Experiência de Marca

Sem palavras!

Palavras ferem, instigam, levam a reflexões, e, muitas vezes, tenho certeza, elas foram o grito de muita gente que queria ter dito aquilo e não disse. Muitos por falta de espaço, alguns por covardia.

Sempre me cobram palavras. Eu me acostumei com isso. Cobram, inclusive, que elas sejam ásperas e mortais. Mas nem todos que me pedem as palavras dão eco a elas depois que as escrevo, ou mesmo as dizem a quem de direito.

Nunca me propus a ser porta-voz de nada, nem de ninguém, apenas coloquei para fora o que pensava, verdadeira catarse, oriunda de indignação, revolta, constatação, ironia, desabafo, lirismo meu ou de amigos e leitores que me mandaram e-mails, conversaram comigo ou sugeriram pautas.

Alguns tinham a intenção de me ver falar por eles, de me ver pôr lenha na fogueira em que só eu, caso ela saísse de controle, me queimaria, outros não. Sempre triei o que escrevia, afinal, se não estou convicto do que escrevo, se os fatos que tenho em mãos não convergem para a verdade ou não fazem sentido à luz da razão, não serei eu quem servirá de “bucha” de alguém.

Palavras ferem, instigam, levam a reflexões, e, muitas vezes, tenho certeza, elas foram o grito de muita gente que queria ter dito aquilo e não disse. Muitos por falta de espaço, alguns por covardia.

Com meus textos granjeei admiradores e desafetos. Gente que me respeita, gente que me odeia. Amigos e inimigos. Recebi ameaças e elogios. Mas nunca deixei de ser eu mesmo. Errando e acertando.

Minha agência perdeu Jobs, alguns clientes me evitam ainda só por saber que escrevo. Pior, algumas agências também. Mas isso eu não ligo, porque as que sei que não gostam de mim não são dignas do nome agência, e, na maioria das vezes, sentiram-se ofendidas quando falo de ética e comportamento moral no mercado.

Ora, quem veste a carapuça é porque deve se sentir atingido, pois quem apenas erra, como minha agência e tantas outras, lê (ou ouve) as críticas, as assimila, e corrige as faltas que, inevitavelmente, comete num mercado quase sem regras claras.

No entanto, ganhei muita coisa com meus textos. Desde a satisfação de vê-los sair da minha cabeça e chegar ao Promoview todas as terças, invariavelmente. Diria mais, que sem o Promoview, meus textos não teriam nenhuma graça, quanto mais repercussão.

Hoje, terça-feira, 11 de março, cá estou eu de novo, levando minhas palavras a vocês. Desta vez, palavras de reflexão sobre as próprias palavras.

Imaginei o silêncio, quando nenhuma delas puder ser falada ou escrita, ou quando a censura limitar as que saem ou não, como já aconteceu em momentos lamentáveis do mundo moderno e contemporâneo, e me dei conta de quão triste é ou será o mundo sem palavras.

Eu vou continuar com elas, sem medo de que elas se virem contra a mim, mesmo porque, com certeza, terei novas palavras para combatê-las e contra-argumentá-las. Se você, que me lê, gosta delas, que bom…

Eu fico sem palavras para agradecer.

E olha que ironia.