Depois de um ano de crise econômica, o segmento de eventos corporativos deve, este ano, ter um salto de crescimento, principalmente neste último trimestre, pois as empresas esperaram passar a Copa do Mundo e o período eleitoral para retomar a produção de eventos. Especificamente o mês de dezembro deve concentrar grande número de eventos, sejam eles corporativos, voltados à divulgação de resultados, ou de confraternização de funcionários. Ao ano, são realizados cerca de 270 mil eventos no Brasil.
Segundo pesquisa da Fanceschini Análise de Mercado encomendada pelo MPI – Meeting Professionals International, 53% desses eventos são voltados a relacionamento externo, enquanto 26% são para o público interno, e 18%, para divulgação de metas e estratégias das empresas. O Brasil ocupa a 7ª posição no ranking dos dez países que mais recebem eventos no mundo, segundo a International Congress and Convention Association (Icca).
Em um ano como o de 2010, a maior parte dos eventos acabou ficando concentrada nos meses finais do ano, de acordo com Maurício de Almeida Prado, sócio e diretor Executivo da agência de eventos Plano1, que atua desde 2001 em São Paulo. “O que conversamos com outras empresas do setor é que o fim de ano está sendo bom, e para nós também está. Este ano foi atípico: tivemos Copa do Mundo e eleições. As coisas ficaram para depois das eleições, foram concentradas no meio de dezembro. O período da Copa do Mundo é usado por quem patrocina o evento, quem não patrocina espera o fim do torneio”, explica. “Agora o movimento voltou com força total para o fim do ano e deve seguir assim no começo do ano que vem. Tem bastante volume”, explica o executivo.
Os eventos corporativos evoluíram de simples reuniões de negócios para grandes festas de confraternização de funcionários. “As empresas naturalmente juntam as equipes uma vez ao ano, e agora esses encontros não são apenas uma reunião de negócios: são algo maior. Se vão gastar milhões para levar todos para o mesmo lugar, que façam algo legal, algo que faça o funcionário voltar para casa motivado, engajado e orgulhoso da empresa em que trabalha”, conta. “O crescimento do mercado de eventos é recente: na Espanha, por exemplo, é coisa de 15 anos para cá. É um mercado que está crescendo no mundo inteiro.”
Além de eventos corporativos, empresas também começam a investir em massa em eventos voltados para o consumidor final. O objetivo é se aproximar do consumidor, segundo Almeida Prado. “Esse crescimento do que chamamos de eventos proprietários vem de uns dez anos para cá. Temos o Planeta Atlântida, do Grupo RBS, que é usado como plataforma para vender patrocínio e gerar conteúdo. A mesma coisa no Planeta Terra Festival, em São Paulo, que vende patrocínios e gera um fluxo ao vivo”, conta. “As marcas cada vez mais se utilizam de eventos como investimento em marketing. É para experienciar a marca: o consumidor vive o show, a experiência diferente”, explica. “As marcas não chamam isso de evento, mas de marketing de experiência.”
Fonte: DCI, Comércio, Indústria & Serviços.