Experiência de Marca

Futebol da Inglaterra está mal das pernas

Segundo estudo divulgado no último dia 09/06, pela Consultoria Financeira Deloitte, as duas divisões mais importantes da Inglaterra apresentaram mais de £500 milhões de prejuízo em um dos índices que explica a saúde financeira da Liga.

O campeonato de futebol mais poderoso do mundo não está nada bem. Os clubes da Premier League Inglesa, responsável por levar pelo menos um representante às finais de seis das últimas sete Champions League, e de sua respectiva segunda divisão, a Championship, apresentaram perdas significativas ao final da temporada europeia.

Segundo estudo divulgado no último dia 09/06, pela Consultoria Financeira Deloitte, as duas divisões mais importantes da Inglaterra apresentaram mais de £500 milhões de prejuízo em um dos índices que explica a saúde financeira da Liga. As perdas somadas dos 44 clubes que compõe o grupo analisado quase dobraram da temporada 2008/2009 para cá, quando o número mostrado pela Deloitte foi £275 milhões.

A situação é, no mínimo, curiosa. Segundo o mais recente relatório Football Money League, também produzido pela Deloitte, a Inglaterra é o país com maior número de representantes entre os vinte clubes mais ricos da Europa. Sete times da terra da Rainha estão na lista, divulgada em fevereiro: Manchester United, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Tottenham e Aston Vila.

O estudo credita o resultado à eficiência das equipes britânicas em gerar receitas com marketing, à remuneração paga pelos direitos de transmissão dos jogos pela TV e à venda de ingressos em dias de jogos – a Premier League tem os ingressos mais caros e a segunda maior média de público do continente, atrás apenas da Bundesliga, o campeonato nacional alemão.

Apesar de a maior parte do prejuízo registrado ser de responsabilidade de Chelsea, Manchester United, Liverpool e Manchester City – todos controlados por donos bilionários – a situação geral dos clubes é preocupante e insustentável, mesmo com o aumento das receitas de TV, segundo artigo do Financial Times. O jornal afirma que o principal responsável pelas perdas financeiras é o salário cada vez maior recebido pelos jogadores, que soma mais de £2 bilhões só na Premier League.

O atual cenário, porém, está fadado a mudar, por bem ou por mal, em um futuro próximo. No começo da próxima temporada todos os clubes europeus terão que se adequar às novas regras de “fair play financeiro”, aprovadas pelo presidente da Uefa, Michel Platini, que obriga os times a apresentarem perdas máximas de £39,5 milhões, sob pena de serem banidos da disputa da Uefa Champions League.