São Paulo - Depois de passagens de sucesso pelo Beco do Batman e por áreas dedicadas no centro da cidade, o Projeto “Graffiti Para Cego Ver” chegou ao interior de São Paulo (SP), levando uma experiência que mescla tecnologia e arte para a população cega.
De forma resumida, a iniciativa emprega o uso de QR Codes e outros mecanismos sensoriais para permitir que deficientes visuais “enxerguem” as pinturas feitas em muros e superfícies altas nas cidades selecionadas. Desta vez, o projeto embarcou em uma turnê por Jundiaí (por onde passou em julho), e chegará a Campinas (24), Campinas (25) e Piracicaba (27).
Projeto Graffiti Para Cego Ver convocou diversos artistas da cena local
O aspecto mais interessante do projeto “Graffiti Para Cego Ver” é o fato de que ele não usa o mesmo artista em todas as suas exibições. Preferencialmente, a ativação busca empregar a arte de profissionais locais.
No caso de Jundiaí, por exemplo, o artista André Fernandes de Oliveira, mais conhecido como “Estranho”, criou uma pintura exclusiva, ao passo que Gustavo Ding e GIM devem fazer o mesmo para Campinas e Piracicaba, respectivamente.
Tudo isso tem o objetivo de tornar a arte urbana acessível a pessoas com deficiência visual por meio de variadas texturas, inscrições em Braille e QR codes com áudios descritivos.
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“A ideia é que as pessoas percebam o quanto o que está dentro de nós pode refletir no outro. E que a arte é esse espelho coletivo que conecta todo mundo”, comentou Estranho. Segundo ele, ao desenvolver a obra em Jundiaí, pensou em como ela seria tocada, sentida, e não apenas vista. “Trabalhar com texturas, com relevo, pensar na inclusão… foi uma experiência transformadora como artista.”
Confira abaixo a agenda das próximas visitas:
Campinas
- Artista: Gustavo Ding
- Data: a partir de 25 de agosto
- Local: Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores (ICCT), na Avenida Washington Luiz, 570
Piracicaba
- Artista: GIM
- Data: a partir de 27 de agosto
- Local: Associação de Atendimento à Pessoas com Deficiência Visual de Piracicaba (Avistar), na Avenida Antonia Pazinato Sturion, 830
Redator
Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.
