Sabe aquela ativação que parece mágica na hora, mas evapora assim que o evento termina? Pois é. A gente tem tratado inovação como sinônimo de espetáculo, quando na real, o que move o ponteiro é conexão — daquelas que reverberam muito depois do último story da cobertura oficial.
Participei do Web Summit Rio, cercado de inteligência artificial, big data, realidade aumentada, neurociência, computação quântica e todo o cardápio hype de 2025. Mas o que mais me pegou não foi o brilho dos gadgets. Foi perceber como a tecnologia está sendo usada para criar experiências que tocam, de fato, quem tá do outro lado.
A nova inovação é íntima
A era da “IA pessoal” chegou. E ela não quer saber só o que você consome — ela quer entender por que você escolhe aquilo. Isso muda tudo.
No brand experience, isso significa criar ativações que não só impressionam, mas que respeitam o tempo, o valor e o desejo de cada indivíduo. Imagine eventos que se adaptam ao seu comportamento em tempo real, que aprendem com você e que te colocam como protagonista da história. Isso já é real — e emocionante.
Mas nem tudo que brilha é empatia
Tem um risco enorme aqui: personalização sem ética vira perseguição. Se a tecnologia é poderosa, o uso dela precisa ser transparente. Tem que ser claro o que os dados estão fazendo ali, como eles geram valor pra quem participa e o que a marca devolve com isso.
Mais do que permissão, precisamos de relação de confiança. A inovação tem que servir à experiência humana — não sequestrá-la.
IA com propósito é melhor que IA com efeito especial
No meio de tanta palestra sobre algoritmos e automações, o que ficou foi outra coisa: a fala de uma executiva dizendo que a cultura organizacional é o único verdadeiro diferencial competitivo do futuro.
Isso diz muito pra gente. Porque, no fim das contas, a tecnologia que encanta é a que tem alma. Aquela que entende que eventos e ativações não são sobre a marca — são sobre a vida das pessoas.
Inovação, sim. Mas com sentido.
Quer inovar? Show. Mas pergunte antes: isso aqui tem propósito? Vai gerar valor real? Vai deixar rastro emocional? Ou é só mais um stand bonito com fila pra selfie?
A boa experiência é aquela que traduz valores, conecta com o contexto e transforma atenção em afeto. Se for só flash e buzzword, pode ser qualquer coisa — menos memorável.
Porque no fim, toda tecnologia é só ferramenta.
Quem faz da inovação uma experiência de verdade é quem entende de gente.
De nada adianta um evento com IA se ele não é capaz de ouvir o que o público não diz. De nada adianta LED, holograma ou wearable se a pessoa sai do evento igual a como entrou.
A pergunta que deveria nos guiar não é “o que tem de novo?”, mas sim:
“o que isso muda — pra quem viveu?”
Se não muda nada, não é inovação. É só distração com Wi-Fi.
Experiência de marca
Rodrigo Malandrino é head de Novos Negócios da Fibr.ag, sendo responsável por fortalecer o relacionamento da agência com o mercado e impulsionar oportunidades de novos projetos. Formado em Administração de Empresas, acumula mais de 20 anos de experiência no mercado publicitário, com atuação em projetos de trade marketing, eventos, além de trabalhos no mercado esportivo. Com passagens por importantes agências do mercado, liderou iniciativas estratégicas para marcas globais como Ambev, Pepsico, Ifood e Mondelēz. Em sua trajetória, conquistou dois prêmios Popai Brasil, com projetos de ponto de venda.
Rodrigo Malandrino é head de Novos Negócios da Fibr.ag, sendo responsável por fortalecer o relacionamento da agência com o mercado e impulsionar oportunidades de novos projetos. Formado em Administração de Empresas, acumula mais de 20 anos de experiência no mercado publicitário, com atuação em projetos de trade marketing, eventos, além de trabalhos no mercado esportivo. Com passagens por importantes agências do mercado, liderou iniciativas estratégicas para marcas globais como Ambev, Pepsico, Ifood e Mondelēz. Em sua trajetória, conquistou dois prêmios Popai Brasil, com projetos de ponto de venda.