O incentivo contra mim mesmo

Ontem publiquei um artigo (ainda disponível para leitores no Promoview), sobre a importância das campanhas de incentivo a vendas que o varejo desenvolve para sua equipe. Ressaltei no texto algo que considero um fator crítico de sucesso de cada uma delas: a automotivação do público a quem se destina.

No entando, acredito que existem campanhas perigosas, que apesar de ajudar a conquistar as vendas estipuladas pelo varejo a cada mês, ajuda também a arranhar a imagem da marca e, por muitas vezes, atrapalha o crescimento estratégico e saudável do negócio.

Vamos esquecer o caso dos vendedores de balcão, mesa ou qualquer outro, cujo trabalho é focado 100% em vendas de produtos que não podem ser alterados por eles, ou então por profissionais que atuam de maneira quase que robótica, como por exemplo embaladores de ovos de chocolate.

Estes profissionais muitas vezes têm metas para suas vendas ou para os processos de trabalho manual que executam. Neste caso, realizando um bom trabalho e atendendo as expectativas da empresa, estes são premiados.

Porém, existem profissionais que atuam em diversas frentes de trabalho simultâneamente, mas são premiados pelo atingimento de metas de uma delas. Neste caso, invariavelmente, ele dará atenção especial a esta determinada atuação. O restante ficará em segundo plano, mesmo que isso não seja bom para a empresa em que trabalha. O indivíduo virá quase sempre à frente da empresa.

Existem também situações em que profissionais executam somente uma função, mas tem autonomia para a realizar da maneira que achar conveniente. Vamos imaginar um vendedor que tem autonomia a dar descontos em seus produtos, alterar formas de pagamento, incluir brindes nas compras dos clientes que achar conveniente. Com tantas armas em mãos, certamente as usará sempre que sentir que são positivas para fechar negócio, sendo isto bom ou não, para a empresa em que trabalha.

O varejo deve estar atento a estes pontos para analisar até que ponto o incentivo de seus funcionários é benéfico a ela própria, e não somente a eles. Afinal, sabemos que apenas um jogador pode marcar o gol, mas um jogo só se ganha quando atuamos como um time.