Experiência de Marca

Live marketing ou Let it Die?

Está na hora de todos se conscientizarem que <em>live marketing</em> pressupõe vida, desde o planejamento até o final do evento. Diferente disso, nossa missão não estará sendo entregue para a sociedade, e restará  apenas colocar a culpa no vento.

O acidente de Sauípe já havia acendido uma grande e reluzente luz vermelha na indústria do marketing promocional brasileiro ou live marketing conforme o termo da moda em vigor.

O acontecimento que vitimou o operário Vilmar Neri dos Santos, de 32 anos, diz respeito ao grande número de estruturas que precisam ser montadas diariamente, somada ao curto prazo entre a decisão do marketing de quem contrata – não raro comandado por jovens brilhantes com pouca noção das consequências de suas decisões – em relação ao prazo final para estarem de pé.

E a culpa recai sobre aqueles que impõe condições quase impossíveis de serem cumpridas, mas também sobre as empresas envolvidas que aceitam o job.

No caso do acidente com a Ferrari em um evento de rua no Rio de Janeiro, que por sorte não vitimou espectadores, que por sua vez tentaram linchar o motorista, houve falha na segurança.

Notas oficiais muito bem editadas por assessorias de comunicação, treinadas em gestão de crises, escondem uma realidade que começa a fazer vítimas na mesma proporção em que ações de engajamento ocupam mais rubricas dos orçamentos de marketing das grandes corporações.

Há muito tempo nós aqui no Promoview, e você que nos lê, sabemos a magia que envolve uma viagem para um resort somada à presença em uma grande estrutura cinematográfica onde será dado o pontapé inicial para um ano desafiador.
Isso mexe com os seres humanos envolvidos. Reafirma para cada participante sua importância na corporação, e, por isso, tem sido preferida por cada vez mais gente que decide ações de endomarketing, há anos.

O problema é que os executivos que decidem a realização destas ações pensam que o “live marketing” só passa a existir quando os convidados chegam e que as vidas das pessoas envolvidas até o início do evento ou logo após a sua realização pouco importa.

O que temos a partir daí são discursos de pesar  garantindo que “Todo o apoio está sendo dado para as famílias enlutadas” ou ainda  que “vamos investigar os motivos do ocorrido”.

O importante a ser notado aqui, é que não estamos falando de uma boate de uma cidade do Interior em meio a letárgicos poderes públicos no que diz respeito à fiscalização, mas de profissionais de planejamento de grandes empresas (e salários) que deveriam ter noção da relação prazo X risco. Não se pode falar em fatalidade quando um milionário planejamento precede um acontecimento como este.

Está na hora do CREA, do Conrerp, federações e instituições com verdadeira representatividade legal, além do Poder Público, olharem com mais atenção para este fenômeno social que consiste na proliferação de eventos privados sob complexas estruturas que na maioria dos casos nem aparecem na mídia, tampouco aqui no Promoview porque são estratégicos. É aquele tipo de ação que reúne milhares de pessoas mas que não desperta na corporação o menor interesse em sua divulgação.

Enquanto os responsáveis não exercem suas responsabilidades, o que ouviremos nas rodas de cafezinho é o velho dito: “Ninguém está livre”. Triste conclusão de profissionais que, por trabalharem por job, talvez passem por isso pelo fato de terem que se enquadrar na irresponsável prática do marketing das grandes corporações, que joga o trabalho sujo para compras, e, com isso, impõe o status quo em vigor no marketing brasileiro.

Chegou a hora de todos se conscientizarem que live marketing pressupõe vida, desde o planejamento até o final da ação de engajamento, especialmente na realização de eventos corporativos ou promocionais de grande porte.

Diferente disso, nossa missão não estará sendo entregue para a sociedade, e nos restará  apenas voltar a postar sobre isso. Ou colocar a culpa no vento, ou ainda em algum dos participantes do evento.