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Viagens de incentivo: quando fazer, tendências e destinos ideais

O Promoview entrevistou quatro especialistas para entender tudo sobre este mercado. Saiba como planejar uma viagem de sucesso

As viagens de incentivo são ferramentas para motivar e recompensar os colaboradores de uma empresa, além de aumentar a produtividade e melhorar o moral da equipe. Com um bom planejamento, as empresas podem obter um retorno significativo sobre o investimento nesta estratégia.

“A jornada de incentivo é como um impulso energético para uma marca, é quando ela decide elevar o engajamento de suas equipes e parceiros de negócios para um próximo nível. Essas viagens não apenas fortalecem laços e relacionamentos, mas também educam e inspiram os participantes”, diz Hélio Junior, fundador da DMC Negócios de Impacto.

Este mercado está em processo de expansão e transformação nos últimos anos, entre elas a crescente preocupação com ESG e a integração da Inteligência Artificial (IA). Com o fim de identificar tendências e esclarecer dúvidas sobre o assunto, o Promoview consultou os especialistas Hélio Júnior, fundador da DMC Negócios de Impacto; Rafael Maia, diretor de novos negócios da Air Promo; Simone Freitas, CEO da Seven Thinkers e Gustavo Estevam, atendimento executivo da Seven Thinkers.

Rafael Maia, diretor de novos negócios da Air Promo; Hélio Júnior, fundador da DMC Negócios de Impacto; Simone Freitas, CEO da Seven Thinkers e Gustavo Estevam, atendimento executivo da Seven Thinkers
Hélio Júnior, Rafael Maia, Simone Freitas e Gustavo Estebam (da direita à esquerda).

Quando a viagem de incentivo é uma boa estratégia?

As viagens de incentivo são eficazes em diversos momentos chave para uma empresa, servindo não apenas como recompensa, mas também como uma ferramenta para motivar e engajar os colaboradores. Para Rafael Maia, diretor de novos negócios da Air Promo, essas viagens são cruciais quando se busca aumentar a satisfação no trabalho e fortalecer a lealdade dos colaboradores.

“O reconhecimento por meio de uma viagem de incentivo pode impulsionar o desempenho dos funcionários, incentivando-os a atingir e superar metas”, diz Rafael Maia. Assim, aumenta a produtividade e os resultados comerciais da empresa.

Outro ponto importante é a retenção de talentos pela empresa. O diretor de novos negócios destaca que os programas de reconhecimento demonstram um investimento da empresa no bem-estar e na valorização dos funcionários. “Isso reduz a rotatividade de pessoal e os custos associados à contratação e treinamento de novos colaboradores”.

Simone Freitas, CEO e Diretora da Seven Thinkers, aponta que um bom momento para implementar a estratégia é após o cumprimento de metas ou durante o lançamento de um novo produto. Essas ocasiões são oportunidades para celebrar os sucessos e preparar o terreno para futuros desafios. Além disso, de acordo com a CEO, as viagens fortalecem a conexão entre os membros da equipe fora do ambiente de trabalho convencional. Por isso, podem ser aplicadas quando a equipe não está integrada.

Agora que você já sabe quando as viagens de incentivo são eficientes, descubra as tendências do mercado para 2024:

1 – Mais que uma viagem, uma experiência

Para planejar uma viagem de sucesso é preciso pensar em como gerar experiências memoráveis para os colaboradores. De acordo com Rafael Maia, há um aumento na procura por destinos mais exclusivos e menos explorados. “Isso permite aos participantes descobrirem novas culturas e experiências autênticas”.

Para Gustavo Estevam, atendimento executivo da Seven Thinkers, o momento é de pensar fora da caixa. “Em um mundo altamente conectado onde vemos influenciadores esbanjando experiências nas redes sociais, as pessoas estão buscando cada vez mais experiências autênticas e personalizadas em suas viagens”. Isso inclui desde visitar destinos diferentes até participar de atividades culturais locais ou esportes radicais, por exemplo.

Viagem de incentivo à Amazônia da Pespsico, organizada pela DMC
Viagem dos colaboradores da PepsiCo à Amazônia, organizada pela DMC. Foto: Divulgação

Hélio Junior conta sobre uma viagem pela Amazônia realizada este ano para a PepsiCo, na qual os participantes interagiram com as comunidades indígenas locais. “Essas vivências promovem uma transformação profunda nos participantes. É uma experiência única e uma conexão que transcende o óbvio e típico ambiente de negócios”, diz o fundador da DMC. Esta iniciativa ganhou o Prêmio “Você Inspira” no Lacte, evento da ALAGEV, na categoria ESG.

2 – Sustentabilidade e experiências ecoconscientes

Outra tendência do mercado é a crescente demanda por programas que sejam ambientalmente responsáveis. Por exemplo, opções de hospedagem sustentável, atividades de apoio a comunidades locais e compensação de carbono. “A busca por destinos ambientalmente responsáveis é cada vez maior. A conscientização ambiental está moldando as escolhas das empresas”, diz Rafael Maia, diretor de novos negócios da Air Promo.

Gustavo Estevam concorda que a sustentabilidade é uma prioritária no planejamento, e complementa. “Além de pensar materiais sustentáveis como brindes, ou até o uso de bilhetes digitais, as empresas podem planejar viagens que enfatizem práticas sustentáveis, como visitar destinos ecológicos ou participar de atividades que têm um impacto ambiental significativo”.

Viagem dos colaboradores da Kero Coco à Petrolina, planejada pelo DMC
Colaboradores da Kero Coco conhecem às fazendas em Petrolina em viagem organizada pela DMC. Foto: Divulgação

Um exemplo de iniciativa que conecta desenvolvimento pessoal e evolução profissional é a viagem da empresa Kero Coco à Petrolina, promovida pela DMC. “Os participantes puderam conhecer de perto a fazenda e as instalações de produção da marca. Além de aprenderem sobre os desafios da plantação e o processo de produção, eles testemunharam o impacto direto de seu trabalho na cadeia de valor da empresa”, conta Hélio Brito.

3 – Tecnologias integradas e IA

A IA está sendo cada vez mais adotada no setor de turismo, desde o planejamento de itinerários até o suporte ao cliente com chatbots inteligentes. “Na Seven Thinkers, por exemplo, usamos nossa IA Raisy para nós ajudar a elaborar roteiros, ativações e até ações imersivas que geram experiências memoráveis”, compartilha Gustavo Estevam.

“A tecnologia está sendo incorporada de maneira mais significativa, oferecendo até mesmo experiências de realidade virtual durante a viagem”, complementa Rafael Maia.

4 – Viagem corporativa intergeracional

De acordo com o atendimento executivo da Seven Thinkers, a abordagem “skip-gen” transcende as diferenças geracionais, permitindo que as diferentes faixas etárias se unam. Nas viagens de incentivo, os colaboradores mais experientes têm a oportunidade de compartilhar suas experiências e insights com os mais jovens, enquanto estes trazem uma perspectiva inovadora e novas ideias para a equipe. 

“Assim como a viagem Skip-gen, em que os avós viajam com os netos, as viagens corporativas intergeracionais reúnem colaboradores das gerações X, Y (millennials) e Z em uma jornada compartilhada”, diz Gustavo Estevam.

5 – Destinos com “Day Out” Integrado

Uma tendência crescente em viagens corporativas é a busca por destinos que ofereçam uma experiência completa, incluindo um dia de “day out” ou descanso, para que os colaboradores não sintam a necessidade de tirar “férias das férias” ao retornar ao trabalho. Para Gustavo Estevam, esta abordagem proporciona momentos de relaxamento e lazer, e, assim, equilibra o trabalho com momentos de descanso e diversão.

Como escolher o destino ideal para a viagem de incentivo?

Paisagem de San Carlos de Bariloche, Río Negro, Argentina
San Carlos de Bariloche, Río Negro, Argentina. Foto: Alejandro Cuffia

Para acertar na escolha do local, é importante definir o objetivo desta viagem, isto é, o que busca despertar nos participantes. Agências especializadas neste mercado podem ajudar a planejar uma viagem efetiva para solucionar a demanda. Em termos amplos, podemos recomendar que:

  • Se o objetivo é inspirar colaboradores e oferecer experiências memoráveis, os destinos exóticos são ideais. Viagens à Amazônia e à Patagônia, na Argentina, por exemplo;
  • Para empresas que buscam promover o equilíbrio e o bem-estar de seus funcionários, retiros de spa, resorts e destinos com foco em atividades ao ar livre são boas escolhas;
  • Se o objetivo é integrar os colaboradores e promover conexões genuínas, destinos culturais e históricos são uma boa pedida. Cidades como Olinda (RE) e Ouro Preto (MG), por exemplo.