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Quanto irá valer um abraço de gol na arquibancada?

Já podemos afirmar que o consumo do futebol migrará cada vez mais para os meios digitais, e, mais do que isso, irá se diversificar dentro do meio.


Chegamos-no mês de dezembro de um ano totalmente atípico, que exigiu um nível de adaptação dentro do mercado do futebol nunca antes visto. 

Todas as condições sanitárias impostas, ainda que insuficientes para conter totalmente o avanço do vírus, trouxeram uma nova realidade para quem joga e uma experiência completamente diferente para quem assiste.

As instruções dos técnicos à beira do gramado, o barulho do impacto da bola ao ser chutada, os gritos de um atleta que recebeu uma pancada, o diálogo entre os jogadores, enfim, o silêncio das arquibancadas trouxe com ele novos elementos para as transmissões. 

Os clubes fizeram o possível para suprir essa falta do calor humano, com gravações dos hinos da torcida nos alto falantes, fotografias de torcedores em manequins, até mesmo uma torcida virtual, porém nada substitui o maior ativo do futebol: A presença do torcedor(a)!

Torcida-comemora gol do Flamengo em 2018 (Foto: Stephan Eilert/Agif).

O momento da volta das competições foi o primeiro marco dentro desse “novo mundo”, e um jogo do Borussia Dortmund contra o Schalke 04, trouxe um frisson e expectativa que o campeonato alemão nunca havia tido durante sua história. 

Na própria Alemanha, o jogo bateu recordes históricos de audiência da própria competição. Interessante observarmos que a nova realidade das pessoas também impactou nos números das transmissões dos jogos aqui no Brasil, independente dos horários. 

O home office trouxe uma flexibilidade maior para o telespectador e pudemos acompanhar, em uma terça-feira, em pleno horário comercial, picos de 2,9 milhões de pessoas assistindo no Facebook a semifinal da Champions League entre PSG e Atalanta.

Já podemos afirmar que o consumo do futebol migrará cada vez mais para os meios digitais, e, mais do que isso, irá se diversificar dentro do meio. 

O público continuará a acompanhar os jogos em diferentes plataformas. Essa acessibilidade facilitada a conteúdos cada vez mais personalizados, conecta os torcedores aos seus clubes, seus ídolos e a outros torcedores que compartilham da mesma paixão e respaldam suas opiniões. 

Por conta disso, estarão cada vez mais dispostos a consumir conteúdo de veículos que explorem de maneira genuína essa obsessão pelo esporte mais popular do país.

O próximo passo dentro desse cenário, mesmo sendo impossível fazer um prognóstico de quanto tempo levará, é a volta gradativa dos torcedores para os estádios. 

As marcas que estiveram ao lado do torcedor durante a pandemia, estão colhendo um engajamento sem precedentes, e com a volta dos fanáticos ao seu lugar cativo nas arquibancadas, os que permaneceram fiéis a essa jornada de paixão, terão amplo destaque nesse segundo grande marco do futebol.

A pandemia trouxe muitas mudanças, porém o amor, e a necessidade do torcedor em acompanhar seu time de coração o mais perto possível, permaneceram inabaláveis. 

Algumas marcas enxergaram essa oportunidade única e embarcaram no desafio desse novo jeito de falar sobre futebol. A Nissan começou a falar sobre Champions League muito antes de qualquer outra marca. 

Mais recentemente, o Guaraná Antarctica voltou a ativar (de maneira genial) seu patrocínio ao futebol feminino, oferecendo visibilidade a outras marcas que comprarem sua ‘briga’ em suas latinhas.

Enfim, podemos criar todas as ferramentas para que a paixão da torcida possa ser estimulada independente dos fatores externos, porém, nada consegue substituir o verdadeiro e sincero ato fraterno, a comunhão e cumplicidade de dois estranhos, o extravasar das emoções e sentimentos represados por tanto tempo: A comemoração e o abraço na hora do gol!