As atividades turísticas de negócios no Triângulo Mineiro ganham destaque no Estado.
Um levantamento da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (Setur-MG) revela que, nos últimos nove anos, o número de estabelecimentos turísticos de Uberlândia passou de 1.728 para 2.741, o que equivale um aumento de 58,6%, superando a média estadual, que é 47,6%.
Os dados são baseados na pesquisa de Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Foto: Paulo Rogério Luciano.
O levantamento analisou número de estabelecimentos, empregados e renda nominal mensal da cidade no período de 2006 a 2014. O número de trabalhadores no setor turístico passou de 21.341 para 30.440, o que representa aumento de 42,6%.
Já a renda mensal nominal dos empregados do setor também cresceu 93,8%, em média, saltando de R$ 698,68 para R$ 1.354,00 no período.
O diretor de Pesquisa, Informação e Estatística da Setur, Rafael Oliveira, explica que o turismo de negócios no Triângulo Mineiro é o que mais atrai os visitantes. De acordo com os dados, 35,2% dos turistas vão até Uberlândia com o objetivo de realizar negócios.
“A cidade possui grande produção agropecuária e isso incentiva a vinda de visitantes para fechar compras de matérias-primas como a carne, os grãos e o couro. Assim, muitos aproveitam para apreciar os pontos turísticos da região, como os parques ecológicos, museus e cachoeiras.”, enfatiza Oliveira.
A pesquisa mostra também que 48% dos turistas que foram à cidade são de Minas Gerais, 19% de Goiás e 13,7% de São Paulo. O tempo de permanência do visitante em Uberlândia é de aproximadamente nove dias e o gasto médio diário é de R$ 98,59, por pessoa, totalizando de R$ 966,18 durante toda a permanência, em média.
Dos 347 entrevistados, 88,5% responderam que a viagem atendeu plenamente ou superou a expectativa.
Cristiano Reis, de 32 anos de idade, gerente de um restaurante na área central de Uberlândia especializado em comida mineira, conta que, em 2015, o púbico aumentou 15% em comparação com o ano passado.
“A localidade favorece, pois nosso restaurante se concentra bem próximo a hotéis. Além disso, possuímos um carro-chefe na casa, a “picanha na chapa”, que atrai clientes de várias cidades.”, comemora Reis.
Considerando todo o Triângulo Mineiro, os dados da Setur revelam que número de estabelecimentos de turismo aumentou, em média, 60,6%. O número de trabalhadores cresceu em 37,5% e a renda média nominal dos empregados, 91%.
Dados do Estado
Em Minas Gerais, a pesquisa da Rais fez um recorte sobre as principais atividades turísticas, analisando resultados do número de estabelecimentos, empregados e renda média nominal dos trabalhadores dos setores de comércio, serviços, transporte, alimentação, entretenimento, hospedagem, agências e operadoras durante os anos de 2006 a 2014.
Os dados mostram que o número de estabelecimentos turísticos no Estado passou de 43.136 para 63.656 significando um aumento de 47,6%. Destes, 26.967 são do setor alimentício; 18.971 do comércio e serviços; 7.202 de entretenimento; 5.344 ligados ao transporte; 3.975 de hospedagem; e 1.197 de agências e operadoras.
O número de empregados do turismo em todo o Estado aumentou 35,3%, passando de 306.846 para 415.291. A renda nominal mensal do trabalhador passou de R$ 646,68 para R$1.289,71, o que equivale a um crescimento de 99,4%.
As análises também mostraram que, em 2014, a parcela representada pelo turismo no que se refere ao número de estabelecimentos foi de 12,4% do total, enquanto que o número de empregados foi de 8,2%.
Já a representatividade da renda total dos trabalhadores no setor turístico, em relação às demais atividades econômicas, foi de 5,5% – um crescimento de 7,5 pontos percentuais comparados ao ano de 2013.