O uso de redes sociais como Facebook ou Twitter expõe redes corporativas a infecções de vírus e códigos maliciosos. Esta constatação, que foi o principal motivo de pânico nos últimos tempos, já não é a grande ameaça. Atualmente, um dos maiores problemas a ser enfrentado é para restaurar a reputação e conseguir recuperar os danos que críticas negativas, a publicação de informações confidenciais ou inadequadaa nas redes sociais podem resultar.
O alerta é de Steve Durbin , vice-presidente de vendas e marketing da ISF, organização sem fins lucrativos dedicado à pesquisa e orientação sobre segurança da informação, um dos palestrantes do próximo Fórum Mundial de Segurança, que será realizado em Berlim, no próximo mês de setembro de 2011.
Durbin disse, em entrevista citada pelo site Puro Marketing, que “uma infecção causada por um vírus que foi introduzida pelo uso de redes sociais, é mais fácil de resolver por ser uma questão técnica, mas, pelo contrário, o dano à reputação de uma organização pode ocorrer muito rapidamente e pode envolver responsabilidade civil.
Ele diz que, atualmente, existem mais riscos do que benefícios associados com o uso de redes sociais em uma empresa, isto porque nem as empresas nem os trabalhadores têm a maturidade necessária em termos do que fazer e o que não fazer quando usar as mídias sociais no local de trabalho, tais como compreender as consequências que vêm com eles.
As redes sociais são um fenômeno relativamente novo, em que o aumento do consumismo e da proliferação de dispositivos inteligentes e comprimidos (que facilitam o acesso móvel às redes), também ajudam a tornar a situação mais complexa.
“As pessoas hoje são multitarefa, tornando o acesso aos nossos dados pessoais e o local de trabalho, tais como abrir e-mail Facebook corporativos e pessoais, podem ser misturadas causando grandes riscos”, disse ele. O grande problema é o trabalhador esquecer ou confundir as contas e publicar uma mensagem errada. Aconteceu recentemente com a funcionaria do TSE em Brasília, numa crítica que foi bem encarada pelo alvo, o contestado senador e ex-presidente José Sarney, o que evitou problemas maiores e a dispensa da funcionária.
Em Cingapura também ocorreu um evento relacionado a isso, quando um membro do Conselho de Promoção da Saúde publicou tweets pessoais. Acidentalmente, um palavrão no órgão oficial do governo do Twitter. Isso se tornou viral, apesar de ter sido removido instantes depois de ser postado.
”Não foi maldade, mas simplesmente um erro da cabeça da conta na qual o usuário queria publicar alguma coisa na sua conta pessoal, mas ele estava errado na marcação da rede para qual desejava postar”, avalia Durbin. “Portanto, nunca é aconselhável manter abertas as contas pessoais e profissionais ao mesmo tempo” recomenda.
Em situações como essa, é que as empresas devem criar políticas para o uso de redes sociais, garantindo que no trabalho o internauta use apenas a conta comercial. “Não podemos esquecer que todos cometem erros, mas nem todos entendem isso, mas em redes sociais, onde tudo é viral, é facilmente confundido com um erro de intenção maliciosa acidental”, avalia Durbin que finaliza defendendo que proibir o uso de redes sociais não é a solução, porque elas não são más em si, mas é preciso maturidade o suficiente para saber como usar, protegendo os interesses da empresa e também a nossa.