Experiência de Marca

Ubermeta: Aprender é o verdadeiro bônus

Até poderia, mas apesar do nome, não vou falar aqui de bônus, superbônus ou 'uber bônus'.

Até poderia, mas apesar do nome, não vou falar aqui de bônus, superbônus ou 'uber bônus'.

O final do ano seria ótimo para conversar sobre os incentivos que as empresas oferecem aos seus colaboradores como forma de aumentar suas performances e produtividade durante o ano, oferecendo salários adicionais e premiações extras.

A gente sabe que não tem nada de errado nisso e poder ser premiado por seu esforço é algo espetacular num mundo onde muitas pessoas acham que “Isso é apenas obrigação”.

Mas também sabemos dos inúmeros casos em que o esforço desmedido não é minimamente recompensado, apesar de todo o trabalho e engajamento.

Chega ao final do ano e incrédulo aquele time que funcionou acima da sua capacidade, vê que uns números a menos determinam que nada será alcançado, para decepção geral de muitos e a felicidade do corpo societário que tem mais pra compartilhar.

Alguns ainda dirão que “Faz parte” e que “o Jogo é assim”, mas no balanço geral de um ano exigente, o que podemos ter como um verdadeiro legado? E que de maneira justa e correta, não corra o risco de não vir pela rigidez de qualquer processo?

O que podemos ter como os verdadeiros aprendizados que nos chegam como um verdadeiro bônus e daqueles que ninguém vai impedir de termos? Afinal, aprender é sempre um grande forma de alcançar as nossas metas.

E esse #MTT (Monday to Thank), de hoje – já com cheiro de panettone e peru de Natal – é direcionado a todas aqueles pessoas quase anônimas que nos dão ensinamentos tão fortes, verdadeiros e viscerais, que mesmo pagando pelo seu serviço ou interagindo intensamente com sua sabedoria, não temos realmente como agradecer da forma mais correta.

E é aqui que faço um #MTT particular a todos os motoristas de Uber, 99, Cabify, Easy Taxi e táxis que tive o prazer e a honra de pegar este ano. O digo o mesmo a todos os ascensoristas, atendentes de recepções, manobristas, garçons, encarregados da limpeza, seguranças, porteiros, lixeiros, policiais e outros tantos profissionais que, além de cumprirem com rigor e responsabilidade o seu ofício, ainda têm – na antítese de um mundo cada vez menos humano e preocupado em estabelecer relações de proximidade – a coragem de serem simpáticos, calorosos, respeitosos e ainda nos encantarem com suas histórias, com a simplicidade de suas visões e com as lições acachapantes que nos dão.

Do garoto que faz churrasquinho em uma calçada no Largo da Batata, na frente de um ponto de ônibus, e que em pouco tempo nitidamente ampliou seu negócio, oferecendo outras marcas de cerveja, ampliando o horário de funcionamento e diversificando os tipos de espetinhos (sim, de espetinhos!), para atender a um público mais amplo que começou a frequentar o seu pequeno espaço e que fica encantado com a atenção que permite, entre outras coisas, que aquela cerveja que já está acabando, seja trocada por outra gelada instantaneamente antes de a pedirmos.

O que dizer então da médica, chefe do plantão da emergência de um hospital, que mesmo “abduzida” por inúmeros casos e as perguntas de toda sua equipe, que interrompem a consulta a cada instante, ainda consegue te olhar com um sorriso e lhe pedir sinceras desculpas, pedindo inclusive que a chamasse pelo seu nome e não usasse o poderoso título de doutora.

Poderia citar ainda inúmeras pessoas que podem chamar João, Maria, Fernando ou Raquel, e que ao entrarmos nos seus carros, nos oferecem ou paz de um silêncio providencial ou um papo gostoso onde reencontramos o prazer de conversar de maneira livre e sem o intermédio de nenhum device com uma pessoa real, que não tem receio de dividir sua história e que histórias!

Daquela que acabou de se separar, e, inesperadamente vem buscá-lo em um carro importado, ao que era caminhoneiro e recebeu um tiro na cabeça que milagrosamente não tirou sua vida, passando ainda por aquele que veio para São Paulo ganhar a vida e está feliz da vida conhecendo tanta gente e até mesmo inúmeros casos, como o do rapaz que depois de uma vida dedicada a uma grande montadora, onde relata o profundo amor e dedicação que oferecia a seu ofício, acabou sendo demitido e hoje, além do Uber que dirige, tem mais dois carros com este mesmo fim alugados a outros motoristas, um e-commerce de peças automotivas e ainda um lava-rápido…

A conclusão é que enquanto a gente fica encantado com o programa Shark Tank, estudando pitchs, conhecendo cases de grandes empreendedores, sonhando com uma viagem para o Vale do Silício ou mapeando investidores e aceleradoras, não vê que numa simples viagem para uma reunião, num inesperado papo de elevador, num bom dia para um segurança ou esboçando uma simpatia – que às vezes não faz parte do nosso dia a dia – para o atendente atencioso do bar, café, recepção ou evento, podemos estar frente a frente com verdadeiros empreendedores que, mesmo sem achar que o que fazem seja uma startup, sem depender de nenhum investidor-anjo e sem fazer a mínima noção do que seja um pitch elevator, gera um mundo de negócios, sustentam seus sonhos e sua família, buscam alternativas lícitas e necessárias para se adaptar a novas realidades e em minutos, nos fazem um TED, uma palestra pessoal, nos dão um coaching ou no mínimo acabam sendo nossos mentores, nos dando exemplos de como podemos rever nossos planos, acelerar nossos próprios sonhos, investir em nossos projetos e nos tornarmos anjos dos nossos propósitos.

Já envolvido por esta atmosfera natalina que a cada ano cai em cima de mim como se eu não a esperasse, trazendo aquela necessária reflexão sobre o botton line da avaliação de lucratividade do ano: eu tenho muito mais do que gratidão a expressar, mas uma verdadeira admiração e orgulho de poder ter tido inúmeras aulas particulares – algumas de poucos minutos – com pessoas que me deram a mensagem mais do que correta em manter meus pés no chão, em não esmorecer, em seguir meus instintios e feelings, em continuar meu caminho com retidão, e, principalmente, não deixar que toda esta loucura do dia a dia e dos inúmeros pensamentos que ocupam as simultâneas 9 telas da minha mente, me façam ficar cego aos que me cercam – sejam eles quem forem – e impeçam que eu possa ter o prazer de olhar nos seus olhos e desejar um bom dia, boa tarde ou boa noite.

Eu espero que cada vez mais e com simpatia e atenção, possa ouvi-los, respeitá-los naquilo que são e no que fazem e entender claramente que a gente não aprende apenas por intermédio dos grandes mestres e autores de livros, pelas palestras e workshops caríssimos dos grandes nomes do mercado, pelos inúmeros cursos presenciais e digitais ou nas cada vez mais necessárias sessões de terapias, coachings ou mentorias. A gente aprende com a vida e com as pessoas que fazem parte dela – inclusive aquelas que inesperadamente surgem e numa frase ou palavra, fazem tudo fazer sentido.

E esse #MTT também é um desejo para que no ano que vem eu possa fazer inúmeros agradecimentos a empresas, processos, profissionais, e, principalmente a pessoas – que mesmo generalizadas como anônimas – têm nome (e eu vou lembrá-los) – porque merecem um agradecimento especial por serem o que são, principalmente neste mundo que não privilegia os que fazem, mas o que sabem se vender.

Por fim, eu não consegui desejar um Feliz Natal para todos que eu queria, e isso é uma falha minha! Não tenho como achar uma desculpa tendo tantos recursos de comunicação à mão para fazê-lo, mas como último recurso deste texto, aqui eu aproveito para desejar um Natal cheio de carinho e proximidade junto a suas famílias e pessoas que você gosta, e mais do que um presente ou um delicioso jantar, que você em algum momento possa se lembrar de ser grato e mesmo sendo uma terça-feira, determine para você que este dia também é para agradecer, então faça isso dizendo o que eu quero dizer neste momento para todos vocês que leem meus textos: Feliz Natal e obrigado por você estar aqui comigo!

 

Por Dil Mota.