Experiência de Marca

Ipod no palito é o grande resultado brasileiro em Cannes

Ipod no palito é o grande resultado brasileiro em Cannes

Um dos mais expressivos resultados de agências com o capital 100% brasileiro em Cannes foi o da  Bullet que, em 2007, recebeu o desafio de criar algo diferente para a tradicional promoção “palito premiado” que a Kibon já realiza há mais de 20 anos. “Tinha que ser divertido, motivar a compra, fácil de participar, não ter gargalos como postos de troca…enfim, um briefing difícil, que confiaram à Bullet, sem concorrência”, lembrava á época o Mentor Muniz Neto . Veio a sensacional idéia de colocar iPods Shuffle dentro dos picolés. Esqueça a clássica troca de palitos por prêmios. Você comprava um Fruttare, abria a embalagem e corria o risco de ser um dos 10 mil felizardos a ganhar o mp3 player da Apple. A idéia era muito boa, mas será que a -30ºc um iPod Shuffle aguentaria? Durante 8 meses a empresa trabalhou com a Apple nisso. 

Foram investidos mais de R$12 milhões para que o sonho se tornasse real. Criou-se uma embalagem especial feita de silicone e fibras de vidro onde veio o player dentro, embalado à vácuo. 

E não adiantava botar contra a luz, chacoalhar, tentar quebrar. A operação foi tão perfeita que era impossível identificar a embalagem dos picolés de verdade. Resumindo: você comprava um Fruttare e achava o iPod Shuffle. Os fones + manual + carregador eram solicitados pelo 0800 e chegavam na sua casa junto com um picolé geladinho.

Um mês antes de lançar sua campanha publicitária e uma semana antes de lançar a promoção, a ação já gera boca-a-boca dentro e fora da internet. Aliás essa já era a expectativa da Kibon.

O fato é que a notícia gerou tanto buzz on-line que foi parar lá fora. Destaque para o Gizmodo, importante blog na área de tecnologia e tendências. Tanto que influenciou outros blogs estrangeiros a comentarem sobre o assunto. 

Teve até blog alemão efinlandês falando sobre isso. No Brasil mais de 200 blogs já repercutiram a promoção. Fora os comentários, que ajudam a aumentar o coro. 

“Grande parte deste sucesso deve-se aos executivos do cliente que tiveram a coragem de bancar internamente este projeto” lembrava Fernando Figueiredo após a conquista de dois leões de bronze em Cannes 2008, referindo-se a Patrícia Borges e Alexandre Bouza, do marketing da Kibon, que aprovaram esta ação. Os anos passaram e se mantém esta mística no mercado de live marketing brasileiro: muitos projetos audaciosos não saem do papel por falta de coragem dos executivos responsáveis pela aprovação. 

Parte pela juniorização, parte pelo conforto que significa não arriscar muito o prestígio dentro da corporação. Por Julio Feijó Neto