Thais Soares

Economia da atenção e o necessidade da experiência significativa

Times Square, repleta de anuncios, representa a economia da atenção
Foto: Canva

A disputa pelo olhar, pelo clique e pela permanência tornou-se o grande jogo do século XXI. Na chamada economia da atenção, onde cada segundo de foco humano é monetizável, não há espaço para marcas mornas, genéricas ou desconectadas do seu tempo. O desafio não está apenas em ser notado, mas em ser inesquecível — e isso exige muito mais do que campanhas criativas. Exige experiência significativa e posicionamento com propósito.

Como mestranda em Administração de Empresas pela FGV, tenho me debruçado sobre um ponto central da gestão contemporânea: a construção de marcas como plataformas vivas de conexão simbólica com a sociedade. Em tempos de excesso informacional e exaustão cognitiva, onde a lealdade é cada vez mais fluida e a distração é uma constante, os consumidores não buscam apenas produtos. Eles buscam sentidos, valores, identidades — e isso se revela nas suas decisões de compra, engajamento e fidelidade.

A experiência de marca não é um acessório estético. Ela é o principal vetor de diferenciação. É nesse ponto de contato — emocional, sensorial, narrativo — que a confiança se constrói ou se rompe. O consumidor atual é sensível ao tom, à linguagem, às causas que a marca apoia, aos silêncios que ela escolhe manter. Marcas que não acompanham os movimentos culturais correm o risco de se tornarem anacrônicas — mesmo que continuem operando.

A economia da atenção exige que marcas compreendam o seu papel social. Não basta “estar nas redes”; é preciso compreender os códigos das comunidades, dialogar com autenticidade e entregar valor emocional real. A experiência precisa ser coerente em cada etapa da jornada: do primeiro anúncio ao pós-venda, do atendimento à estética visual, da narrativa à prática interna.

As empresas que lideram esse novo mercado já entenderam que o branding não se limita à imagem, mas atravessa cultura, estratégia, gestão de pessoas e inovação. Marcas como Patagonia, Apple e Natura não vendem só produtos — vendem histórias, causas e pertencimento. E, por isso, criam legados.

Se a sua marca ainda pensa em atenção apenas como um número no Analytics, você está atrasado. Porque atenção não se mede apenas — se honra. E toda atenção capturada exige uma entrega que transforme percepção em confiança, e confiança em conexão duradoura.

Thais Soares
Thais Soares

Experiência de marca

Com experiência em finanças e marketing, Thais Soares é atualmente diretora de Marketing na Ambev, liderando Mike's Ice e Brutal Fruit. Sua trajetória inclui sólida atuação em impulsionar estratégias de marca inovadoras, representativas e com conexão genuína com o público em grandes empresas como Unilever, Avon, Grupo Boticário, Riachuelo e L'Oréal. Destaca-se por seu perfil analítico e criativo, visão de mercado, foco em resultados e habilidade em liderar equipes multidisciplinares e projetos complexos.

Com experiência em finanças e marketing, Thais Soares é atualmente diretora de Marketing na Ambev, liderando Mike's Ice e Brutal Fruit. Sua trajetória inclui sólida atuação em impulsionar estratégias de marca inovadoras, representativas e com conexão genuína com o público em grandes empresas como Unilever, Avon, Grupo Boticário, Riachuelo e L'Oréal. Destaca-se por seu perfil analítico e criativo, visão de mercado, foco em resultados e habilidade em liderar equipes multidisciplinares e projetos complexos.