A Procter & Gamble planeja vender, descontinuar ou fundir globalmente mais da metade de suas marcas, anunciou o CEO A.G. Lafley, durante a conferência para anunciar os resultados financeiros da empresa no dia 1º/08. Com a reestruturação, a companhia concentrará seu foco em no máximo 80 de suas maiores marcas.
A movimentação acontece catorze meses depois que Lafley voltou ao cargo de CEO, e ao final de um ano fiscal descrito como em linha com os compromissos financeiros da Procter & Gamble, mas muito distante de entregar o que poderia ter sido feito.
Há um mês, entre outra grande mudança estrutural, a companhia anunciou que nenhum cargo em sua hierarquia teria mais a denominação “marketing”.
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“Alcançamos nossas metas financeiras e de negócios para o período entre 2013 e 2014, mas poderíamos e deveríamos ter resultados melhores. Se apenas uma ou duas operações não tivessem falhado em cumprir com seus planejamentos, teríamos atingido as metas iniciais propostas pelas lideranças de nossas equipes”, ponderou o executivo, referindo-se às projeções de 4% de crescimento em vendas, 3% de crescimento orgânico para o ano todo e 2% para o trimestre, além de ganhos em market share, em vez de “praticamente manter a participação de mercado”, como informado.
“Hoje estamos anunciando um importante passo estratégico à frente, que alinhará e simplificará significativamente os negócios e o portfólio de marca da Procter & Gamble”, disse Lafley. “Nos tornaremos uma companhia com muito mais foco e mais alinhada, com entre 70 e 80 marcas.”
Efeito na Relação com Agências
A decisão implica em vender, descontinuar ou encontrar parceiros para até outras 100 marcas presentes no portfólio atual, o que levará, no futuro, a uma grande consolidação dos trabalhos entre as agências e outros serviços de marketing ligados à Procter & Gamble.
Lafley não revelou quanto tempo deve levar a reestruturação completa, limitando-se a afirmar que tomará “mais tempo do que gostaríamos”.
O executivo-chefe financeiro da Procter & Gamble, Jon Moeller, estimou entre 12 e 24 meses o período necessário para finalizar o processo, mas ressaltou que “A habilidade da empresa em criar valor determinará quanto tempo irá demorar a reestruturação.”
“No mundo ideal, teríamos feito isso durante a fase mais aguda da crise financeira”, reconheceu Lafley, referindo-se a um período em que ele mesmo era o CEO – sua primeira passagem no cargo foi encerrada em 2010.