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Jogadores da NBA boicotam jogos por ato de racismo nos EUA

Atletas que jogariam na quarta e quinta-feira pelos Playoffs da NBA não entraram em quadra, bem como as jogadoras da WNBA.

A noite de quinta-feira (27), foi mais uma de boicote dos jogadores aos Playoffs da NBA. Os atletas seguirão se recusando a entrar em quadra como protesto contra a violência policial contra os negros nos Estados Unidos. A seguir, a Liga deve voltar.

Sendo assim, as partidas de quinta (27), entre Utah Jazz contra Denver Nuggets e Dallas Mavericks versus Los Angeles Clippers, não aconteceram, completando o boicote a todos os jogadores ainda envolvidos nos Playoffs, que teve início na quarta-feira (26).

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A ideia da Liga é retomar a competição hoje (28), mas os jogadores ainda não se posicionaram sobre uma data de retorno. 

Apesar da indefinição, eles já decidiram que vão voltar a jogar o restante da temporada e espera-se que isso aconteça até o fim de semana.

As jogadoras da WNBA, a Liga Feminina de Basquete, seguiram a decisão e também não jogaram na rodada de quinta-feira. As atletas declararam como o “Dia de Reflexão“, um dia de mobilização.

“Isso é tão triste”

O técnico dos Clippers, time que jogaria na noite de ontem (27), mas aderiu ao boicote, foi um dos que mais mostrou indignação com o último episódio de violência contra negros nos Estados Unidos. 

Na noite de terça (26), ele deu uma entrevista marcante sobre o caso envolvendo Jacob Blake, que, desarmado, tomou sete tiros nas costas disparados pela polícia, em frente aos três filhos.

“É tão duro apenas ficar assistindo a aquele vídeo. Não precisa ser negro para ficar indignado. Que pai branco tem de falar com seu filho para ter cuidado quando for parado pela polícia? É tão ridículo, e não tem mudança, não tem acusações. Breonna Taylor, sem acusações, nada! Tudo o que estamos pedindo é que se viva de acordo com uma constituição.”, disse, dentre outras declarações.

Boicote geral

A brutalidade policial contra Blake, que está internado em estado grave, gerou muita indignação na bolha da NBA, já envolvida na onda do Black Lives Matter

A revolta culminou na decisão de boicotar a rodada de quarta (25), tomada inicialmente pelos jogadores dos Bucks, de Milwaukee, cidade localizada no Estado de Wisconsin, o mesmo onde o caso de Blake ocorreu.

No começo da noite, o time dos Bucks veio a público e leu um pronunciamento, deixando claro o motivo da atitude que iniciou o boicote. Segundo eles, “Não era momento de se jogar basquete”.

Os jogadores dos Bucks enfrentariam os do Orlando Magic pela quinta partida da primeira rodada dos Playoffs da NBA, na Conferência Leste. Com isso, o time se tornou a primeira equipe da história a boicotar uma partida de mata-mata na Liga de Basquete Americano. 

Logo depois, os jogadores do Orlando aderiram ao protesto, que gerou também o cancelamento dos outros dois jogos da noite, entre Lakers x Portland e Houston x Oklahoma. O boicote ficou ainda maior, chegou a WNBA, MLB, MLS e até ao torneio de tênis de Cincinnati.

As atletas do Washington Mystics, da WNBA (Liga de Basquete Feminino dos Estados Unidos) chegaram para a partida da equipe, que também não aconteceu, com camisas brancas com sete furos nas costas, em alusão ao que aconteceu com Jacob Blake

Jogadoras do Washington Mystics com camisas furadas (Foto: Twitter/WashMystics).

Diversos outros atletas e personalidades do esporte, como comentaristas e ex jogadores, se posicionaram apoiando o protesto dos Playoffs da NBA. Rejeitaram, inclusive, a marca de “adiamento” dos jogos, reforçando que trata-se de um boicote.