Ah esse mundo de Deus e suas voltas…
Bem me lembro, quando ainda pequeno, de meu avô Divino, velho e bom homem da roça, da minha Minas Gerais, me dizendo: “Palavra dada, escritura assinada”. E foi com essas palavras na cabeça, e dando as minhas, que pautei minha vida.
Hoje, as experiências que tenho vivido no mercado do Marketing Promocional têm me mostrado que, ante às palavras, o nosso mercado tem se corrompido e vivido ao bel prazer dos maus exemplos dados, pensava eu, inicialmente pelos clientes, mesmo ante palavras escritas. Explico.
Tácito é que, num mercado como o nosso, onde ações, briefings e contatos nos chegam da noite pro dia e, muitas vezes, nos dando nenhum, ou quase nenhum, tempo para assinarmos contratos para executar um trabalho ou evento etc, somos impingidos a nos fiar na palavra o cliente, contratante, Agência ou fornecedor, dependendo da atuação de cada um.
Não faz muito tempo, quando ainda não existiam tantas Agências ditas de Marketing Promocional, recordo eu, era da relação de “palavra” que Agências, clientes e fornecedores viviam. E “as palavras mostravam o que cada um era.” (adaptei o ditado para aqui caber). Se você não a cumprisse, ficava mal no mercado e, muitas vezes, sucumbia a ele.
Mas o tempo passou e os clientes, os primeiros a mudar procedimento, por má fé, má qualificação, despreparo, burocracia interna ou mesmo por formação de caráter começarão a fazer valer o adágio “Palavras, leva-as o vento” e a não cumprir nem mesmo as escritas em contrato, especialmente quando o assunto era (ou é) o pagamento dos serviços prestados nos prazos pactuados. Atrasam mesmo, esteja ou não escrito no contrato o prazo de pagamento e não querem nem ouvir nenhuma palavra de protesto. Ignoram as palavras (ou a palavra dada).
Aí, a gente, que dá valor ao “Homem de bem tem palavra de rei.” começou a “bater e cobrar” no cliente com textos, contatos via Ampro, interlocução etc, mas, para nossa surpresa, começamos a verificar que a prática nociva, ao invés de ser repudiada, foi assimilada por significativa parcela de nossos fornecedores e agências, na base do: “Palavras são boas de dizer e más de cumprir.”
Que pena. Maus exemplos não são para serem seguidos e a gente precisa, aos poucos, voltar a fazer valer o “Palavra dada, vida empenhada” dos nossos avós (penso eu), sem esquecer, é claro, do “As palavras voam e os escritos ficam.” e tentarmos doutrinar, educar e cobrar o nosso mercado (clientes, agências e fornecedores) para que as relações de mercado, sejam elas quais forem, na medida do possível, se guiem por um contrato escrito, e assinado, antes da execução do trabalho (embora saibamos o quanto isso é difícil por conta do já falado no início desse texto). Enfim, fazer com que a nossa palavra tenha valor.
Afinal, são nossas palavras que se tornam, quando escritas ou assimiladas, leis, exemplos, bases de relação e conduta (ou será o contrário). E o dia em que a gente puder acreditar, de fato, na palavra de nossos parceiros tudo vai melhorar.
Você, que me lê, já deve ter vivido isso em algum momento, claro. Então ajude-me a me convencer do contrário ou ratifique o que eu digo, escrevendo aí em abaixo, comentando esse texto, porque, se meu velho avô estivesse vivo, certamente, teria me falado “ao pé do ouvido”: “As palavras mostram o que cada um é. Seja aquele que a valoriza, não o que a despreza.”
E eu teria respondido: é o que tento fazer falando, escrevendo, combinando e acertando as coisas na vida, no trabalho e na relação com meus amigos e parceiros, afinal “Palavra boa, custa pouco e vai longe”… ou não.
Bom…“Para bom entendedor, meia palavra basta.”