Pesquisa

Estudo aponta que, no Carnaval, foliões foram mais seletivos e preferiram conforto e exclusividade

Levantamento da Ingresse indica que, em 2025, o perfil do consumidor mudou, com decisões tomadas de última hora e preferência por eventos fechados

O Carnaval de 2025 revelou uma mudança no comportamento do consumidor, de acordo com estudo produzido pela plataforma Ingresse. Segundo os dados, mais da metade dos foliões deram preferência a eventos fechados, prezando por mais conforto e exclusividade, como camarotes.

A pesquisa considerou 1.786 clientes ouvidos pela plataforma juntamente com a Blacktag, marca do mesmo grupo. O levantamento foi conduzido entre 6 e 12 de fevereiro deste ano, estipulando um perfil de consumo diferente dos anos anteriores: hoje, o folião é mais seletivo, mais digital e mais exigente, buscando mais bem-estar ainda que no meio da festa.

Conforme a idade aumenta, também crescem os gastos, mas estudo mostra que Carnaval também mudou para os jovens

estudo carnaval ingresse
Foliões deram preferência a experiências mais exclusivas no Carnaval de 2025 (Imagem: Ingresse/Divulgação)

Um dado interessante do estudo da Ingresse mostra que o Carnaval muda suas preferências conforme a idade do público avaliado.

De acordo com o documento, os mais velhos — pessoas com 35 anos ou mais — gastaram cerca de R$ 1.000 em serviços, priorizando ofertas como banheiros limpos e exclusivos, disponibilidade de estruturas na sombra, distribuição de água ou áreas de descanso.

Paralelamente, o público mais jovem, embora mais aberto em suas exigências, também mudou de perfil: no geral, pessoas com idades menores ao recorte mencionado acima preferiram ocasiões de cuidados pessoais, como eventos de turismo cultural ou esportes ao ar livre.

“As pessoas buscam, cada vez mais, experiências alinhadas ao seu estilo de vida e expectativas. Isso significa que o Carnaval segue forte, mas com novas demandas: conforto, exclusividade e personalização se tornaram fatores decisivos na escolha de eventos”, destaca Gabriel Benarrós, CEO da Ingresse.

É importante ressaltar que, em se tratando do Carnaval, o estudo da Ingresse não separa “eventos fechados” de “eventos de rua”. Estes últimos seguem em alta, mas a informação original ainda prevalece: desfiles urbanos com camarotes exclusivos, por exemplo, atendem a ambas as categorias.

Outro ponto de interesse é o de que o Carnaval vem deixando para trás o rótulo de “agito”, com a maior parte dos foliões buscando por experiências híbridas: ainda que a festa seja o símbolo do período, muita gente buscou opções de relaxamento e descanso — em especial o público de 18 a 24 anos.

Decisões de última hora, avanço pelas redes sociais e Ivete Sangalo: o que mais o estudo da Ingresse diz sobre o Carnaval

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A pesquisa sobre o Carnaval mostra que a Inverse quis traçar um panorama bastante generalizado, abordando diversos tópicos de interesse do público.

Dados como a fonte de descoberta de novos eventos (redes sociais, majoritariamente), artistas mais citados (Ivete Sangalo, Anitta e Léo Santana, nesta ordem) e uma necessidade dinâmica de presença por parte das redes permeiam o documento.

Veja os dados resumidos abaixo:

Preferências por tipo de evento

  • 67% preferem eventos fechados.
  • 54% preferem camarotes.
  • 55% ainda se interessam por blocos de rua

Comportamentos por faixa etária

Maiores de 35 anos

  • Gastam mais de R$ 1.000 no período, dando preferência a eventos com banheiros limpos, sombra, água potável, áreas de descanso

Jovens (18 a 24 anos)

  • Preferem o turismo cultural, esportes ao ar livre e autocuidado. Esta faixa também relata dificuldade para encontrar eventos com boas políticas de acessibilidade (PcDs)

Carnaval além da folia

  • 52% também priorizam: relaxamento, meditação, turismo, esportes

Comportamento de compra

  • Cerca de 50% decidem o que fazer na semana do evento ou até dias antes
  • Apenas quem viaja para festas fechadas compra com antecedência

Fontes de informação para decidir eventos

  • 71%: Redes sociais dos próprios eventos
  • 69%: Plataformas Ingresse e Blacktag

Artistas mais citados

  • Ivete Sangalo (13%)
  • Anitta (12%)
  • Léo Santana (7%)

Já na parte dos estilos musicais mais curtidos, não houve muita fuga do que já se esperava, com axé, funk e música eletrônica tomando a frente. Vale citar, no entanto, que “música eletrônica” foi um termo usado de forma generalista, já que não há uma categorização mais específica dentro deste setor, contemplada pelo estudo.

  • Axé (46%)
  • Funk (43%)
  • Música eletrônica (21% – preferência entre jovens)

Hábitos de consumo

  • 80% curtem o Carnaval com amigos
  • 46% participam por até 3 dias
  • 64% usam transporte por aplicativo

Com base nessas conclusões, as ativações das marcas devem apostar em campanhas digitais ágeis, personalizadas e em tempo real. Ao usarem suas plataformas de venda como hubs estratégicos, os organizadores podem antecipar expectativas e facilitar a jornada do público.

A ascensão de festas fechadas e camarotes demonstra que o conforto deixou de ser luxo para virar requisito. Em suma, a combinação de dinamismo, segmentação e conveniência define o futuro do entretenimento.

O estudo completo está disponível no site oficial.

Rafael Arbulu

Redator

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.