Experiência de Marca

Imagina na Copa

De tanto ouvir essa frase, “garrei” ódio dela. Parecia frase de lesa pátria, proferida pelo pessoal da “herança maldita” que sempre tenta minimizar os grandes avanços  e conquistas brasileiros.

De tanto ouvir essa frase, “garrei” ódio dela. Parecia frase de lesa pátria, proferida pelo pessoal da “herança maldita” que sempre tenta minimizar os grandes avanços  e conquistas brasileiros.

Brincadeiras à parte, a frase passou a ser prenúncio anunciado da incompetência do nosso governo em aproveitar momentos ímpares para fazer do nosso País um lugar onde o futuro chegue antes que o passado retorne.

O problema é que, mais uma vez, tudo aconteceu como no caderninho de fracassos anunciados. Aeroportos não ficarão prontos, é possível que um ou dois estádios também não fiquem. A segurança, do Rio de Janeiro, em especial, que mostra que as UPPs têm sua sigla mais para “Uh, Perdeu Playboy” do que para Unidade de Polícia Pacificadora, vai deixar a desejar.

Nessa Copa, tudo pode acontecer (Foto: Ricardo Lira).
Nessa Copa, tudo pode acontecer (Foto: Ricardo Lira).

As manifestações vão acontecer, esperamos que pacificamente. Os turistas terão preço surreal e tratamento também, isso porque desconheço que tenham preparado os profissionais dos táxis (quem vai falar um ou dois idiomas para atender aos turistas?), dos aeroportos e mesmo dos hotéis o suficiente para entenderem que esses caras serão decisivos para o futuro do mercado de eventos e turismo brasileiros.

Nem o estádio que abrirá a Copa está pronto. Vai ficar. Mas o teste será a Copa, pelo visto. Os caras da Fifa até tentaram abrir a boca e soltar o verbo, mas nem eles, nem o pessoal do governo tem moral para isso.

A Fifa porque age como se aqui fosse o quintal dela, com aval de muita gente, o governo porque não tem como esconder os problemas, nem mais tempo hábil para resolvê-los.

Nós, agências e profissionais do mercado live perdemos muito com isso. Além das oportunidades de trabalho que já eram limitadas pelos polices da Fifa, esse festival de besteiras afasta, de imediato, investidores e patrocinadores para fazer as Fan Fests, por exemplo, que reduziram ou cancelaram seus investimentos na grande festa e com algumas possibilidades de cancelamento, como o da Fan Fest em Pernambuco.

Fifa ficou surpresa com a decisão da Prefeitura do Recife não querer realizar o evento (Foto: By UOL).
Fifa ficou surpresa com a decisão da Prefeitura do Recife não querer realizar o evento (Foto: By UOL).

Mesmo tendo a certeza que sob o ponto de vista da animação e da beleza dos eventos e jogos estão garantidos, por um lado, por conta do espírito e do amor que o brasileiro tem pelo futebol, por outro pelas agências encarregadas de fazer as cerimônias de abertura, encerramento e algumas ativações, fica difícil imaginar que os turistas queiram voltar ao Brasil só por isso.

Um País que quer receber turistas e implementar sua indústria do turismo e eventos, criando empregos e marcando presença, não pode fazer bonito só nos eventos (e nem isso, parece, vamos fazer).

Não pode pensar que só na Copa e nas Olimpíadas segurança, preços justos não extorsivos, atendimento de qualidade, respeito ao consumidor, respeito aos direitos do cidadão, gastos públicos afinados com o interesse da sociedade, deixando legados permanentes para ela e profissionais preparados para receber com carinho e qualificação gente de todo o mundo sejam coisas a se pensar em cima da hora.

Nosso mercado depende desses legados. Dos espaços criados para receber gente de forma adequada, de mobilidade urbana que facilite deslocamentos, de segurança, de hotéis e comércio que cobrem valores compatíveis com a realidade, de profissionais qualificados para que clientes e marcas queiram voltar aqui para fazer mais que Copas, convenções, feiras, incentivos, shows etc.

Eles virão (todos os mais importantes players de nossos clientes estarão na Copa). Ou como patrocinadores ou como visitantes. Da impressão que tiverem do País e de nós resultarão mais investimentos, mais vontade de estar aqui. Não apenas porque somos a bola da vez, mas porque essa bola gira redonda e faz gol de placa.

Se você já imaginou na Copa. Esqueça! Ela será o que será. Podemos minorar isso, fazendo nossa parte e servindo de alternativa útil e profissional aos nossos visitantes, como fez o povo alemão na Copa deles.

Se não imaginou nada. Imagina na Olimpíadas, que, eu espero, com as lições do fiasco da Copa, sejam mais ‘Olim’ que piadas.