O Senac-SP realizou esta semana uma palestra que teve como objetivo divulgar o seu curso de pós-graduação em Negócios do Entretenimento. E os participantes que assitiram as apresentações de Paulo Octavio Pereira de Almeida e Helder Castro , na noite de 16/02, receberam uma carga de conteúdo excepcional. Os executivos abordaram diversos aspectos deste segmento da comunicação que cresce a taxas na casa de dois dígitos por ano no mundo todo.
O primeiro palestrante, Paulo Octavio Pereira de Almeida, diretor de Operações da Maior Entretenimento apresentou ícones do marketing promocional atual para ilustrar seus conceitos sobre a utilização do entretenimento para valorização das marcas.
“Em termos de envolvimento com uma marca, o patrocínio é sensacional. Mas é fundamental ter estratégia e objetivos claros. Se o movimento gerar algum impacto negativo, sempre fica difícil de apagar. Quando é bom, não.” Paulo citou como exemplos o museu da Porsche e o Rock in Rio Lisboa, que Promoview trouxe aos seus leitores na cobertura realizada em tempo real, ano passado na Europa. “Rock in Rio é uma marca, mesmo em Lisboa e sem rock. O posicionamento é inacredítavel e as marcas pagam por este ativo.”
No final, já deixanddo um gancho para apresentação de Helder Castro, Paulo Almeida declarou: “Ser sustentável hoje é o diferencial. No futuro, todos estarão fazendo isso. Tem de ter ação.”
De posse de dados e números gigantes, Hélder Castro, do Grupo Tottal, revelou detalhes sobre o SWU Festival com foco na sustentabilidade realizado em São Paulo, com mira apontada para o público jovem.
“O que os jovens dizem nas pesquisas não é sobre o futuro, é sobre o hoje. Constatamos que eles veem menos televisão ou leem revistas. Não sabe o que as marcas fazem na TV . Por outro lado, o jovem quer ajudar e participar, mas não sabe como. Então convidamos os jovens a se engajarem, a repensarem seu estilo de vida por meio de uma plataforma de comunicação, que passasse por comunicar, informar, engajar, mobilizar e entreter”, declarou Helder.
Já projetando a próxima edição do festival, Helder mostrou-se confiante. “Esse ano fica mais fácil. Agora nos procuram, e não o contrário. Pretendemos dobrar o movimento e ligá-lo também à educação e ao público infantil e não apenas à música”, disse ele, mas apresentou alguns obstáculos: “Nossa grande dificuldade são as bandas, por conta das turnês. Ninguém quer vir apenas ao Brasil.”
Helder continuou sua explanação dizendo: “Precisávamos de patrocínios e artistas, em abril, com Copa do Mundo e eleições pela frente. Ninguém sabia onde estava o Zack (RATM) durante dois meses. Ele estava jogando tênis no meio do nada. E precisávamos de bandas. A rejeição dos artistas em usar a marca Woodstook foi fundamental para criarmos uma nova, e surgiu o SWU. Foram 53 artistas globais engajados, com comercial de TV, spots de rádio. E todos sem cobrar nada. Foram 122 dias de trabalho e mais três dias de festival. E conseguimos.”
“Começamos com a conscientização simples, ensinando as pessoas, sem qualquer tipo de arrogância. E isso tudo sem falar do festival, só das ideias e da sustentabilidade.
Foram 400 milhões de impressões na internet, em blogs e redes sociais. Quase 70 milhões de mídia espontânea. Distribuímos 45 mil porta-bitucas, porque as pessoas não sabem que o filtro do cigarro também é reciclável. Tínhamos 370 pessoas na coleta de lixo, mas as pessoas poderiam ter ajudado mais. É o problema do hábito da população. Recolhemos 30 toneladas de lixo reaproveitável, e geramos 511 postos de trabalhos. Era necessário criar várias atrações, porque as pessoas estavam lá acampadas. É um desafio diferente para as marcas.”
Ainda nas palavras de Helder, “a Coca-Cola estava expondo sua garrafa ecologicamente correta, além de paredes de escalada. A Nestlé apostou na roda gigante que funcionava a pedaladas. Trazer a relação com sustentabilidade de forma interativa também foi fundamental para o sucesso do SWU”, concluiu.
SWU foi a terceira palavra mais falada de 2010 no Facebook, atrás de Dilma e Tiririca. O fórum de sustentabilidade reuniu quatro mil pessoas. E mais de 500 mil pessoas que assistiram os debates pela internet.
Helder complementou dizendo, “em quatro meses, tivemos mais de quatro milhões de visitantes únicos em uma marca que não existia. Foram 150 mil seguidores nas redes sociais, e 360 tweets por minuto durante o festival que citavam o SWU. Foram 400 milhões de impressões na internet, em blogs e redes sociais. Quase 70 milhões de mídia espontânea. Planejamento e pesquisa nos ajudaram a entender os pontos bons e ruins, para tornar o movimento mais participativo”.
Em síntese, as palavras de dois dos grandes especialistas do mercado de entretenimento brasileiro, deram o tom do eveno realizado pelo Senac.