Experiência de Marca

O “Burriefing” dos sete erros

A história poderia ser divertida, não estivéssemos tratando da formação de "Promocitários", com o desleixo e o descuido de centenas de instituições de ensino espalhadas pelo País, que não estão nem aí para que tipo de profissionais colocam no mercado.

Aí o professor da disciplina Eventos apresentou o trabalho para a classe: “Quero que vocês façam (sic) um evento para 1.000 pessoas, no Pão de Açúcar. Será uma festa de aniversário de uma grande empresa, com início às 19h e final às 24h. Proposta de gift e muita tecnologia, com a projeção da imagem da logo da empresa no Morro da Urca. Traje: Black Tie. Avaliaremos a criatividade e orçamento adequado. O Budget é de 1.000.000,00.

E eu queria mesmo, juro, que a totalidade desse ‘trabalho-asneira’ fosse mentira, mas não é. Guardada a ficção e “invencionices” minhas para que a história ficasse interessante, ela é, digamos, ‘semi-real’.

O trabalho foi passado por um professor de uma ex renomada Faculdade de Comunicação que resolveu, estranhamente, jogar fora sua história com mudanças impensáveis.

Pois não é que o mestre, que se autointitula “Produtor Promocitário”, mandou esse “burriefing”, mostrando o quanto (não) entende o mercado e a profissão.

No jogo dos sete erros do briefing

1 – Ele pede que façam o evento, não se faz, se produz, quem faz é o cliente.

2 – 1.000 pessoas no Pão de Açúcar, das 19 às 24, é lotação apertada. E como ele vai colocar para fora os visitantes do cartão-postal do Rio que lá transitarão até às 20h?

3 – Não rola projeção no morro amiguinho, porque aviões sobem e descem no espaço aéreo e a vizinhança mataria o autor da ideia.

4 – Black Tie… sem noção…No Pão de Açúcar?

5 – Pedir criatividade? Mas já tá dito tudo que tem que ser (ou ter).

6 – Budget de 1.000.000. Risível. Melhor escolher outro lugar, reduzir o público e mudar o traje. Não dá nem pra saída. Só o aluguel do espaço custa mais ou menos uns… 230.000,00 só montagem, evento e desmontagem

7 – O sétimo erro? O trabalho e o professor, claro, ambos um “erro”.

A história poderia ser divertida, não estivéssemos tratando da formação de “Promocitários”, com o desleixo e o descuido de centenas de instituições de ensino espalhadas pelo País, que não estão nem aí para que tipo de profissionais colocam no mercado. Pior, que tipo de professores são esses que estão falando asneiras e pondo minhocas produtoras na cabeça de pessoas que pagam por uma formação que não tem?

Nesse jogo dos sete erros, o perdedor é sempre o mesmo: o estudante de Comunicação. Aquele que sai repetindo por aí que “berimbau é gaita”, que não pinta o sete porque faltam as tintas, e que segue cantando: “Eu vou, eu vou, pro mercado agora eu vou”, sem ir para lugar nenhum.

Isso é fruto da ‘GULA’ das Faculdades despreparadas, que têm PREGUIÇA de investir verdadeiramente em educação e preferem investir na LUXÚRIA de festas e brindes para os alunos, porque a AVAREZA lhes é o atributo mais forte. Dessa SOBERBA ninguém tem a menor INVEJA, porque vai chegar o dia em que a IRA contida daqueles que realmente querem aprender vai mostrar que elas, as Faculdades, cometeram pecados capitais.