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Vaquejadas viram megaeventos e atraem jovens

Um esporte praticado originariamente por vaqueiros, mas que conquistou um público elitizado para virar um mundo mágico e milionário dos grandes eventos que movimentam uma boa parcela da economia dos municípios.

Em toda zona rural da Paraíba, as motocicletas, cada vez mais, tomam o lugar de cavalos e carroças de bois como meios de transporte preferenciais do homem do campo.

Esse avanço, contudo, não afeta a tradição tipicamente nordestina da vaquejada. Um esporte praticado originariamente por vaqueiros, mas que conquistou um público elitizado para virar um mundo mágico e milionário dos grandes eventos que movimentam uma boa parcela da economia dos municípios.

Salários de R$ 200 mil, status de celebridade e visibilidade de um público superior a 80 mil pessoas por noite. Esta é a realidade das vaquejadas, que chega a ser comparada a um campeonato de futebol, esporte que é paixão nacional dos brasileiros.

As vaquejadas têm se tornado um negócio que reúne vários empresários, criadores de cavalo e empresas. Entre premiações, shows e publicidade, estima-se que as festas movimentem algo em torno de R$ 50 milhões por ano.

Elas chegam a empregar diretamente 1,5 mil e, indiretamente, 5 mil pessoas. De acordo com o diretor de marketing e eventos da Associação Paraibana de Vaquejada, Fábio Leal, na maioria das cidades chega a ser a principal alavanca na economia. “As vaquejadas movimentam vários setores dessas cidades como hotéis, restaurantes, postos de gasolinas, shows e comércio”, diz Fábio Leal.

O paraibano Jonatas Dantas é um dos maiores destaques neste ramo. Ele é natural do município de Uiraúna, no Sertão (localizado cerca de 476 km da Capital).  Ele é empresário das vaquejadas há mais de 20 anos e criou um dos maiores parques do País, o ‘Ana Dantas’, inaugurado em 1986, no Xerém, no Interior do Rio de Janeiro (RJ). “O investimento médio para se produzir uma vaquejada é de R$ 800 mil”, conta o empresário.

Paixão, Sucesso e Preconceito

A derrubada do boi virou esporte. Aos poucos, as mulheres vêm conquistando espaços nessa tradição vista como tipicamente masculina.

“Sou mulher, estudante de arquitetura e vaqueira. Minha paixão é a vaquejada”, foi assim que se apresentou à vaqueira Jayrlla Samany, 18 anos de idade. Ela esta no ramo há sete anos.

Jayrlla Samany.

Jayrlla ingressou no esporte por causa dos pais. Nasceu vendo vaquejadas. A vaqueira participa em média de 50 vaquejadas por ano. A premiação geralmente chega a R$ 20 mil para os amadores. Já os profissionais ganham R$ 50 mil. Ela treina no Parque Haras Beira Rio no município de Queimadas (no Cariri da Paraíba).

Já o vaqueiro Lenílton Leôncio, 23 anos de idade, sentiu na pele a restrição dos próprios pais quanto à profissão. “Eles queriam que me dedicassem aos estudos e não à vaquejada. Com o passar do tempo, eles aceitaram e até investem na minha grande paixão: os cavalos”, disse o vaqueiro.

Lenílton Leôncio.

Estudante do oitavo período de Direito no Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), ele pretende conciliar as duas profissões. Há 18 anos no ramo, o universitário participa em média de 30 vaquejadas por ano. O treinamento é três vezes por semana. Nos finais de semana ele se dedica as competições.