Experiência de Marca

Eleições: Marcas que se posicionam dão tiro no pé

Para Gabriel Santacreu, da Agência 242, momento é oportunidade para conhecer consumidores a fim de traçar novas estratégias e fazer campanhas de conscientização.

Para Gabriel Santacreu, da Agência 242, momento é oportunidade para conhecer consumidores a fim de traçar novas estratégias e fazer campanhas de conscientização.

Situações em que há polarização de ideias entre grupos, inesperadas ou mais previsíveis como o período eleitoral, são delicadas para as marcas posicionarem-se com seus valores. Neste cenário, qualquer deslize nas campanhas pode ser um tiro no pé e manchar a imagem da empresa por muito tempo.

Nem sempre tomar partido é a melhor opção: o ideal é aproveitar a oportunidade para analisar o engajamento do público a fim de conhecê-lo ainda mais e utilizar os dados em estratégias para o futuro.

Ainda, é oportuno apostar em ações que conscientizem e eduquem para ganhar pontos com a visibilidade positiva, segundo Gabriel Santacreu, sócio-fundador da Agência 242, especializada em ações digitais.

“Qualquer declaração no mundo virtual está submetida à má interpretação. Mesmo que a intenção não seja apoiar nenhuma causa, tudo depende de como os consumidores receberão a mensagem, principalmente nas redes sociais, que amplificam e dão margem para todas as vertentes”, afirma. Como exemplo, o publicitário cita os casos de influenciadores digitais – figuras muito empregadas em campanhas publicitárias atuais – que se prejudicaram depois que posicionamentos do passado divulgados na internet vieram à tona.
 

Para ter um bom desempenho durante períodos acalorados como as eleições, é recomendado cultivar uma comunicação clara e transparente, que não defenda nenhum lado político, e apostar em campanhas de caráter educativo. “Grandes marcas acabam exercendo certo poder sobre quem as consome. Por isso, elas têm o papel de promover ações que incentivem a civilidade, o voto consciente e despertem as pessoas para a importância de se informar antes de eleger os governantes, o que transmite uma imagem responsável.”, afirma Gabriel.

 
O mesmo direcionamento é dado em ocasiões que a marca vislumbre a chance de agregar positivamente de alguma forma.
 
A dica para ter cautela é traçar uma estratégia para acompanhar os assuntos que estão sendo discutidos e estudar as reações do público. “Nesse momento as pessoas gostam de expor seus pensamentos, tendências ideológicas, gostos e vontades, e isso é muito valioso para as marcas, que podem descobrir mais sobre quem consome seus produtos e até encontrar novos nichos.”, aconselha o especialista.