Experiência de Marca

Qual o valor da sua agência?

Quem não se dá valor, desvaloriza o ambiente em que vive, retira valor de seus players e parceiros e se torna sparring de todo tipo de gente/cliente, especialmente as sem valor também.

Artigo publicado originalmente em 11/06/2018

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Insisto. Quem não se dá valor, desvaloriza o ambiente em que vive, retira valor de seus players e parceiros e se torna sparring de todo tipo de gente/cliente, especialmente as sem valor também. Aí, naufraga na incerteza de um caráter duvidoso, que vive roubando botes e torcendo para todos ao seu redor afundarem.

O que sobra? Do navio-empresa que é, vai virando lancha, barco, bote, e, no fim, só uma boia, na qual se agarra, e, sem valor que é, continua com os argumentos do tipo: todo mundo faz isso… farinha pouca minha boia primeiro… a gente baixa o preço e tira dos fornecedores… a gente não paga os impostos… os fornecedores… os salários… glub, glub, glub, glub.

Foto: Reprodução.

É, eu sei. Você já viu esse Titanic por aí. Mas uma luz, um navio, um bálsamo de esperança e rota surgiu: OS PRÍNCIPIOS DE UMA AGÊNCIA DE VALOR.

Trabalho sério que, hoje, tem seu segundo workshop na sede da Ampro para agências que sentem, e querem, valor.

Sua agência já foi? Já participou? Se você é de São Paulo e ainda não participou, fique tranquilo, pois haverá mais workshops na cidade.

Se é do Rio, tranquilize-se também porque ele acontecerá no dia 26 de outubro. Se do Nordeste, Norte, Sul, Centro-Oeste, … relax total, porque o workshop vai acontecer em todas as regiões do Brasil e eu vou informar por aqui as datas.

Semana passada, tratei do primeiro princípio de valor. Hoje, trato de mais quatro deles, porque acredito, e olha que eu sou bem crítico, que as soluções de nossos maiores problemas começa a ter um norte com eles.

Então, o Princípio 3 da lista preconiza que devemos priorizar concorrências que escolham agências por meio de processos que atestem habilidades e experiências, tais como: tempo de existência no mercado (um ano, pelo menos. Falamos de concorrências de porte, portanto, pode ficar calma com os trabalhos pontuais), infraestrutura comprovada, potencial de entrega, referências de trabalho, cases de sucesso e política de preços.

Por isso, o Princípio 2 coloca a Associação à Ampro e a Certificação pela entidade como princípio determinante. E, antes que você se preocupe, pensando que a certificação é algo dificílimo e que beneficia essa ou aquela agência, saiba que as informações necessárias e de triagem são simples e objetivas: documentação da agência; comprovante de que está com os impostos em dia; comprovação de estrutura mínima necessária, ou seja, tem sede em algum lugar; cases de sucesso e referências de clientes, por exemplo.

Observe como os Princípios 2 e 3 se completam.

Já os Princípios 4 e 5 buscam nos defender das artimanhas do cliente (é bom lembrar que os Princípios da Agência de Valor têm similaridade e espelho nos Princípios do Cliente de Valor, que, por sinal, receberão o documento) e colocar pilares de relação que os clientes passarão a conhecer, pois estão em sintonia com princípios éticos necessários ao funcionamento do nosso mercado.

O Princípio 4 diz que, quando formos chamados para concorrências por projetos ou “job a job” devemos EXIGIR briefings detalhados, lista das agências participantes, prazos razoáveis para a entrega do trabalho e budget definidos.

Aí, já até ouço gente falando que o cliente não vai dar isso, que ele vai ficar chateado e não te chamar mais, que vai aquilo…

Cliente não está nem aí para agências sem valor. Ou você mostra valor ou sempre ele vai tratá-lo como subserviente e “esparro” de suas cismas.

Quando você pediu alguma dessas coisas que o Princípio pede a um cliente? Pense: perguntar, pedir com educação, ofende? Somos empregados do cliente ou possíveis fornecedores e profissionais para resolver um problema dele?… Respondeu na sua cabeça?

Pois bem. Como uma agência séria e de valor vai fazer um projeto ou trabalho se não tiver um briefing bem detalhado? Veja que se o cliente não dá informações detalhadas sobre o que ele mesmo quer, ou ele já tem quem vencerá o processo (alguém que não precisa de um briefing porque já conhece o projeto ou pode ligar para ele mais tarde, ou conversar num encontro num bar…) ou ele não sabe fazer briefing, e, se for esse último o caso, você não terá nenhum critério lógico ou honesto na escolha do vencedor.

Se ele não quer dar a lista de participantes, das duas uma: ou são tantos que nem ele sabe quem e quais são – desculpa aí, se liga, você pode estar fazendo só número em uma dessas concorrências em que se roubam ideias e se diminuem preços, por conta da multidão de agências envolvidas, sem parâmetro de equivalência; ou ele está escondendo algo e o processo é viciado ou sem transparência. Entenda, foi em concorrências e licitações com essa premissa que surgiu o maior escândalo de corrupção do País. Ninguém sabia contra quem disputava as licitações e só as mesmas ganhavam. Deu no que deu.

E não há como entregar um bom trabalho em prazos de dois dias ou três. Novamente, alguém está levando vantagem: Quem já faz sempre o projeto ou quem já o tem pronto. E aí, você só faz, e gasta números $$$, mesmo.

Cliente de valor sabe que um bom trabalho tem um tempo para ser feito, especialmente quando ele chama agências novas para o processo. Ou você acha que o cliente não sabe disso, que o tempo é curto? Se não sabe, não é profissional e não entende do que faz.

Na maioria das vezes que isso acontece, ele te dá um prazo impossível de entrega, você cumpre, aumentando seus custos, e ele, simplesmente, não te dá respostas ou leva mais de cinco dias para dar o resultado. Ou não é assim?

Se ele tinha tanto tempo disponível para te responder, por que não deu mais uns dois, três dias para você trabalhar?

O Princípio 5 é uma retomada de valor, o “For or Pay” , qual seja: chame até quatro agências para sua concorrência ou pague todas as participantes.

Ele diz: Defendam o sistema “For or pay”, incentivando processos de concorrência com, no máximo, quatro agências, contribuindo assim para eliminar o alto risco e investimento em recursos humanos e materiais por parte de agências.

Eu sei que parece difícil. Talvez seja o mais difícil de todos. Mas veja que esse é um princípio da Ampro que, pasmem, já deu resultados no Rio e em São Paulo com clientes que o entenderam.

Clientes de valor entenderão. Isso porque eles também têm mais custos quando têm que atender mais de quatro agências. Além do fato de que a escolha, se não for viciada e desonesta, fica prejudicada, porque o correto é atender todas as agências no mesmo dia, em igualdade de condições, com a atenção plena e igual dos avaliadores.

Como conseguir isso com dez agências se apresentando? Como ficam as cinco últimas? E as que se apresentarem no segundo dia? Podem se beneficiar de algo que as que se apresentaram no primeiro tenham feito e ela não faria?

Nem pense, porque pensar dá raiva né.

É isso, um começo.

Tem coisa a dizer? Experiências ruins, antiéticas, desonestas, desastrosas, quem sabe boas, relevantes e profissionais com clientes? Vá em http://ampro.com.br/fala-mais e deixe sua mensagem. Ela só será divulgada com sua permissão e seu nome será preservado.

Essa é outra iniciativa que vai nos ajudar a identificar quem é quem entre os clientes.

E isso tem valor. Como cada um de nós deve ter. Como nosso mercado precisa ter para que nos vejam como um grupo de profissionais e não como empregados sem carteira, sem salário, sem respeito que só otimizam custo e fazem o que se manda.

Por falar nisso, qual o valor da sua agência para o seus clientes?

Dá para saber?