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Impasse ameaça o futuro do Cisne Branco

O barco utilizado para passeios pelas águas do Guaíba permanece sem lugar para atracar, o que pode inviabilizar as atividades turísticas.

Continua o impasse sobre o futuro do Cisne Branco, uma das embarcações mais famosas da Capital. O barco utilizado para passeios pelas águas do Guaíba permanece sem lugar para atracar, o que pode inviabilizar as atividades turísticas.

A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) negou o pedido da Orgatur, que opera o Cisne, para que a embarcação ficasse ancorada à noite no Cais Navegantes ou no Marcílio Dias.

O problema teve início em dezembro do ano passado, quando a Orgatur recebeu uma notificação da Cais Mauá do Brasil, consórcio responsável pelas obras de revitalização da área, limitando o uso do porto apenas às “operações de embarque e desembarque de passageiros”, não sendo permitido o abastecimento nem a atracação no período noturno.

Apesar das incertezas sobre o destino de uma das mais tradicionais embarcações de Porto Alegre, passeios turísticos seguem regulares (Foto: Andréa Graiz/Agência RBS).
Apesar das incertezas sobre o destino de uma das mais tradicionais embarcações de Porto Alegre, passeios turísticos seguem regulares (Foto: Andréa Graiz/Agência RBS).

A limitação deve durar enquanto o local estiver em obras. Foi negociado um prazo para que a Orgatur encontrasse alternativas — expirado no dia 05/02.

A SPH alegou que os dois portos são áreas operacionais e afirmou que alguns locais no entorno da Usina do Gasômetro têm profundidade suficiente para encostar a embarcação.

Para Adriane Hilbig, proprietária do barco, não basta haver suficiente calado (profundidade mínima de água necessária para a embarcação flutuar), é preciso também infraestrutura, como local para amarrar o barco e um trapiche. Sem alternativas, teme que seja preciso encerrar as atividades, que já duram mais de 35 anos.

“Nosso trabalho fica inviável. O que adianta fazer o embarque e desembarque, e depois ir pro meio do rio e jogar a âncora, ficar à deriva? Isso é incoerente. O cais será entregue para a cidade revitalizado e sem barco”, protesta Adriane.

André Albuquerque, presidente da Cais Mauá do Brasil, afirma que o pernoite não será autorizado porque não há como garantir a segurança do barco durante as obras: “Não podem abastecer ali porque não nos apresentaram a licença. Se houver vazamento de combustível no rio, quem vai responder pelo dano ambiental? Nosso posicionamento permanece o mesmo. Negociações existem e já demonstramos que temos total interesse em manter o Cisne Branco lá dentro.”

Por enquanto, o barco opera normalmente, de terça a domingo, às 15h e 18h.

Fonte: Zero Hora.