Marcas buscam autenticidade, mas ignoram liberdade de criadores, diz pesquisa

Apesar do crescimento acelerado da chamada “creator economy”, uma nova pesquisa aponta que as marcas vêm agindo como limitadoras dos criadores de conteúdo. Segundo o estudo Creator POV 2025, da BrandLovers, as empresas entregam roteiros prontos, com pouca margem de adaptação, limitando a capacidade criativa dos influenciadores contratados.

A pesquisa ouviu mais de 5 mil criadores de conteúdo espalhados pelo Brasil, trazendo o objetivo de mapear os profissionais da creator economy, o que os motiva e como as marcas podem se conectar com eles de forma estratégica.

Limitação à liberdade dos criadores compromete entrega de resultados, diz pesquisa

A pesquisa da BrandLovers destaca os principais pontos de atrito na relação entre marcas e criadores:

• Dificuldade de alinhamento: 52,8% dos criadores têm dificuldade para fechar campanhas pagas relevantes, pois as propostas não estão alinhadas ao seu perfil ou propósito.
• Recusa por falta de ‘fit’: Mais de 45% dos criadores já recusaram propostas por falta de alinhamento de valores ou por a marca não combinar com seu perfil.
• Busca por longo prazo: A maioria dos criadores (61,7%) defende parcerias de longo prazo, considerando-as um fator determinante para bem-estar e melhores entregas.
• Valorização da liberdade: A liberdade para criar com o próprio estilo é um fator decisivo para 32,3% dos entrevistados na hora de fechar uma campanha.

De acordo com Raphael Avellar, CEO da empresa, a melhoria desse cenário passa pela confiança. “Não é só sobre pagar cachê. É sobre ouvir, confiar e construir junto. Quando o creator sente que pode criar com autenticidade, a entrega é mais leve, mais orgânica e muito mais eficiente para todos os lados”, afirmou.

O estudo conclui que as marcas precisam tratar os criadores de conteúdo não apenas como canais escaláveis e mensuráveis, mas como uma mídia programática viva, que exige autenticidade e liberdade criativa para prosperar. A tecnologia, neste contexto, deve servir para escalar o processo, e não para engessar o conteúdo.

Criadores ouvidos pela pesquisa comentaram o cenário, ressaltando dificuldades como cachês desvalorizados, e o fato de desejarem ser ouvidos e respeitados em seu processo criativo.

O estudo conclui que as marcas precisam tratar os criadores não apenas como canais escaláveis e mensuráveis, mas como uma mídia programática viva, que exige autenticidade e liberdade criativa para prosperar.

Veja abaixo os dados percentuais do estudo:

• 52,8% dos criadores têm dificuldade para fechar campanhas pagas relevantes.
• 61,7% defendem parcerias de longo prazo como fator determinante para bem-estar e melhores entregas.
• 46,2% já recusaram campanhas por falta de ‘fit’ com a marca.
• 45,3% já recusaram campanhas por conflito de valores.
• 32,3% consideram a liberdade para criar com o próprio estilo um fator decisivo na hora de fechar uma campanha.
• 31,1% já recusaram propostas quando o cachê é muito baixo.
• 60,3% dos criadores afirmam que poder criar com liberdade contribui diretamente para o bem-estar.
• 44,5% dos criadores dizem que briefings bem estruturados ajudam na rotina.
• 15,1% já recusaram campanhas por incompatibilidade entre briefing e estilo pessoal.
• 32,8% dos criadores relatam dificuldade em manter uma rotina consistente de criação.