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O que mudou para as mulheres no C-Level do Live Marketing nos últimos anos?

Saiba o que mudou e não mudou nos últimos 10 anos no segmento de live marketing a partir da visão de 16 profissionais do segmento, nesta matéria especial do Promoview.


Mais uma “semana das mulheres” e N matérias ressaltando as profissionais no mercado da comunicação, em vários cantos. Aqui vai mais uma, mas com um toque diferente, que eu espero que gostem. Nesta matéria especial do Promoview, nós conversamos com líderes do nosso live marketing para saber o que mudou e o que não mudou no mercado nos últimos 10 anos, na visão delas.

O intuito é debater o tema “botando o dedo na ferida”, de verdade. Fiquei feliz pois as participantes não tiveram papas na língua para falar o que realmente acham do assunto, e o resultado você confere abaixo.

Quero agradecer especialmente à Dilma Campos, que foi muito solícita ao conversar comigo e com a equipe Promoview sobre o rumo que daríamos a esta matéria, muito impactante aqui na redação e na empresa como um todo.

A minha vontade de escrever (eu mesma, sem apoio de redação) sobre o tema teve o intuito de me conectar com novas lideranças femininas, pois acabei – assim como muitos – normalizando, inconscientemente, enxergar mais os homens em altos cargos, e isso me deixou bem frustrada. Dia desses fui relembrar mentalmente todas as líderes que eu conhecia, de cabeça, e então percebi que meu networking era predominantemente masculino

Inclusive, recomendo o exercício a todos e todas que me leem, neste dia da mulher, para ver se você não “está nessa” também.

No percurso para provocar e ouvir as mulheres do mercado, tive contato com histórias e opiniões incríveis. 

Felizmente fui recebendo novas sugestões de participantes, mas, infelizmente, não consegui incluir todas aqui dessa vez. No entanto, ressalto que a ideia é acender o fósforo para outras profissionais colocarem gasolina nos seus grupos de conversa e empresas. Além, é claro, de “mandar a real” para todos os profissionais do segmento, que terão a oportunidade de revisar alguns conceitos a partir do que eu trarei a seguir.

Participaram-desta matéria (de cima para baixo, da esquerda para direita): Dilma Campos, Denise Garrido, Brenda Maia, Morgana Lima, Heloisa Santana, Mônica Schimenes, Tatyane Luncah, Andrea Pitta, Alice Coutinho, Silvana Torres, Catarina Eiko, Gisele Lima, Haynabian (Bibi) Amarante, Bettina Gallone e Danielle Branco.

 

O que mudou para que mais mulheres chegassem ao C-Level, no live marketing?

A primeira pergunta que fiz à todas elas foi sobre o que elas achavam que tinha mudado na última década, para mulheres conquistarem altos cargos dentro das empresas de live marketing. Confira os principais pontos levantados por elas.

 

Mudou – Equidade de gênero e salarial como meta real (saindo um pouco mais do discurso)

Em outros tempos, a busca pela igualdade entre os gêneros dentro das empresas era um assunto pouco debatido e não recebia a devida atenção, quando apontado por profissionais de vários segmentos. A diferença de oportunidades entre homens e mulheres era visto com naturalidade, para profissionais que praticassem com maestria, a mesma função, sendo de gêneros distintos.

Com o passar do tempo e as custas de muita imposição por parte das mulheres, que foram aos poucos conquistando seu espaço, este cenário veio se transformando. Em um mercado com uma expressiva quantidade de profissionais do gênero feminino muito competentes, o esperado, em teoria, era justamente que em pouco tempo, elas subissem de cargo e tivéssemos inúmeras em papeis de liderança. No entanto, ainda não estamos vendo isso na prática.

“Eu acho que olhar pra questão de gênero é extremamente importante, porque as mulheres são tão competentes quanto os homens. Não faz o menor sentido a gente ter só lideranças formadas pelo setor masculino, sendo que as mulheres são especialistas em várias coisas. As mulheres são inteligentes e capazes de fazer isso, e qualquer pensamento contrário é extremamente tacanho e retrógrado” afirma Haynabian Amarante (Bibi), COO da HUSTLERS.BR.

Foto: Divulgação. Haynabian (Bibi) Amarante, COO da HUSTLERS.BR.

“Existem mulheres engenheiras, diretoras artísticas, técnicas, existem mulheres presidentes de empresas, CEOs e de todos os níveis, e são tão capazes quanto os homens. Então eu acredito que esse olhar, essa mudança, que foi tardia, não foi uma mudança fácil, foi feita através de muita luta das mulheres, de muita imposição. E ainda não chegamos no formato ideal, que fique bem claro.” completa Bibi.

Dilma Campos, Head de Diversidade e Inclusão e ESG da B&Partners e CEO da agência Nossa Praia, relembra que “nos últimos 10 anos a gente conseguiu ver uma evolução sim das mulheres na liderança das agências de live marketing. A gente sempre teve muita mulher trabalhando no setor, mas na última década deu pra perceber que há mais mulheres liderando. (…) No entanto, quando a gente compara o número de homens e mulheres nessa alta liderança, a gente ainda tem um número muito maior de homens”.

“Ainda não temos um equilíbrio quando a gente olha a maioria das agências de live marketing. Muita coisa mudou, mas a gente ainda não chegou gostaria, que é justamente a igualdade de gênero. 50% de homens e 50% de mulheres em todas essas lideranças. complementa Campos.

Silvana Torres, CEO da Agência MarkUp, reconhece o avanço neste quesito na última década, com ressalvas. Eu acho que já evoluímos nesse sentido, mas ainda temos um caminho longo a percorrer quando o assunto é igualdade, e isso certamente é um caminho sem volta. A gente tem acompanhado uma transformação no mercado. Cada vez mais as mulheres estão conquistando o seu espaço, ocupando cargos de liderança nas empresas”, completa Torres.

Fotos: Divulgação. Esq. a dir.: Dilma Campos, Head de Diversidade e Inclusão e ESG da B&Partners e CEO da agência Nossa Praia; Silvana Torres, CEO da agência MarkUp; e Danielle Branco, COO da Elkis18.

Fora que a decisão de escolher mais mulheres é também lucrativa: “Além disso, precisamos lembrar que pesquisas recentes apontam que a presença de mulheres no time traz mais lucros. Muito mais do que o sentimento de justiça e igualdade, a participação feminina proporciona diversidade de opiniões e pontos de vista para as estratégias com as marcas” completa Torres.

No entanto, algumas empresas do segmento sempre tiveram uma visão inclusiva no que diz respeito ao gênero feminino. Danielle Branco, COO da Elkis18, nos conta que a agência “(…) pratica, desde de que nasceu, a equidade salarial e a padronização de promoções independente do gênero. Os nossos critérios de oportunidade e crescimento aqui dentro são, de fato, igualitários.

“Se a gente olhar especificamente para o nosso mercado, nós, o Live Marketing, que sempre nos apropriamos de tendências e movimentos, a gente acaba acompanhando todas essas transformações e, de certa forma, a gente se torna aí pioneiro em pautas importantes como essa.  Hoje em dia, além da criação de pilares nas corporativas, eu acho que a gente consegue trazer  mais luz sobre o tema e fóruns para discussão onde o empoderamento feminino ganha ainda mais relevância”, pontua Danielle.

Outra empresa que também pratica a equidade e incentiva lideranças femininas é a TSBEtc, que possui 75% do seu quadro de colaboradores feminino, heads mulheres em todos os setores, e 2 dos 4 diretores, sendo mulheres. “Não existe diferença salarial entre homens e mulheres e as mesmas condições dignas de trabalho são oferecidas a todos. Dentro e fora da agência não são admitidas atitudes machistas, intimidações e falta de respeito”, revelam Catarina Eiko, Diretora de Atendimento e Bettina Gallone, Diretora de Estratégias da TSB.

Alice Coutinho, fundadora e CEO da Agência Mandarin revelou que “desde o começo a minha agência foi liderada majoritariamente por mulheres. Claro que, olhando para 10 anos atrás, era uma exceção, mas acho que tivemos sim grandes avanços nesse quesito no mercado. Acho que essa mudança é resultado de uma série de fatores, incluindo uma maior abertura das empresas para contratar mulheres para posições de liderança. Sem contar que muitas campanhas são voltadas para o público feminino, então é imprescindível que tenham mulheres tanto na equipe para executar essas campanhas, como também para aprovar essas campanhas, observa.

 

Mudou – O respeito às lideres femininas

Denise Garrido, fundadora e sócia da Agência Atenas, relembra a postura de outros profissionais quando em reuniões com uma maioria masculina: “Não foi fácil. Acho que todas as mulheres tiveram que enfrentar muitas barreiras. Eu me lembro de quando cuidava de estratégia e tinha um homem na reunião. As perguntas eram focadas para ele, e eu respondia.. Então a gente teve que aprender a se impor. A gente teve que aprender a ser melhor, a ser cada vez mais forte do que a gente já era. Então isso também dá uma maturidade, né? Vejo hoje as mulheres com outra postura também”.

E comemora a mudança que ocorreu com o tempo, além da presença de mais mulheres: “quando eu chego em reunião, eu acho muito engraçado, porque muitas vezes a maioria é mulher e eu fico brincando, ‘nossa, que reunião linda, porque só tem mulher aqui!’ Sem querer ser sexista… Mas quando a gente vê, é uma gratidão olharmos outras mulheres em altos cargos”, diz Garrido.

Fotos: Divulgação. Esq. a dir.: Denise Garrido, sócia-fundadora da Atenas.ag; e Gisele Lima, sócia-fundadora da EAÍ!? Live Marketing.

Já Gisele Lima, sócia-fundadora da EAÍ!? Live Marketing, acredita que “Nos últimos 10 anos o principal ganho dentro desse mercado foi que nós mulheres conseguimos efetivamente demonstrar a nossa capacidade de gestão, não só na eficiência e eficácia da condução dos projetos, trabalhos, gestão, mas também uma flexibilidade importante no entendimento humano”.

Brenda Maia, fundadora e CEO da Eagle, conta que nunca se sentiu prejudicada por ser mulher no mercado de trabalho, por sempre ter se posicionado muito bem como uma profissional competente. E completa: “Acho que uma boa liderança também vem da confiança que a gente expressa. Então, mesmo sabendo de todas as dificuldades que existem para as mulheres no mercado de trabalho, por conta de questões históricas e estruturais, meu amor pelo trabalho sempre me impulsionou a correr ainda mais atrás dos meus objetivos”.

A COO da Elkis18 também relembra que sempre foi muito respeitada como profissional, mas reconhece que isso foi um privilégio: “eu acredito que esse privilégio me move a continuar criando dentro da Elkis18 essa cultura de empoderamento feminino, onde a gente pode aqui dentro atuar verdadeiramente como agentes transformadores. Eu acredito que nós mulheres podemos ser o que quisermos ser, e é isso que eu passo aqui internamente pro meu time”.

 

Mudou – O reconhecimento da forma única das mulheres em lidar com diversas situações

Uma pauta que surgiu em diversas respostas foi o “jeito feminino” para encarar os desafios da liderança, que se difere, na maioria das vezes, da forma como os homens geralmente lidam com as mesmas circunstâncias. Este também foi um fator levantado como poderoso na forma de levá-las ainda mais longe na carreira, e que ajudou nos últimos anos.

 

Fotos: Divulgação. Esq. a dir.: Alice Coutinho, sócia da agência Mandarin; Andrea Pitta, CEO da Fibra.ag; e Morgana Lima, fundadora da agência Tração.

Alice Coutinho, CEO e fundadora da agência Mandarin comenta que “o que eu costumo dizer é que a mulher consegue expandir os negócios com mais facilidade. [Elas] Têm mais facilidade em ouvir, aceitar as mudanças, além de saber receber as ajudas necessárias para o seu desenvolvimento”.

Andrea Pitta ressalta outras características desta postura: “Em um ambiente mais igualitário e diverso, ações são mais genuínas e criativas. As mulheres têm características mais intuitivas, mais resilientes em situações mais adversas e mais empáticas. É um perfil diferente do homem. Elas são mais flexíveis, e a liderança horizontal também é uma característica da mulher, elas apostam nessa liderança. Porque elas têm um espírito que encoraja a participação de todos. Elas unem mais as pessoas formando equipes mais coesas e eficientes”.

Gisele Lima, sócia-fundadora da EAÍ!? Live Marketing, ressalta que “as mulheres têm uma sensibilidade mais aflorada. E isso foi reconhecido pelo mercado, nos dando a oportunidade de crescer em cargos, aplicando o sistema de gestão, que trouxe eficiência e eficácia por conta das competências femininas. (…) Criamos uma produtividade maior e um ambiente de trabalho melhor, seja para empresa, colaboradores ou pra quem constrói essa atividade“, completa.

Morgana Lima, fundadora da Agência Tração, pontua outras qualidades do gênero feminino: “[As mulheres] sabem fazer malabarismo quando o assunto é ser multitarefa, e evento é multitarefa, não é? Olhando 10 anos atrás, vejo mulheres ainda lutando por igualdade. Porém, no live marketing, vejo mulheres muito bem posicionadas e respeitadas. (…) Sempre achei que mulheres se destacavam pela sensibilidade criativa, pela afetividade e por terem um alto poder de administrar”.

Brenda ainda comenta “as mulheres têm mais jogo de cintura para lidar com as situações. Procuram mais o diálogo e ter uma troca mais profunda com as pessoas. Quando atingimos a posição C-Level, temos uma responsabilidade ainda maior de estarmos em contato com o nosso time, fazendo parte de verdade, e vestindo a camisa dos projetos”.

Fotos: Divulgação. Esq. a dir.: Brenda Maia, fundadora e CEO da Eagle; Mônica Schimenes, CEO da MCM Brand Experience; e Heloísa Santana, Presidente Executiva da AMPRO.

Mudou – Avanço do ESG

Foi quase unânime a opinião de que haviam mais mulheres em cargos de liderança ao longo dos últimos anos. Mônica Schimenes, CEO da MCM Brand Experience, relacionou isso também ao fato do avanço do ESG (Governança ambiental, social e corporativa), e as suas novas práticas dentro das empresas.

“Eu entendo que nos últimos 10 anos algumas coisas mudaram no sentido de favorecer lideranças femininas. A gente entendeu, por conta das novas práticas quase que obrigatórias de ESG, de que a gente tem que incluir o diverso, tem que trazer equidade de salário, de cargos, de oportunidades, e isso fez com que a gente conseguisse trazer mais mulheres pra cena”, comenta Schimenes.

“Com os últimos tempos, o termo ESG é obrigatório, mesmo em ambientes ainda não estão conscientes ou maduros para tal, e isso faz com que boa parte das pessoas, num estado de consumidor e/ou de profissional, seja qual seu for ambiente, atue de forma responsável. No universo de live marketing, as mulheres são responsáveis em média por de 60% dos cargos de empreendedoras e executivas ressalta Heloísa Santana, presidente da AMPRO (Associação de marketing Promocional).

“Existe um espaço gigantesco para representatividade, apenas 27% das empresas que contratam, preenchem a coluna “representatividade”. Atualmente, temos a informação de apenas 1 mulher negra ocupa a cadeira como empresária no quadro de Associados da AMPRO ressalta Heloísa.

 

Mudou – Mulheres no comando impulsionam outras para alcançarem cargos de liderança

Denise Garrido, da Atenas, relembra a trajetória da empresa ao focar na diversidade. “Focamos na pluralidade de olhares quando começamos lá atrás, e isso deu pra gente a condição de pensar em uma agência um pouco diferente. Uma agência onde mulheres estivessem na linha de comando. Hoje somos em 2 sócias e temos na diretoria mais de 50% de diretoras. Somos muito orgulhosas desse movimento do mercado” conta.

Foto: Divulgação. Tatyane Luncah é fundadora e CEO do Grupo Projeto Figital.

Tatyane Luncah, fundadora e CEO do Grupo Projeto Figital, observa a mudança no quesito sororidade. “Eu acredito e vivo a sororidade entre mulheres. Quando eu comecei, quando eu fundei o Grupo Projeto Figital, há 22 anos atrás, a gente não tinha essa noção de que mulheres precisavam ajudar outras mulheres a subirem, a terem cargos de lideranças. Então hoje eu vejo que existe essa sororidade. Eu vejo as empresas muito mais preocupadas em diversidade, muito mais preocupadas em inclusão, em equidade. Mulher é amiga de mulher, mulher ajuda outra mulher sim!”, completa.

Mônica Schimenes ainda pontua: “A gente hoje vê mulheres que inspiram outras mulheres a encontrar novos desafios, e essas posições de liderança deixam de ser amedrontadoras e passam a se tornar desejáveis pras mulheres. Então, com esse apoio da nova sociedade, da obrigação de fazer o diferente ser o normal, traz pra gente novas oportunidades para a liderança”.

 

Mudou – Empreender para enfim, crescer

Andrea Pitta relembra que, para sair da estagnação em que se encontrou em alguns momentos da sua carreira profissional, sendo mulher preta, decidiu ela mesma criar a sua própria agência. “Quando eu observo a minha trajetória pessoal e profissional, em todos os lugares que eu trabalhei chegava a uma posição em que eu estagnava. Para mudar essa realidade, sendo mulher e negra, eu resolvi empreender para mudar esse status relembra.

Além de Andrea, outras mulheres entrevistadas também conquistaram seus postos através da consolidação dos seus próprios negócios, como é o caso das fundadoras das agências Mandarin (Alice Coutinho), Eagle (Brenda Maia), Atenas (Denise Garrido, que também é sócia de Quércia Andrade), Outra Praia (Dilma Campos), EAÍ!? (Gisele Lima), HUSTLERS.BR (Bibi Amarante), MCM (Mônica Schimenes), MarkUp (Silvana Torres), Grupo Projeto Figital (Tatyane Luncah) e Tração (Morgana Lima).

Das 15 entrevistadas, 11 construíram suas próprias agências. Esta característica pode revelar uma possível carência na consideração de mulheres para o c-level dos players do mercado de live marketing, fazendo com que elas montem seus próprios negócios para fugir deste cenário.

 

 

E o que não mudou para as líderes do live marketing na última década?

Como contraponto e para colocar mais ainda em evidência certas discrepâncias que as mulheres convivem em suas carreiras profissionais, perguntei o que, na visão delas, não tinha mudado, no mesmo período.

 

Não mudou – A maioria das lideranças segue, majoritariamente, nas mãos deles. Até quando?

Andrea Pitta salienta que “todo movimento que exige uma mudança de mentalidade ele não acontece da noite para o dia. Os altos cargos, em sua maioria, ainda são liderados por homens. Existe ainda uma resistência muito grande nesse sentido.” Morgana Lima concorda que “a igualdade de gênero ainda tem muito espaço para evolução.”

Dilma Campos reforça que a velocidade na equiparação dos gêneros segue muito lenta para os tempos atuais. “A gente está falando há mais de 200 anos para se ter igualdade de gênero. E quando a gente fala de igualdade de gênero é 50% homens e 50% no mesmo nível, por exemplo de uma vice-diretoria, de uma superintendência, no nível gerencial, e isso até a base lá da pirâmide, que é a entrada das pessoas”.

“No Live Marketing essa perspectiva de ter essa igualdade não mudou. Aumentou o número, mas não mudou dentro dessa perspectiva. Então eu me preocupo sim com a velocidade dessa mudança. (…) A velocidade dessa mudança não pode ser de mais 150 anos. Afinal, a gente de fato sabe fazer eventos e desenvolve experiências e promoções muito rápido, só não conseguimos mudar essa perspectiva nas empresas do setor com a mesma rapidez. (…) Eu gostaria que a velocidade com a qual a gente gerencia para os nossos clientes, também tivessem dentro das mudanças dentro das agências dispara Dilma.

Silvana Torres também acha “que o principal ponto é que a mudança vem ocorrendo, mas muito a passos lentos, então ainda vemos um progresso longe do cenário ideal. E a pandemia colaborou com esse panorama, interrompendo o processo de evolução da participação feminina no mercado de trabalho”.

 

Não mudou – Mulheres negras seguem em falta quando o assunto é liderança nas empresas

Bibi Amarante toca em outro ponto delicado no que se refere a inclusão das mulheres nos papéis de liderança: o racial. “O que eu acho que não mudou dentro dessa mesma perspectiva é a gente aliar a questão racial com a questão de gênero. A gente tem conhecimento de dados em que as mulheres pretas, as mulheres indígenas ainda estão num número muito inferior dentro do recorte de gênero e isso precisa mudar.”

A COO da HUSTLERS.BR ainda revela seu real sentimento ao se ver como uma das poucas líderes pretas no mercado de live marketing, e quer mudar isso o quanto antes: “Precisamos racializar esse recorte de gênero e promover ações práticas, ações afirmativas, ações efetivas que façam esse número também subir. Acho que a luta é de gênero como um todo, mas a questão racial dentro desse prisma também está há anos luz de ser mudado.(…) Eu, enquanto mulher preta, me sinto às vezes solitária dentro de algumas posições, dentro de algumas conversas, porque isso não é um olhar específico, não é um olhar aprofundado.”

A presidente da AMPRO também toca no ponto, abrangendo mais ainda o espectro da diversidade: “Ter um recorte maior de representatividade para mulheres (idade, raça, classe social, formação, gênero, com deficiência física, etc). Esse movimento precisa estar presente em todo ambiente, a começar pelo topo das lideranças”, diz Heloísa.

Vale pontuar também que, além do recorte de raça, existe também o etário, no qual mulheres +50 apresentam muita dificuldade em subir na carreira, o que muitas vezes resulta na partida para o caminho do empreendedorismo ou mudança de área.

 

Não mudou – Possibilidade de gravidez é vista como um problema

“Muitas vezes há um certo estigma, por parte do mercado, que a performance da profissional que vem a ter filhos pode mudar. Isso pra mim é um verdadeiro absurdo. A mulher ela não muda, pelo contrário, eu acredito que ela se torne mais forte. Foi o que aconteceu comigo: eu tive quatro filhos e a cada gravidez eu me tornava mais forte, com mais energia pra tanto criar o meu filho, como para trabalhar com muito mais pique, sabendo que eu tenho aquele ser ali que depende de mim”, comenta Alice Coutinho, CEO da Mandarin.

Denise Garrido desabafa: “A gente ainda é vista como uma possibilidade de mulher que engravida e que vai deixar o trabalho por isso, o que é muito ruim. E não tem nada a ver, pois acredito que a vida pessoal e a profissional elas têm sim, que caminhar juntas. O olhar sobre a mulher [neste aspecto] precisa mudar”.

“Um ponto muito preocupante que enxergamos é o alto índice de demissões após a licença maternidade, seja ele por decisão da empresa, ou por pressão e falta de flexibilidade, que acaba fazendo com que a mulher desista de seu cargo”, comentam as diretoras da TSBEtc, Catarina e Bettina.

Fotos: Divulgação. Esq. a dir.: Bettina Gallone é Diretora de Estratégias e Catarina Eiko é Diretora de Atendimento, ambas da TBSEtc.

 

Não mudou – Diferença salarial para o mesmo cargo

Andrea Pitta ressalta como um dos principais pontos a ser evoluído é a diferença salarial. As mulheres, na mesma posição, ganham cerca de 23% a menos que os homens. Estamos no caminho, mas existem ainda barreiras nesse sentido a serem enfrentadas. Todo esse sistema foi criado sempre conduzido num ambiente muito masculino. Então essa mudança vem acontecendo, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido”.

Danielle Branco reconhece que “[O live marketing] é melhor do que alguns outros setores da economia, mas ainda está longe de ser 100% equiparado. Ainda tem um longo caminho pela frente a ser percorrido e é preciso continuar promovendo essa pauta, trazendo protagonismo pras mulheres”.

“Em âmbito nacional ainda existe uma grande estatística de diferença salarial entre homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos, o que não faz o menor sentido, uma vez em que a capacidade intelectual e produtiva não tem nenhuma ligação com o gênero. Infelizmente, só é um fato decorrente de preconceitos e ideais retrógrados de muitos empresários do mercado” observam Catarina e Bettina.

 

Não mudou – A resistência na aceitação das mulheres em altos cargos

Mulheres na liderança não são novidade há muito tempo. No entanto, algumas condutas veladas muitas vezes revelam uma resistência velada a este contexto, e até uma descrença na real capacidade das mulheres de assumirem determinadas funções.

Gisele Lima pontua que ainda existe muita resistência em aceitar mulheres em altos cargos. “O mercado é essencialmente comandado por homens, e isso vem da história. É uma reversão que acontece na medida que a gente conquista o nosso espaço.”

“Então, ainda encontramos algumas resistências, embora o ambiente seja muito mais aberto, muito mais amplo, com possibilidade de discussões e oportunidades maiores em relação a isso. Mas existem ainda algumas resistências, diferenças e ainda algo a se conquistar em respeito e em oportunidades iguais. Evoluímos muito nesse contexto, mas ainda existe uma luta pela frente sem dúvida nenhuma”, finaliza a sócia da EAÍ!?.

 

Não mudou – Falta de formação adequada para novas líderes

A CEO da MCM Brand Experience reforça a necessidade de capacitação para que as mulheres desse segmento evoluam em suas carreiras. “O acesso à informação, acesso a treinamento, acesso a estudo, acesso a oportunidade de melhoria e preparo para cargos de liderança. Então a gente ainda vê mulheres ocupando espaços nas organizações de live marketing, mas nem sempre os cargos de liderança, porque nós ainda estamos anos atrasados no processo de educação de formação de líderes mulheres”, diz Mônica.

 

Não mudou – Sobrecarga do trabalho com atividades domésticas

Silvana Torres observa que “Muitas mulheres ainda são as principais responsáveis pelas tarefas domésticas, cuidado com filhos e outras questões familiares, e isso se intensificou durante a pandemia de covid-19. As mulheres seguem acumulando papéis, mesmo quando estão inseridas de maneira bem-sucedida no mercado de trabalho.”

 

Não mudou – Muitas ainda não estão unidas

Tatiane Luncah traz outra perspectiva: “O que não mudou é o patriarcado. É o ego. É as pessoas não olharem pro eco, o ecossistema, mas sim o ‘egossistema’, e isso atrapalha bastante. A gente vê muito nas premiações, que se precisa de homens, precisam de aliados para esse movimento, e muitas empresas, muitas agências não se tem isso.”

“Então, eu acho que as mulheres tiveram esse despertar de que unidas elas podem cada vez mais se ajudar. Existe aí todo um patriarcado com viés inconsciente, ou consciente, mas que trabalha muito essa questão do ‘egossistema’ e não do ecossistema” completa Luncah.

 

‘Você tem alguma sugestão de ação prática que possa ajudar mais mulheres do setor a conquistarem altos cargos?’

Para finalizar, pedi a elas sugestões de ações práticas para ajudar outras mulheres que buscam subir na carreira ou enfrentam alguma(s) das dificuldades pontuadas acima, e estão em busca de motivação para seguirem firmes na trajetória profissional dentro do segmento.

 

Capacitação, conversas e apoio

Alice Coutinho comenta sobre a necessidade de união das mulheres para promoção de mudanças e apoio mútuo, além de discussões sobre o tema no ambiente de trabalho. “É necessário realmente promover mais essa conversa no ambiente de trabalho, promover mentorias, capacitação, sororidade, enfim. Eu falo também que as mulheres precisam se ajudar e se apoiar entre si. O que eu faço, pessoalmente, dentro e fora da agência é através do meu network e das minhas atividades é sempre trazer e apoiar mulheres. Eu vejo o quanto isso tem retorno, onde as mulheres se tornam mais fortes e capazes de mostrar o quanto elas fazem e podem fazer acontecer.”

Dilma Campos relembra uma das iniciativas da AMPRO na capacitação de líderes para o segmento, que foi descontinuado. “A gente tem um curso que a Ampro acabou pensando, contribuindo e trabalhando na grade Curricular junto a FGV. Esse curso aconteceu por dois anos seguidos e não aconteceu mais depois da pandemia. Era um curso focado para mulheres, para que as mulheres possam atingir altos cargos. Que ajudam essas mulheres. Eu acho que as empresas têm que fazer o foco e tem que ser provocativas e afirmativas nisso. Não adianta a gente falar ‘ai eu quero’, e a gente ficar lá parado querendo, porque nada acontece.”

Além do curso, Dilma complementa: “Tem que reunir liderança, tem que entender, tem que fazer curso, trazer conteúdo para isso, e com isso a gente vai conseguindo transformar. Então a minha sugestão de ação prática é: fazer cursos que preparem essas mulheres para se desenvolverem nas questões de liderança, talvez conseguirem fazer mentorias internas dentro das agências, onde essas mulheres possam ser mentoradas para que o caminho delas seja um pouco menos doloroso para atingir essa liderança”

Mônica Schimenes também recomenda o caminho da capacitação, afinal “hoje não é possível ser um gestor ou ter um alto cargo de liderança se você souber apenas de um assunto. Você tem que entender de gestão financeira, tem que entender de gestão de pessoas, de gestão de tempo. Então, são muitos os fatores necessários para formação de uma liderança hoje. E a gente tem que ir atrás dessas informações”.

“Hoje existem muitos cursos, muitos treinamentos gratuitos, pagos, muitas missões, muitas organizações que estão dispostas a treinar mulheres para posição de altos cargos. Então, buscar desenvolvimento intelectual, desenvolvimento pedagógico, educação de formação de liderança feminina, e afins. É super importante que a gente tenha mais conhecimento de muitas áreas” complementa.

 

 

Autoconfiança, merecimento e postura firme diante das adversidades

Xô síndrome de impostora! Andrea ressalta sobre a importância do acreditemo-nos em si mesma”

“A mulher genuinamente tem que assumir e acreditar que ela tem esse potencial para alcançar essa posição. Mais do que isso, ela tem o direito a esse espaço.” Além disso, complementa com a importância da capacitação e aprimoramento: “Pra isso ela precisa ampliar o seu conhecimento geral. Se atualizar sempre internamente e externamente porque todos os movimentos exigem essa postura para que ela conquiste essa posição. Amplie e refine o seu conhecimento geral, porque ele é a base de tudo. Principalmente no nosso mercado.”, finaliza Pitta.

Brenda Maia também enfatiza sobre o poder da autoconfiança em ambientes majoritariamente masculinos “A dica que eu dou é: nunca abaixe a cabeça quando você for minoria dentro de um ambiente, ou empresa, predominantemente masculina. Imponha suas opiniões, estude, faça com que seus argumentos tenham sempre embasamento, continue sendo estimulada por suas metas e objetivos e simplesmente vá em frente.”

A fundadora da agência Eagle, que possui longa trajetória no meio corporativo, reforça sobre a postura recomendada em situações como, por exemplo, o manterrupting: Não podemos normalizar sermos interrompidas enquanto ainda estamos expondo nossos pontos de vista e eu não acho que seja necessário falar mais alto, perder sua essência ou qualquer coisa assim para ser escutada.” Além disso, pontua sobre não precisar perder a sua feminilidade para se manter firme em certas situações “eu nunca deixei de ser vaidosa e trazer minha feminilidade para a minha conduta no mercado de trabalho para ser respeitada no meio. Uma boa liderança é aquela que inspira, que é verdadeira, que constrói relações nas quais realmente haja troca. E tenho certeza de que esta sensibilidade, que eu faço questão de carregar, vem do fato de eu ser mulher”, finaliza Brenda.

Danielle Branco também aconselha: “Se sinta segura, se sinta empoderada pra isso, seja de fato um agente transformador e reconheça se o ambiente no qual você deseja construir a sua trajetória profissional é favorável, se ele está aberto, se ele está em constante evolução para que você seja reconhecida da forma como você merece.

Gisele Lima ressalta sobre o poder da resiliência na trajetória profissional: “Algo que nós mulheres carregamos dentro de nós há muito tempo, e que nem sempre exercitamos no mais alto poder. Resiliência é importante. Manter uma posição e uma postura firme quanto a respeito, a de ser ouvida, a direitos iguais, a lutar pelo que nós vemos conquistando e podemos ainda conquistar.”

Heloísa recomenda que “Reconhecer o lugar de privilégio (como indivíduo e marca), repudiar preconceitos e ter ao lado vozes de mulheres com diferentes lugares de fala, são alguns ingredientes quais acredito que possam evoluir esse cenário. Se cada um que estiver lendo/ouvindo esse conteúdo de mulheres maravilhosas puder ter a frase da Vernã Myers, VP de Estratégia de Inclusão da Netflix, “Diversidade é chamar pra festa. Inclusão é chamar pra dançar.” Vamos dançar mais!”

Já Morgana Lima, é mais direta: “Se você espera respeito, se respeite. Se você espera valorização, se valorize. Se você espera ser elogiada pelo seu trabalho, busca entender se você já fez. Tudo o que precisa ser feito até que você consiga se elogiar pelo seu feito, pela sua entrega. Se você quer que acredite em você para determinada posição para determinado cargo. Primeiro, acredite você mesmo em você, se não partir de você o reconhecimento que você espera, dificilmente ele vai chegar do outro. O cargo ou uma posição é, ou pelo menos deveria ser reflexo das suas entregas e do seu talento.”

 

Network e “patrocínios de carreira”

Schimenes, além de recomendar capacitações para atuar em cargos de liderança, reconhece que “as mulheres ainda têm dificuldade com os eventos de networking, por conta dos horários que acontecem à noite. A gente ainda tem uma sobrecarga da dura realidade das duas funções, três funções.” No entanto, reforça a importância de um bom network para um bom desenvolvimento de liderança, “porque quando a gente encontra e conhece pessoas em posição de liderança, a gente se sente estimulado a encontrar esse lugar.

“Outra coisa que eu acho que faz sentido é você encontrar patrocinadores na sua carreira. Pessoas que assinem com você, que te indiquem para outras pessoas com a certeza de que você é a melhor pessoa para aquele lugar. Então encontrar esses patrocinadores muda completamente e transforma o seu ambiente de relacionamento, de networking e naturalmente de alcançar novas posições de liderança”, pontua a CEO da MCM Brand Experience.

 

Demais líderes do segmento: Mudanças reais partindo de dentro das empresas

Denise Garrido pontua a necessidade das empresas em promover, antes de mais nada, a igualdade salarial. “Não consigo entender porque homens ganham mais do que mulheres e também abrir vagas, abrir olhares, abrir estrutura para que as mulheres possam ter cargos de alta alta gestão. (…) A gente [mulheres] não quer ser melhor, não é preciso ser melhor, eu quero que a igualdade seja cada vez frequente, sem ser somente um discurso de ESG. Não precisamos mais de discurso, precisamos de ações práticas”, enfatiza a CEO da Atenas, que se orgulha da forte veia feminina que a sua agência possui.

Bibi Amarante acredita que a sugestão de ação prática para ajudar as mulheres do setor a conquistarem altos cargos, é uma responsabilidade das empresas e das agências de estabelecerem metas de número de mulheres em cargos de liderança. “Eu acredito que se você estabelece meta você abre uma oportunidade pra própria empresa de explorar potenciais diferentes, visões diferentes, resultados diferentes sobre uma outra ótica. A minha sugestão é que as empresas estabeleçam metas nesse recorte de gênero, que estabeleçam metas no recorte racial e, principalmente, que una as duas coisas, para que a gente saia desse número tão desequilibrado que é hoje em dia”, sugere a COO da HUSTLERS.BR.

As mudanças culturais que têm beneficiado as mulheres não podem se tornar modismos, comenta Silvana Torres. “Precisamos multiplicar esse conhecimento, mostrando na prática os benefícios que o empoderamento feminino proporcionam à vida profissional – e pessoal – de todas as mulheres”, comenta Silvana.

“É preciso equiparar salários, estimular a contratação de mulheres e colocá-las em posição de liderança. E as mulheres que já ocupam essa posição, como é o meu caso, precisam fomentar essas iniciativas. Em 2015 fundei e presidi por dois anos o Comitê Women Empowerment da AMPRO, uma plataforma de executivas que busca contribuir para o crescimento e desenvolvimento profissional do gênero na área de Live Marketing, por meio da troca de experiências e capacitação, além de ter participado do programa Winning Women da EY que proporciona às mulheres uma oportunidade de aperfeiçoar conhecimentos essenciais ao mundo dos negócios através de mentoria”, completa a CEO da MarkUp.

Tatyane acredita de verdade que a gente a mudança acontece através da sua responsabilidade, da sua liderança e do seu negócio. “Então, dentro do Grupo Projeto a gente já trabalha com pessoas com mais de sessenta anos, com pretos, com LGBTQIA+, com jovens aprendizes. A gente sabe que vivemos no mundo das diferenças e o quanto isso cresce dentro dos negócios.” 

“Eu acho que é a gente viver essa verdade, sabe? Ajudar outras mulheres e a gente viver de fato essa nova era da economia feminina, uma era com característica muito mais matriarcal, de conhecimento, de co-criação, de compartilhamento, de fazer juntos, e também termos homens aliados na construção de um mundo bem melhor, que com certeza vai ser suas filhas e suas netas. É ter essa responsabilidade, ter esse diálogo e muita ação. Não ficar só na teoria e ser na prática de verdade”, completa Luncah.

“A adoção de políticas igualitárias e planos de carreiras dentro das corporações é algo que vai incentivar cada vez mais as mulheres a insistirem e conquistarem seus ideais. Todos se motivam quando performam por meio de meritocracia”, afirmam as diretoras da TSBEtc.