Publicado originalmente em 16/10/12.
Por Antonia Goularte
O assunto da última semana foi, sem dúvida nenhuma, o vídeo usando o personagem Tufão da novela Avenida Brasil criado pela agência VML, em parceria com a Y&R, ambas do Grupo Newcomm, para a operadora de telefonia Vivo.
Primeiro, ele foi ao ar na internet, ficou menos de 24 horas, porém, tempo suficiente para atingir um grande número de visualizações. Pouco tempo depois, foi retirado a pedido da Rede Globo de Televisão, e, Roberto Justus, dono da agência, pediu desculpas pela falha.
A pergunta que não quer calar é: Será que realmente a agência não sabia que não poderia ter usado a imagem do ator sem autorização da Globo, ou foi uma sacada muito inteligente para ativar a marca do seu cliente?
A novela tem batido todos os recordes de audiência. Está, como se diz na gíria, ‘na boca do povo’. O fato que causa mais estranheza é que agências, do porte das responsáveis pela ação, se coloquem no papel de vítimas, diante da proibição da exibição do filme.
No trato com a atualização diária do Promoview pode-se perceber o cuidado e profissionalismo que todas as agências de comunicação brasileiras tem com seus trabalhos. Teria mesmo esta desconhecida agência interna VML descumprido as orientações do Grupo Y&R?
Avenida Brasil é uma novela tão emblemática, com níveis de audiência tão elevados, que abre a possibilidade da Globo ter feito vistas grossas para a ação como forma de agregar mais um fato pitoresco a esta trama que vai ocupar espaço de destaque na história da televisão brasileira. Afinal, tudo é marketing…
Veja abaixo o comunicado enviado pela Central Globo de Produções:
“A Globo notificou a Vivo e as agências VML e Y&R exigindo o cancelamento da campanha que se apropriou, sem sua concordância, da imagem do personagem “Tufão” e do universo da novela “Avenida Brasil” .
Consideramos que foi praticada uma das formas mais baixas de publicidade, conhecida com “marketing de emboscada”.
Além de aética, a Globo considera que essa ação é ilegal porque desrespeita deliberadamente os direitos autorais da obra e do personagem e os demais envolvidos na criação e produção da novela.
O ator Murilo Benício informou que gravou com a informação que a campanha seria negociada com a emissora e quando viu no ar sem autorização também pediu que fosse tirada do ar.
A Globo considera esse episódio gravíssimo, e, além das notificações e de ir ao Conar, estuda uma ação de perdas e danos causados em razão da violação de seus direitos.”
Será que essa novela vai ter um final feliz?
O andamento no Conar vai nos mostrar em que pé andam as emboscadas e guerrilhas digitais e se vale risco lançar mão delas para destacar um produto ou serviço no mercado..