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Petrobras reduz patrocínios no esporte e na cultura

Estatal deve focar as verbas num projeto de educação infantil voltado à Ciência e Tecnologia.

Estatal deve focar as verbas num projeto de educação infantil voltado à Ciência e Tecnologia.

Recém-empossado, o novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco foi à mídia na última semana comentar o momento da estatal projetando algumas ações para o futuro.

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Castello Branco afirmou que a Petrobras vai cortar todos os patrocínios para cinema e teatro. No esporte, a empresa deve diminuir o investimento drasticamente.

É bom lembrar que há pouco mais de um mês, a Petrobras enviou nota ao Estadão garantindo que a “Estimativa de investimento em patrocínio esportivo para 2019, aprovada pela diretoria-executiva, é de cerca de R$ 80 milhões.”, valor bem próximo ao do ano passado, quando gastou R$ 79,7 milhões em 11 grandes projetos.

Agora, o discurso mudou. “A Petrobras está revendo sua política de patrocínios.”, explicou o presidente em entrevista a Mirian Leitão.

A decisão não é isolada a esta rubrica de marketing. Uma das preocupações do novo presidente desde que assumiu o cargo é a redução de custos da empresa de maneira geral.

Ainda não se sabe a dimensão desse possível corte na área esportiva, nem quais projetos seriam afetados pela diminuição das verbas caso isso ocorra.

No ano passado, os recursos financeiros foram para o Circuito Aqua, Rei e Rainha do Mar, Maratona Petrobras de Revezamento, Petrobras Rally Team, Fórmula SAE Brasil, SAE Baja, Stock Car, equipe McLaren de Fórmula 1, seletiva de Kart Petrobras e GP Brasil de F1.

Castello Branco sinalizou, entretanto, que o programa para atletas olímpicos e paralímpicos de alto rendimento não deve sofrer alterações.

O Time Petrobras reúne 25 estrelas olímpicas e paralímpicas como Isaquias Queiroz (canoagem velocidade), Flávia Saraiva (ginástica artística), Marcus D’Almeida (tiro com arco), Maicon Andrade (tae kwon do), Fernando Reis (levantamento de peso), Martine Grael e Kahena Kunze (vela), Ágatha Bednarczuk e Duda Lisboa (vôlei de praia), Arthur Nory (ginástica artística), Emily Rosa (levantamento de peso), Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Pedro Barros e Leticia Bufoni (skate), e Ian Gouveia (surfe).

Entre os atletas paralímpicos estão nomes consagrados como Daniel Dias (natação), Verônica Hipólito, Silvânia Costa e Petrúcio Ferreira (atletismo), e Antônio Tenório (judô). A intenção é que esse patrocínio aos atletas de alto rendimento seja mantido até o final do ciclo olímpico e paralímpico, pois o incentivo ao grupo se destinava ao suporte até os Jogos de Tóquio, em 2020.

A ideia, segundo o próprio Castello Branco, é focar os patrocínios num projeto de educação infantil voltado à Ciência e Tecnologia, priorizando crianças de comunidades pobres em áreas onde a Petrobras tem unidades de produção.

“Não se trata de projetos de responsabilidade social. Estes têm sua própria verba que será mantida. Vamos iniciar um novo programa de educação. Quero ver meninos da Favela da Maré como engenheiros da Petrobras no futuro e meninas do Vidigal como advogadas.” exemplificou o presidente.

Cortes

A Petrobras não é a única estatal que está revisando seus gastos no esporte. Recentemente, os contratos dos Correios com algumas confederações esportivas nacionais, como a de Rugby, Tênis e Handebol, terminaram ou se encerram nos próximos dias e não houve sinalização para renovação.

Entre as estatais, o único que por enquanto mantém a mesma previsão de investimento que fez no ano passado é o Banco do Brasil. Em 2018, ele colocou R$ 55,7 milhões no patrocínio esportivo na Confederação Brasileira de Vôlei, na Confederação Brasileira de Handebol, além de apoio a atletas do vôlei de praia, ao piloto Felipe Nasr e ao velejador Robert Scheidt, que espera uma renovação em breve.