A incorporação da inteligência artificial ao marketing transformou rotinas, otimizou processos e trouxe ganhos de eficiência. E também trouxe uma pergunta incômoda e urgente: Se a IA acelera entregas, o serviço deve ficar mais barato?
Não estamos falando do cálculo de horas ou de planilhas automáticas. A resposta exige entender o que realmente está sendo vendido: o raciocínio, o know-how e, claro, a performance.
Há uma ilusão perigosa no ar de que a automação reduz proporcionalmente o valor do serviço. Mas tempo e valor nunca foram sinônimos, especialmente neste caso. O que diferencia uma entrega comum de uma entrega estratégica ou automatizada é a inteligência aplicada, não a quantidade de cliques necessários para executá-la. A IA pode fazer em segundos o que antes levava horas, mas não decide onde aplicar, nem por quê. Esse discernimento, esse pensamento crítico e criativo, é o que o cliente está comprando. E isso não deve ser barateado.
A minha experiência com Inbound PR tem mostrado que quanto mais tecnologia é incorporada, maior precisa ser o cuidado com a precificação baseada em valor. O risco de transformar inteligência em commodity é real. E é por isso que defender o valor do serviço começa pela narrativa: a IA não substitui o estratégico, mas o potencializa. O que se cobra, portanto, não é o uso da ferramenta, mas a decisão por trás do uso.
Muitas vezes, é preciso lembrar o óbvio: marcas não contratam serviços de marketing para receber textos, imagens ou apresentações. Elas contratam para obter performance, resultado, vantagem competitiva, leads e vendas. Os entregáveis visíveis, como um conteúdo, um relatório, uma arte, são apenas a ponta do processo. O que está sendo comprado é a capacidade de gerar efeito real no negócio.
Quando a equipe usa IA para otimizar tarefas operacionais, ela está ganhando tempo para focar no que mais importa: a estratégia. Ao integrar IA na formulação estratégica, o trabalho se torna ainda mais robusto, pois exige leitura de contexto, interpretação de dados e capacidade de tomada de decisão. De fato, não retiramos valor do processo, mas somamos novas camadas de inteligência. Com IA, a tendência é que o escopo estratégico e tático se expanda, e não se reduza no curto prazo. E isso precisa estar claro tanto para quem entrega quanto para quem contrata.
Essa discussão já está em curso em empresas globais. A consultoria Globant, por exemplo, decidiu abandonar o modelo tradicional de cobrança por hora e adotou uma abordagem por assinatura mensal, baseada em soluções recorrentes com IA. O objetivo foi precificar o impacto contínuo da inteligência aplicada, não o tempo operacional consumido. Com isso, conseguiram reduzir o custo dos projetos em até 30% e ainda aumentar a previsibilidade para os clientes (Business Insider, 2025).
Esse modelo é interessante, mas ele só funciona quando o cliente entende o que está sendo comprado. Por isso, a precificação precisa vir acompanhada de educação. É preciso deixar claro que o valor está em transformar complexidade em clareza, reputação em resultado, dados em decisão. A IA entra como motor, mas a direção continua humana.
Outro ponto sensível é a forma de apresentar esse valor. Um relatório mais rápido, um conteúdo mais otimizado ou uma análise de dados com apoio de IA não devem ser descritos como “mais simples”, mas como “mais eficazes”. A entrega pode até levar menos tempo, mas sua relevância é maior. O ganho não está na execução rápida, e sim no efeito que essa entrega tem sobre os resultados de negócio.
É nesse contexto que modelos de precificação por valor ou por impacto fazem mais sentido. Ao invés de cobrar por hora ou por volume, é mais eficaz estabelecer KPIs estratégicos:
Quanto essa entrega melhora a taxa de conversão?
Quantas oportunidades ela ajuda a gerar?
Qual o efeito sobre a reputação da marca ou sobre o tráfego orgânico?
A IA pode acelerar a entrega, mas é a inteligência que gera o impacto.
Para quem atua com marketing B2B ou comunicação institucional, o valor não está em posts bonitos ou relatórios longos, mas na capacidade de gerar confiança, visibilidade e autoridade. E isso segue dependendo de pensamento, curadoria, narrativa e conexão humana.
Se a IA veio para mudar a forma como produzimos, nossa responsabilidade é mudar a forma como explicamos o que entregamos. E isso começa na precificação. Estratégia não tem desconto. Inteligência não é brinde. E reputação, agora mais do que nunca, é um ativo que se constrói com método, clareza e intenção.
Na Otimifica, a inteligência artificial já está integrada nos nossos processos. Mas essa integração só é possível e útil porque há uma visão humana, treinada e estratégica, guiando cada decisão. A IA, por si só, não pensa. Ela acelera, ela cocria. E quando colocada a serviço de quem sabe o que quer alcançar, torna o marketing mais preciso, mais eficiente e mais poderoso. Se a sua marca também quer entender como ser mais visível e relevante nesse novo cenário digital, vale experimentar o GPT Otimindex. Em poucos segundos, ele entrega um diagnóstico sobre o quanto o seu site está preparado para os algoritmos que já decidem o que aparece (e o que desaparece) na internet.