Coluna Arte e Criatividade

Como posso andar pelo mundo?

Um mergulho em reflexões culturais pós-revival de 'Sex and the City', que destacam artistas afro-americanos e talentos brasileiros. Uma jornada de descoberta e reconhecimento cultural.

Isaac Silva

Casa de Criadores - Inverno / 2018

Novembro / 2017

foto: Marcelo Soubhia / Fotosite
Isaac Silva Casa de Criadores - Inverno / 2018 Novembro / 2017 foto: Marcelo Soubhia / Fotosite

Começar algo ou conhecer pessoas pode ser um pouco assustador. Dizer quem você é, com o que trabalha, quais os lugares que já visitou e as experiências que já viveu… dá uma certa preguiça, né?

Por isso, quero abrir essa coluna para contribuir com a sua jornada criativa com um toque de familiaridade – você provavelmente já ouviu falar sobre a aclamada série americana Sex and City, baseada no livro homônimo de Candace Bushnell, e que foi transmitida pela HBO entre 1998 a 2004.

Bem, essas histórias, que parecem tão distantes e ao mesmo tempo tão cotidianas, não chegaram ao fim. Em 2021 a série ganhou um revival, intitulado And Just Like That, que também é transmitida pela HBO.

Mas antes que você ache que essa é uma coluna sobre cinema e entretenimento, saiba que a intenção verdadeira era citar o episódio 4 da primeira temporada, que apresenta a personagem Lisa Todd Wexley, na atuação brilhante de Nicole Ari Parker.

Para um pouco de contexto – Lisa é uma espécie de socialite novaiorquina bem-sucedida, e nesse episódio é intimidada pela sua sogra, Eunice Wexley (Pat Bowie) que propositalmente confronta um movimento importante da cultura americana – a política de respeitabilidade e orgulho em relação ao estilo afro-americano, bem como o que significa ser negro e ter sucesso na América.

E de forma graciosa e imponente, Charlotte York (Kristin Davis), se apresenta como marchand e rebate as provocações apoiando as escolhas de Lisa ao adquirir obras de grandes artistas afro-americanos que marcaram sua presença no mundo. São eles:

– Gordon Parks | Diretor de cinema, fotógrafo, músico, poeta, jornalista e ativista

 (1912 – 2006, Kansas/EUA)

– Carrie Mae Weems | Artista-plástica e fotógrafa

 (1953, Portland/EUA)

– Deborah Roberts | Artista-plástica e jornalista

 (1962, Austin/EUA)

– Barkley Hendricks | Pintor e fotógrafo

 (1945 – 2017, Filadélfia/EUA)

– Derek Adams | Artista visual e curador

 (1970, Baltimore/EUA)

– Mickalene Thomas | Pintora

 (1971, Camden/EUA)

Artistas que por muitas vezes não receberam a atenção que mereciam. E não precisamos viajar tantos quilômetros para encontrar esse mesmo cenário no Brasil. Por isso, aqui vão algumas indicações pessoais de nomes que gostaria que também recebessem maior atenção.

– Rimon Guimarães | Artista visual

 (1988, Curitiba/PR)

– Isaac Silva | Estilista, empresária e influenciadora de moda

 (1989, Barreiras/BA)

– João Incerti | Estilista e designer

– Talita Persi | Artista visual e tatuadora

– Renan Benedit | Fotógrafo e diretor

 (1997, Salvador/BA)

Para encerrar essa primeira edição, gostaria de agradecer a Promoview, a casa das experiências e das marcas, pelo convite, envolvendo-os nessa conversa, por meio de um trecho de entrevista retirado da The Hollywood Reporter, e sabiamente colocado pela Nicole Ari Parker:

“Como posso andar pelo mundo, não abandonando nenhuma história e não avançando tanto a ponto de esquecer outras? Como faço para criar esse espaço para mim e ainda me sentir livre? E ainda sentir que tenho um propósito e uma vocação?”

Até a próxima!

Julia Padula

“How do I move through the world, not abandoning any history and not forging so far ahead that I forget others? How do I make this space for myself and still feel free? And still feel that I have a purpose and a calling?”