Você passou por algum outdoor hoje? Ou viu um anúncio patrocinado de marcas, em seu Instagram? Não preciso nem ir tão longe: olhe o outfit de quem está ao seu lado. Reparou nas marcas? Estão nas roupas, calçados, óculos, fones de ouvido, smartphones, bolsas e relógios. Isso não é coincidência. Segundo a Media Dynamics Inc, somos literalmente bombardeados por 362 anúncios de marcas todos os dias.
Mas pra ser sincera, isso não significa tanto assim. E eu vou te explicar o porquê.
Dos 362 ads que vemos por dia, apenas 153 prendem a nossa atenção. Desses, conseguimos lembrar de aproximadamente 86. No fim das contas, apenas 12 anúncios geram impacto ou engajamento. Mas então você me pergunta: como engajar da forma correta? É muito simples, volte à estratégia mais antiga e promissora do mercado, o boca a boca (buzz marketing).
Trabalhando no backstage das ativações de marcas, eu tenho observado um movimento quase corriqueiro de campanhas megalomaníacas para atingir o público (que muitas vezes já é nichado). Essa percepção vem logo após as reuniões com stakeholders ou conversas com lideranças, já que na visão deles, apostar alto e investir em grandes campanhas é o fator decisivo para o “sucesso”. Mas não é.
Vou dar um exemplo para ilustrar. Um mapeamento recente da Wisernotify, apontou que 88% dos consumidores globais confiam nas recomendações de amigos e familiares, mais que qualquer outra estratégia. Em outras palavras, você pode gastar uma cifra de dólares em uma campanha na Times Square (NY), mas se o nome do seu produto/marca não tiver na boca do povo, lamento, você vai fazer parte, no máximo, dos 153 anúncios que prenderam nossa atenção. E vida que segue.
A verdade é que o boca a boca evoluiu (e muito). Hoje ele vive nas avaliações do Google, em estrelas dos e-commerces, nos vídeos espontâneos do TikTok e Kawaii, ou nos comentários do YouTube. Para se ter uma ideia, o boca a boca é tão importante que 95% dos consumidores se apoiam em avaliações online de outros usuários, antes de seguir com as compras, ainda conforme a Wisernotify. Isso mostra o quanto o consumidor atual tem receio de consumir algo que não esteja validado socialmente. Não por marcas. Por pessoas reais.
E quem entendeu isso está anos-luz à frente: Netflix, Natura, Ifood, Heineken, Bradesco e Petrobras. Essas são marcas que se desenvolveram e aproveitaram para estar nas rodas entre jovens, mulheres, empresários e empreendedores, amigos ou investidores. O boca a boca sempre estará atrelado à confiança. Eu confio. Eu consumo. Eu indico. Para construir isso, são anos de posicionamento e consistência. Não existe atalho quando o assunto é gerar confiança. Cada interação conta. O consumidor moderno está atento; ele percebe incoerências, valores vazios e promessas não cumpridas.
Por outro lado, quando a marca entrega o que promete (ou até mais), ela naturalmente vira a queridinha do momento. “Ei, você já ouviu falar do que tal marca fez?” Se você é um(a) CEO de marcas e ouviu isso nos corredores, meus parabéns. Afinal, a sua marca deixou 350 concorrentes para trás, ranqueando entre as 12 que engajaram com propósito, estratégia e afeto com a comunidade.
Estratégia de marca
Thainá Pitta é uma mulher preta e baiana, com vasta experiência na produção de grandes eventos corporativos e voltados para o entretenimento, foi coordenadora de eventos nacionais e internacionais do Pacto Global da ONU. Nesse papel, liderou projetos de impacto, incluindo O Futuro é Ancestral, iniciativa que levou indígenas brasileiros para discursar na sede da ONU, em Nova Iorque, durante a semana da Assembleia Geral das Nações Unidas. Especialista em eventos e ESG, já integrou a equipe da Coca-Cola no The Town, Schwepps no Rock in Rio e atuou como executiva de atendimento da Sprite no Festival Afropunk Brasil. Também trabalhou na produção artística do Prêmio da Música Brasileira e do prêmio Sim à igualdade racial.
Thainá Pitta é uma mulher preta e baiana, com vasta experiência na produção de grandes eventos corporativos e voltados para o entretenimento, foi coordenadora de eventos nacionais e internacionais do Pacto Global da ONU. Nesse papel, liderou projetos de impacto, incluindo O Futuro é Ancestral, iniciativa que levou indígenas brasileiros para discursar na sede da ONU, em Nova Iorque, durante a semana da Assembleia Geral das Nações Unidas. Especialista em eventos e ESG, já integrou a equipe da Coca-Cola no The Town, Schwepps no Rock in Rio e atuou como executiva de atendimento da Sprite no Festival Afropunk Brasil. Também trabalhou na produção artística do Prêmio da Música Brasileira e do prêmio Sim à igualdade racial.