Sempre que participo de um evento, gosto de prestar atenção no que não está dito. No que se revela nos detalhes, nas escolhas, no jeito de receber. Com a Baden Baden, já estive em grandes ativações, daquelas que movimentam festivais e multidões, e que funcionam muito bem para ampliar presença e visibilidade. Mas, dessa vez, vivi uma experiência diferente, mais intimista. Eu diria, mais cuidadosa.
O motivo era o lançamento da Baden Baden Passion, uma edição limitada para o inverno. O evento aconteceu na Casa Dupac, do casal Ana e Zé, do perfil @dopaoaocaviar. O espaço, por si só, é acolhedor, com uma decoração que mistura bar de hotel, pub londrino e a sala de casa. Já organizei um evento por lá, e uma das coisas que mais me impressiona é a sintonia dos dois, que, neste evento, todos puderam ver. E isso ajuda a criar o que a Baden Baden quis com o evento: conexão, intimidade.
O encontro foi restrito a cinquenta pessoas. E isso foi uma escolha estratégica. Há algo especial em eventos menores. Ao reduzir o tamanho, amplia-se a qualidade da conversa, a atenção, a presença. Um direcionamento cada vez mais comum entre marcas que já têm presença consolidada e agora querem aprofundar vínculos com formadores de opinião e públicos estratégicos.
Patrícia Sakakura, sommelière do Grupo Heineken, conduziu a noite. E aí veio meu primeiro insight: não basta oferecer o produto, é preciso ensinar a vivê-lo. Ela nos guiou em uma jornada sensorial, harmonizando a cerveja de tonalidade rubi com frutas vermelhas e toques florais com pratos previamente pensados, tudo finalizado ao vivo, na nossa frente. E não estou falando só de técnica gastronômica. Estou falando de envolver com explicações, detalhes.
Fomos convidados a nos aproximar da bancada em dois momentos, quando os pratos principais foram finalizados pela Ana e pelo Zé: risoto de beterraba com queijo de cabra e confit de pato com mousseline de mandioquinha e molho de frutas vermelhas. Ambos acompanhando a Passion.
Os convidados estavam próximos, puderam tirar dúvidas, fazer perguntas aos chefs. Ver Ana dar uma colher na boca do Zé para experimentar, igual a gente faz em casa para ver se o tempero está bom. O Zé compartilhou como saber se o arroz do risoto está no ponto certo (quando você aperta um grão, ele tem que se dividir em três. Preciso testar em casa). Isso criou uma sensação de intimidade, como se estivéssemos cozinhando também.
Patrícia comentou algo que ficou comigo: o fato de, no Brasil, ainda não termos o costume de harmonizar cerveja. Ou seja, a marca também se preocupa em educar o paladar, construir cultura em torno do produto. Fiquei surpresa quando nos convidaram a harmonizar a cerveja com as sobremesas, uma pavlova de frutas vermelhas e um cannoli com creme de ricota finalizado com pistache. Normalmente a gente para de beber para comer o doce, né? E não é que combinou? Fica a dica.
A marca aparecia, sim, mas com leveza. No guardanapo, nos aventais, nas prateleiras atrás do bar discretamente preenchidas com garrafas da Passion, e até no chocolate com o logo para quem pediu o café no final. Nada era exagerado. Não era sobre vender. Era sobre fazer parte da experiência com elegância.
Mais do que lançar um novo sabor, a Baden Baden aproveitou a ocasião para mostrar sua vocação de ir além das prateleiras, criando ações proprietárias e relacionamentos genuínos com quem ajuda a contar sua história.
Acredito que vivemos um momento em que as marcas precisam ser mais do que reconhecidas, precisam ser lembradas com afeto e relevância. E isso só acontece quando a experiência é pensada para gerar vínculo, não apenas visibilidade.
Eventos como esse refletem uma mudança importante: o foco está menos na escala e mais na qualidade da conexão. Isso vale especialmente para marcas premium, que não competem por preço, mas por significado.
Saí daquela noite com a sensação de que não estávamos apenas conhecendo uma nova cerveja. Estávamos vivendo o que ela representa.
E você, quando foi a última vez que viveu uma marca e não apenas a consumiu?
Eventos de luxo
Marcella Oliveira é jornalista com especialização em Ciência Política, atua como editora-chefe da Revista GPS|Brasília, a principal publicação de lifestyle e mercado de luxo do Centro-Oeste. Transitando nos universos dos eventos de luxo, turismo, gastronomia, arte, arquitetura, moda e beleza, Marcella consolida seus conhecimentos sobre o mercado de luxo com a Comunicação Estratégica para marcas e seu posicionamento no mercado. Atenta aos detalhes e a tudo que remete ao universo da personalização, vive e compartilha suas experiências pelo Brasil e pelo mundo. Tem mais de 15 anos de experiência em comunicação 360º, marketing, eventos e mercado editorial, com passagem por grandes veículos de Brasília e empresas dos setores de marketing e tecnologia.
Marcella Oliveira é jornalista com especialização em Ciência Política, atua como editora-chefe da Revista GPS|Brasília, a principal publicação de lifestyle e mercado de luxo do Centro-Oeste. Transitando nos universos dos eventos de luxo, turismo, gastronomia, arte, arquitetura, moda e beleza, Marcella consolida seus conhecimentos sobre o mercado de luxo com a Comunicação Estratégica para marcas e seu posicionamento no mercado. Atenta aos detalhes e a tudo que remete ao universo da personalização, vive e compartilha suas experiências pelo Brasil e pelo mundo. Tem mais de 15 anos de experiência em comunicação 360º, marketing, eventos e mercado editorial, com passagem por grandes veículos de Brasília e empresas dos setores de marketing e tecnologia.