Hoje, no marketing do esporte, vejo uma enorme preocupação em definir em qual time vamos colocar nossa marca. São estudos muito sérios e importantes sobre público-alvo isto é, quem são os torcedores daquela agremiação e quais seus hábitos de consumo; geopolítica para definir regiões de abrangência, para identificar oportunidades e interesses que a marca possa ter; estudar se há uma conexão da marca com aquela equipe; quais torneios e campeonatos serão disputados, para que se tenha uma ideia do potencial de visibilidade que o produto terá; valores naturalmente, pois a camisa do jogador é o seu outdoor muito qualificado para dar visibilidade a sua marca.
Muito bom. Isso tudo é de extrema importância, mas quero apresentar um ponto, que para mim é superimportante, e que eu não vejo nenhuma participação das marcas nestas oportunidades, principalmente quando algo sai errado.
Eu adoro a forma como João Saldanha iniciava suas crônicas, ou no rádio ou no JB (Jornal do Brasil), e que foi copiada de todas as formas, para tentar se apropriar daquela audiência muito qualificada que acompanhavam o João, no rádio e no jornal. Então vamos lá.
Meus amigos, todas estas pesquisas, construção de quadros refletindo as situações, localização e determinação de quem são aqueles prospects da marca patrocinadora; e tudo isso, apresentado de forma interligada formando um cenário propício para convencer aquela marca a estar presente na camisa deste ou daquele clube.
Não discuto nenhuma destas ferramentas para que aqueles que irão decidir, tenham a exata noção do que estão fazendo, e quais os resultados que estão sendo propostos. A possibilidade de haver um erro nestas situações é muito pequena.
A pergunta aqui é: Luiz, mas se esses erros acontecem, como podemos nos prevenir neste mundo cercado de números, equações e percentuais. Muito simples. Tudo isso é muito bom, e atenção, é muito importante que esses pontos sejam levados em consideração. Mas eu quero mostrar que, antes de tudo, esporte é uma possibilidade sensacional para as marcas ganharem visibilidade, aumentarem suas vendas, e conquistarem reputação.
E essa palavrinha, eu considero extremamente importante na hora de fechar um patrocínio deste tamanho. As empresas, muitas vezes esquecem dos valores de sua marca e o que pode acontecer que ao invés de gerar reputação, funciona ao contrário.
Penso que é primordial estabelecer determinados padrões de comportamento, que muitas vezes se limitam a obrigar o atleta a fazer entrevistas usando roupas que tenham a marca do clube e do patrocinador.
Pois bem, um jogador deste time patrocinado, faz um gol, num jogo importante ou não, e expressa a sua emoção tirando a camisa e jogando para o alto. O que esta cena passa para a marca? Primeiro, no momento mais importante o atleta tira qualquer possibilidade de que aquela cena que será reproduzida nas redes sociais n vezes, não contará com a marca de quem ajuda a pagar à conta do time.
E o que acontece? Cartão amarelo, e o prejuízo fica por isso mesmo. Aliás, não. Aquele atleta importante, no próximo jogo, desfalca seu time. Assim quem perde? O torcedor e a marca que patrocina.
Sinceramente, há de haver um manual, uma orientação muito séria, de que ao vestir aquele uniforme, ele carrega, além da marca do time, a de outros patrocinadores, e que qualquer atitude antidesportiva resulta num enorme prejuízo para todos, inclusive para o próprio atleta.
Como quero contribuir?
As marcas patrocinadoras precisam assumir sua responsabilidade, não na tática ou na forma que aquela equipe deve jogar, mas precisa estar ligada com as questões extracampo que acabam destruindo todo aquele levantamento feito e apresentado.
Não adianta dizer o quanto o esporte é importante na vida das pessoas, se o clube patrocinado, não considera estas preocupações como legítimas e fundamentais na busca de aumentar a reputação de sua marca.
Na hora de optar por patrocinar uma modalidade esportiva, não deixe de levar estes pontos em consideração. Participe de algumas conversas de bastidores, nunca interferindo nas questões esportivas, mas sim mostrando os pontos mais importantes para sua marca, e o que não pode ser feito, quando atletas e comissões técnicas vestem um uniforme que estampa a mensagem do patrocinador.
Tenho histórias incríveis, de grandes atletas brasileiros, Ayrton Senna, Guga Kuerten, Emanuel Rego, por exemplo que demonstram como eles, com toda a fama que conquistaram, mostraram um entendimento perfeito sobre este ponto. Mas isso é história para outro dia.
Análises e bastidores do marketing esportivo com Luiz Fernando Coelho, especialista com mais de 40 anos de experiência. Primeiro colunista do Promoview, Luiz escreve há oito anos no portal, com o detalhismo de um verdadeiro contador de histórias e a precisão de um veterano do mercado.
Análises e bastidores do marketing esportivo com Luiz Fernando Coelho, especialista com mais de 40 anos de experiência. Primeiro colunista do Promoview, Luiz escreve há oito anos no portal, com o detalhismo de um verdadeiro contador de histórias e a precisão de um veterano do mercado.