Experiência de Marca

Uso inadequado do espaço foi responsável pela tragédia

A falta do Plano de Prevenção de Combate a Incêndio pode não ter sido determinante para a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, de acordo com o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Roberto de Abreu. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Abreu afirmou que a casa tinha uma permissão de funcionamento anterior, portanto não haveria grande problema em manter atividades.

— Havia somente a necessidade de uma vistoria final, mas a casa já tinha outro plano e não teria problema. A fiscalização se dá em alguns equipamentos, extintores, iluminação em saída de emergência etc. Isso estava em andamento, estava em vistoria — afirmou o comandante.

A boate estava sem este documento há seis meses. Abreu afirmou que a lei não proíbe totalmente o funcionamento nessas condições. O mau uso da danceteria, situação que acaba não sendo identificada nas vistorias, pode ter causado a tragédia, que resultou na morte de pelo menos 233 pessoas, explica o comandante:

— O uso da estrutura pode ter sido inadequado, com fogos sendo usados, obstrução de saida de emergência ou número de pessoas acima do limite. O inquérito policial dirá qual foi a causa.

Um dos diretores da boate já foi ouvido, assim como membros da banda Gurizada Fandangueira, que teria acionado fogos de artifício durante o show. As investigações devem ser mantidas sob sigilo.

Já o comandante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido Melo,Melo, disse que, em tese, é possível fazer no Brasil apresentações pirotécnicas em boates, se houver autorização e segurança. Mas este não era o caso na boate Kiss, em Santa Maria, pela falta de entradas e saídas de ar e pelo material incandescente presente na casa, não seria possível usar qualquer equipamento que causasse fagulha, fogo ou calor no palco.

Segundo um segurança, uma pequena reforma foi feita em cima do palco. O teto, feito de espuma e isopor, foi rebaixado. Assim que o cantor levantou o artefato pirotécnico, começou a pingar fogo do teto.

A tragédia

incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo 28/1, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.

Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.

A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e uma das piores nos últimos 50 anos no Brasil.

Folheto de divulgação dos eventos na Kiss, boate da cidade de Santa Maria que foi palco de uma das maiores tragédias do Brasil