Inaugurado em 21/7

Tesla inaugura restaurante em meio a queda de vendas de carros

Batizado "Tesla Diner", o restaurante oferece estações de recarga para carros elétricos e menu clássico americano

Em busca de reverter a situação desfavorável de vendas, a montadora de carros elétricos Tesla abriu um…restaurante.

Convenientemente chamado “Tesla Diner”, o novo estabelecimento cria um ponto de vendas diferenciado para a empresa, e sua inauguração na última segunda-feira (21) foi bem elogiada pela imprensa e por consumidores.

Tesla Diner: como o restaurante da Tesla se alinha ao conceito de “tudo em um só lugar”

Tesla restaurante tesla diner
Imagem: Tesla/Divulgação

A ideia de criar um restaurante para a Tesla não é exatamente nova: o CEO da empresa, Elon Musk, tem essa visão de criar “hubs” de vários serviços ao redor de suas marcas há anos. No caso da Tesla, ele já havia até mencionado abrir uma rede de gastronomia rápida — leia “hambúrgueres, milk shakes e sanduíches de queijo” — que incorporasse também outros serviços.

Neste caso, parece que o bilionário teve êxito: o restaurante Tesla Diner conta com 80 estações de recarga de bateria para carros elétricos (da marca e concorrentes), além do serviço de lanchonete (tanto drive thru como atendimento em mesa), o local também tem duas telas LED gigantes de mais de 10 metros (m) para a exibição de filmes sem interrupção, o que é mais conhecido como “cinema drive in”.

Mais além, os primeiros visitantes elogiaram o design “retro futurista” do estabelecimento, e os preços estão, na maioria, dentro da média da cidade de Los Angeles, Califórnia, onde o restaurante da Tesla é localizado (um “Tesla Burger”, por exemplo, sai por US$ 13,50 — ou R$ 75,59 — com direito a acompanhamentos).

“Eu traria amigos de fora da cidade para cá, eles ficariam impressionados por um lugar como esse”, disse à CNBC Don, um dos consumidores que visitou o local com sua esposa e vizinho. Don, vale citar, dirige um Model 3 da Tesla.

Existe relação entre o restaurante da Tesla e a recuperação financeira da marca?

A criação de um restaurante pode significar uma ampliação dos negócios automobilísticos da Tesla, que vem enfrentando uma série de reveses comerciais e de percepção de marca.

Nos dois primeiros trimestres de 2025, a Tesla enfrentou quedas notáveis nas vendas de carros elétricos. Segundo seus próprios relatórios financeiros, a marca vendeu 13% a menos no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior; e 13,5% a menos no segundo trimestre, na mesma comparação.

Paralelamente, ela já vem recuperando seu volume comercial analisando exclusivamente o ano de 2025: entre os primeiro e o segundo trimestres deste ano, a marca recuperou 14,1% em vendas.

O problema: a recuperação atual ainda é inferior às perdas em relação ao ano passado, o que implica que uma nova via de receita possa melhorar isso. Daí vem o restaurante Tesla Diner.

Não, uma lanchonete não fará a Tesla ter lucros novamente. A ideia parece ser mais um projeto de longo prazo, que tem a ver com agregar mais valor à marca. Em termos práticos: o restaurante da Tesla traz uma experiência do cliente mais palatável, tornando o consumidor mais amigável à ideia de comprar um carro da marca.

O conceito não é novo, e tem vários reflexos no Brasil. Na verdade, o Promoview já abordou esse assunto algumas vezes — aqui e aqui, para ser exato.

Se a ideia da Tesla vai dar certo, só o tempo poderá dizer: Elon Musk já adiantou que, se o conceito inaugurado na Califórnia vingar, outras unidades do restaurante Tesla Diner virão.

Rafael Arbulu

Redator

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.