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Liderança em cenário inconstante. Como ter sucesso?

Antes de entrar no detalhe do papel da liderança em cenários de crise ou de mudança, vamos voltar um passo e entender o que é preciso para a empresa se preparar para novas situações.

É fato que o Ser humano gosta de se sentir seguro, confortável e sob controle. Quando se muda o ambiente – por um efeito externo como, por exemplo, a necessidade de isolamento social, ou até mesmo mudanças que envolvem a empresa -, as pessoas são forçadas a saírem das suas zonas de conforto, e isso pode ser um enorme desafio para alguns perfis. 

Trazendo para o cenário corporativo, essa situação pode ser ainda mais adversa, uma vez que para promover mudanças e garantir a aderência da equipe, é fundamental que nós líderes sejamos claros nos direcionais. 

Para isso, a comunicação é chave, digo, inclusive que é uma arte, pois é difícil, é preciso investir tempo, diversificar os canais, trazer simplicidade e repetir o discurso principal, quantas vezes for necessário. 

Antes de entrar no detalhe do papel da liderança em cenários de crise ou de mudança, vamos voltar um passo e entender o que é preciso para a empresa se preparar para novas situações. 

Quando falamos de novas circunstâncias, as empresas precisam ter poucos objetivos e que estes estejam muito claros, ou seja, precisam fazer menos coisas, mas com bastante profundidade e foco. As apostas devem diminuir e os planos de longo prazo congelarem em prol do curto prazo. 

Aqui na Wavy, por exemplo, tínhamos um ano completo de objetivos e metas, porém tivemos de modificar os planos de acordo com a demanda (que no caso, foi as mudanças trazidas pela pandemia. Para isso, elegemos três prioridades, que foram exaustivamente comunicadas todos os dias: 1. Cuidar das nossas pessoas; 2. Cuidar das finanças (receita, custos e caixa); e 3. Cuidar do ecossistema. 

Vocês devem ter percebido que cuidar das pessoas veio como primeira prioridade, afinal, empresas são pessoas, e sabemos que os maiores desafios que podemos enfrentar durante períodos de mudanças são nossas próprias ansiedades e a inseguranças. 

Por isso, é muito importante que os times troquem entre si, pensem sobre o desdobramento das estratégias, e sejam guiados pelas pessoas que compõem a liderança, responsáveis por espalhar a comunicação estratégica pela empresa. 

Pessoas mais seguras e conscientes da direção, são mais arrojadas e acostumadas à mudança. Assim, entendem as ações da empresa e sentem mais vontade de produzir e contribuir com o negócio. 

Dito tudo isso, voltamos ao assunto principal, o papel da liderança. É necessário conduzir com atitudes e não só com ordens, uma vez que as pessoas copiam e se espelham nisso para executar seu trabalho. 

Uma gestão que não se comunica, não se alinha e não se preocupa com as pessoas, está fadada a ter uma empresa que não cresce. 

Assim, ter cuidado para que estas mudanças sejam feitas de forma alinhada garantindo que a comunicação esteja transparente o suficiente, é papel de toda liderança. Afinal, é ela que dá o exemplo de atitude e cuidado entre as pessoas. 

Um líder precisa genuinamente se importar com o time, e se mostrar disponível para entender não apenas tarefas do cotidiano, como também possíveis problemas que possam estar impactando seu trabalho. Criar conexão é importante e esse vínculo é essencial para que haja uma relação de confiança. 

É a transparência brutal tanto para feedbacks duros e notícias difíceis, quanto para elogios. Em muitos casos, os líderes precisam ser mentores, professores, conselheiros dos liderados, trabalhando lado a lado, inclusive ensinando como agir e atuar em várias situações. O papel da liderança deve ser sempre o de “ensinar a pescar”. 

Sendo assim, o resumo que deixo é que liderar em cenários complexos exige tomadas de decisões difíceis, esforço de comunicação e gestão por parte da gestão da empresa. 

Confiança, lealdade, união, colaboração e trabalho em equipe são muito importantes para superar quaisquer momentos de instabilidade, e é por isso que, principalmente durante eles, devemos poder contar uns com os outros incondicionalmente, com a máxima transparência. E também que em momentos de mudanças a colaboração é tão importante, e devemos ser ainda mais “Um por todos e todos por um” do que “cada um por si”.