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Viagens corporativas terão de ser ainda mais justificadas

Se os budgets para viagens a negócios serão menores nas empresas, serão realizados menos deslocamentos, mas estes serão mais importantes.

A HRS realizou no dia 23 de março, o “Corporate Lodging Forum 2021”, e, assim como em 2020, a edição deste ano precisou ser virtual, devido à pandemia de Covid-19. 

Em um dia com palestras voltadas para a região das Américas, foram apresentados insights e visões de como as viagens corporativas poderão ser no futuro.

As principais novidades do mercado M.I.C.E estão aqui.       

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“A pandemia nos mostrou mais ainda que a interação humana, o trabalhar junto, é essencial. Estamos vendo que a demanda de viagens corporativas que conhecemos possa estar se perdendo – com uma estimativa de redução de um terço – e que uma grande parte delas seja substituída por essa nova realidade de trabalho.”, disse o CEO da HRS, Tobias Ragge. 

“Os-fornecedores continuarão enfrentando desafios, por isso, é importante ser estratégico com as parcerias comerciais. Vejo uma oportunidade, já que as viagens e a nova forma de trabalhar trarão tendências de estar mais perto do que nunca dos parceiros.”, completa o executivo.

Se os budgets para viagens a negócios serão menores nas empresas, serão realizados menos deslocamentos, mas estes serão mais importantes.

Haverá um número menor de viajantes, que serão escolhidos a dedo para viajar. Isso acabará influenciando nas políticas e em todo o programa de viagens de uma corporação.

“Com isso, talvez a categoria de viagens perca um pouco da importância na perspectiva da área de procurement, já que gastará menos dinheiro que outros departamentos da companhia. Mas o duty of care e o bem-estar do viajante estão ainda mais em evidência. Na gestão de viagens veremos mais dados e alguns avanços tecnológicos em relação aos hotéis e companhias aéreas.”, pontua o consultor para Indústria da tClara, Scott Gillespie.

Runiões virtuais x Sustentabilidade 

Um dos principais tópicos dessa geração e da próxima é a sustentabilidade. Com a meta de chegar à neutralidade de carbono até 2050, empresas terão de ter visão estratégica sobre o assunto para continuar existindo. 

Apesar de a emissão de carbono nas viagens corporativas ser pequena em comparação às grandes fábricas e indústrias, por exemplo, sustentabilidade é um KPI bastante importante no programa de viagens. Os encontros presenciais são vitais e voltarão, mas como balancear essa relação?

Esta será a pergunta crítica. É uma grande necessidade de as companhias entenderem qual será a maneira de justificar qualquer viagem que alguém da empresa vá fazer. 

Por que não fazer por zoom? Aquele deslocamento terá de ser justificado, e, as decisões relacionadas às questões sustentáveis que os viajantes terão de tomar só vão crescer.”, afirma Gillespie.

No entanto, sabe-se que as reuniões face to face são essenciais e não vão acabar. Apesar de as virtuais serem mais baratas, livres de carbono e fáceis de agendar, elas trazem alguns riscos que devem ser considerados, como a relutância dos participantes de fazer perguntas difíceis, motivação insuficiente, objetivos irreais e participação passiva.

“Os encontros digitais têm vantagens e desvantagens, mas é preciso pensar na importância de minimizar esses riscos que eles podem causar e olhar para a importância de se encontrar com pessoas.”, finaliza o consultor. 
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