O mercado terá de trabalhar muito duro para conseguir boas vendas nesta Páscoa. O dia 9 de abril está chegando, os corredores dos supermercados já estão cheios de produtos, porém, mesmo com fim da pandemia, os consumidores ainda se mostram bastante cautelosos, principalmente em decorrência do cenário econômico, da inflação, e dos valores exorbitantes dos ovos de páscoas, que são o principal produto desta época.
Tal comportamento comprova os resultados de uma pesquisa feita pelo Núcleo de Inteligência & Pesquisa da Fecomércio MG, segundo a qual a Páscoa 2023 deve ter uma queda de 43,1%, nas vendas em comparação ao ano passado, equivalente a uma redução de 4,7 ponto percentual.
Os motivos para isso vão desde o endividamento das famílias, até inflação e taxa alta de juros. Dessa maneira, para as empresas que comercializam produtos da Páscoa e para o varejo, é crucial desenvolver campanhas e realizar boas ações de marketing, para alcançar esses consumidores. A pesquisa da Fecomércio MG também revelou que aproximadamente 28,7% das empresas estão fazendo promoções e liquidações, sendo que 8,8% têm preferência por investir em propagandas. No varejo, porém, 36,1% das lojas não estão realizando nenhuma ação para aumentar suas vendas.
Alguns dados mostraram que as vendas na Páscoa de 2022 foram do mesmo patamar de 2019, antes da pandemia, como o levantamento da consultoria GS Ciência do Consumo, conforme o qual vendas de ovos de Páscoa acumuladas até 13 de fevereiro de 2022 tiveram faturamento 48% superior ao mesmo período de 2021, 54% maior do que em 2020 e 11% maior do que em 2019.
Apesar disso, é um fato que as vendas de ovos de Páscoa estão em queda há alguns anos, mesmo antes da pandemia e o principal fator para isso é o preço. Ao se comparar os valores entre as pesquisas de 2023 e 2022, as duas feitas pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Fundação Procon-SP, o aumento médio dos preços na categoria de ovos de Páscoa foi de 37,77%, de bombons foi de 14,04% e na de barras de chocolate, 4,37%.
Todos esses fatores refletem em poucas ações de marketing relacionadas às Páscoa, com as marcas fazendo poucos lançamentos e algumas promoções, e com pouquíssimas campanhas de divulgação e ações de brand experience ou live marketing, principalmente se a compararmos com o Natal, que é outra data religiosa importantíssima para o varejo nacional.
Fabrício Klug, CCO da Score Group confirma a tendência dessas ações se concentrarem mais em lançamentos de produtos para a data.
“Entre nossos clientes, pudemos observar um crescimento nos investimentos nas ações de páscoa, principalmente nos produtos diretamente ligados à data, como ovos de chocolate. Esse cenário se deu devido ao otimismo gerado pelo crescimento nos números de 2022 em relação a 2021, e a necessidade de se garantir um bom resultado em 2023”, afirma.
“As ações de páscoa precisam ser mais criativas e inovadoras para terem uma boa aceitação e serem eficazes, pois na Páscoa, ao contrário do Natal, a concorrência entre produtos similares é muito grande e o período de atenção do shopper para o evento é muito menor”, concluiu.
