Experiência de Marca

Fim da GEO reduz oportunistas no mercado promo

Derrocada do braço de live marketing da Globo mostra a complexidade na realização de operações deste setor, que precisam ser enxutas e realizadas com métodos diferenciados, pois, do contrário, apresentam prejuízo para quem paga a conta.

Mais uma iniciativa no mercado promo foi encerrada por conta da má gestão. Matéria divulgada pelo Meio & Mensagem informou na tarde de ontem (07/11), o fim da operação GEO Eventos, da Organização Globo.

O fim da GEO, que nasceu de uma associação da Globo com a RBS e foi desfeita em seguida, quando o grupo gaúcho criou a sua Engaje, torna este momento emblemático e acontece logo depois de Eike Batista, o ‘megafake’ do ramo petrolífero, encerrar uma série de iniciativas em nosso setor, que incluiu a abertura de uma empresa de promo para seu filho Thor, sem contar o Eduardo Fischer e seu ecológico SWU.

As alegações para o fechamento da GEO – que segundo informações apuradas pelo Meio&Mensagem, decorrem da falta de retorno dos investimentos realizados desde o início da operação – escondem aquilo que para nós é fato, mas que não é reconhecido pela indústria da comunicação: live marketing é negócio para especialistas e não para grupo de investimento oportunista que acredita que basta despejar dinheiro que a coisa acontece.

Trata-se de operações enxutas e precisas, que deixam margem apenas para quem sabe operá-las e mantém o controle do pulso desde o planejamento até a entrega. Isso porque, profissionais com “P” maiúsculo deste setor, sabem que se deixar correr solto, para conferir o resultado apenas no final, é certeza de prejuízo.

Mas, a quebra da GEO significa que o negócio de live marketing não tem futuro? Nada disso.

A famigerada batalha pela atenção ou batalha dos ecossistemas, que atualmente está na pauta de nove entre dez conversas do mundo publicitário, aponta para o uso cada vez mais intensivo de ações de engajamento, único ambiente onde as marcas poderão ter uma conversa “particular” com os shoppers e consumidores.

E os espetáculos, shows e todas as ativações decorrentes deles, justamente estas que a Globo está abandonando agora, serão vitais para qualquer macroestratégia de marketing.

O que realmente não podemos mais é ler – e deixar por isso mesmo –  coisas do tipo  “A última operação da GEO será a “direção artística” do sorteio da Copa, cuja “execução” será da Aktuell”, conforme informação apurada pela corretíssima e atenta reportagem do Meio & Mensagem na mesma matéria divulgada nesta 5a.

Ora caro leitor, a Aktuell  – assim como o Banco de Eventos, Bullet, Innova, Tudo, Netza, Figer360 e muitas outras do ramo – nunca precisaram da GEO ou de qualquer outra “alienígena” para “orientar a execução” de um evento.

Lições Podem ser Tiradas Deste Acontecimento

Os clientes, que pagam dobrado por esta conta, têm uma oportunidade a mais para aprender que executar ações de live marketing não é para qualquer um. E que é tempo de retirar intermediários e oportunistas do meio deste negócio. Como recompensa, certamente vão sorrir com melhores resultados, tanto de execução quanto financeiros.

E para o mercado em geral, que esta derrocada da Globo sirva de alerta a todos os grupos de comunicação, agências de publicidade, e mais recentemente grupos estrangeiros, que como abutres, ou paraquedistas, flanam no mercado de planejamento e produção de ações de live marketing tentando tratar as verdadeiras estruturas promocionais simplesmente como fornecedores. Economizem seus investimentos porque a operação só fecha na mão de quem é do ramo.

Já para os meios especializados fazemos uma proposta: vamos enaltecer quem está vivo, fazendo realmente ao vivo?