias de expografia, interatividade e automação. Um exemplo é o projeto criado para o Autódromo de Curitiba, que contou com cinema imersivo e ambientação sensorial. “Estamos unindo a nossa experiência em brand experience com o conhecimento deles no mercado imobiliário para criar algo que não existia: espaços que encantam e envolvem desde o primeiro contato”, finaliza.

Beatriz Maxima

Repórter

Jornalista com ampla experiência em produção de conteúdo, cobertura de eventos e gestão de canais digitais. Formada em Jornalismo pela Unesp, é pós-graduanda em Jornalismo Cultural e de Entretenimento.

Jornalista com ampla experiência em produção de conteúdo, cobertura de eventos e gestão de canais digitais. Formada em Jornalismo pela Unesp, é pós-graduanda em Jornalismo Cultural e de Entretenimento.